28.12.17

Uma retrospectiva do que rolou pelo blog em 2017

Um passeio pelas postagens que se destacaram por aqui. As reportagens sobre projetos, shows, entrevistas e ações acabam revelando um pouco de como a produção cultural independente atravessou o ano de 2017 em Belém. A ativação de cultura e ações artísticas ficou em boa parte nas mãos dos coletivos artísticos e fazedores de cultura. A área da música profissionalizada ganhou expoentes, e em políticas públicas a principal ferramenta continua sendo a lei de incentivo. De maneira independente, acessando ou não a política pública disponível, produtores e artistas arregaçaram as mangas e realizaram. É esse o holofote que  a gente vai jogar aqui na retrospectiva do blog. 

Começamos o rolê pelo Casarão do Boneco, que entre oficinas e campanhas próprias, manteve também programação mensal contínua como o “Amostra Aí” , realizado sempre no último sábado de cada mês, promovendo na entrada o Pague Quanto Puder, oferecendo brechós, lojinha e comidinhas que também arrecadaram recursos para a manutenção do espaço.

Os Palhaços Trovadores ofereceram programação continua ao longo do ano, com espetáculos e também oficinas em sua sede a Casa do Palhaço. Destaco ainda as ações do BEC Bloco do Coletivo Casarão Viramundo, que segue agora como ação independente, trabalhando arte e saúde mental com moradores de rua. Além desses, outros espaços coletivos se movimentaram este ano, sendo que grande parte deles estão situados no Centro Histórico de Belém, incentivados por diversos projetos voltados a revalorização dos bairros históricos da Cidade Velha, Campina e Reduto.  

O atelier Multifário na Casa Velha 226
Um deles é a Casa Velha, moradia de produtores culturais que abriu as portas e revolucionou um pedaço importante da Cidade Velha, na rua Gurupá e imediações. 

Foram inúmeras atividades, trazendo como foco as iniciativas culturais na periferia de Belém e iniciativas para lá de independentes, como a da banda Les Rita Pavone que fez vários bailes para arrecadar recursos e lançar o primeiro CD prometido para 2018. No início do ano, a programação apresentou o projeto "Mestres Urbanos da Vila de Icoaraci", idealizado por Hugo Caetano, banjista e vocalista do grupo Cobra Venenosa, uma parceria com a SubVersiva Produção Cultural Independente, que comemorou um ano de iniciativas de difusão da cultura alternativa, no dia do aniversário de Belém.

Independentes coletivos e outras iniciativas

Bar do Rubão, no Circular 
(Foto: Irene Almeida)
O Circular Campina Cidade Velha, via Lei Rouanet, parcerias e venda de produtos próprios alcançou sua edição número 20 e comemorou os feitos.  Em quatro anos, o projeto conseguiu se projetar na cidade com um calendário fixo de cinco circulações ao ano, com produção de revista e de um documentário lançado em novembro, o “Experiência Circular - Encontros e Afetos no Centro Histórico de Belém” (Macieira Filmes - Dir. Mário Costa).  Para 2018, o projeto já está inscrito novamente em Leis de Incentivos à Cultura e Editais.

Cito como conquista de 2017, o relançamento do livro “Ponte do Galo”, de Dalcídio Jurandir, o sétimo romance dos dez que formam o chamado Ciclo do Extremo-Norte, publicado em 1971 pela Editora Martins/MEC. Esgotado em livrarias, o romance foi reeditado pela Pará.grafo, uma editora bragantina, por meio de uma campanha de financiamento coletivo - Catarse. Atualmente, uma nova campanha está em execução, para lançamento de mais duas obras do escritor.

Tá na retrospectiva também o ator, diretor de cinema e escritor Adriano Barroso, que lançou o livro sobre a trajetória do grupo GRUTA, “Ato - Paixão Segundo o Gruta” , lançamento casadinho com a estreia do espetáculo mais novo do grupo “A Casa do Rio”, no Teatro Waldemar Henrique.  O livro traz contribuições importantes para a história do teatro paraense, uma vez que acaba contextualizando décadas de um cenário teatral, por meio das histórias incríveis vividas pela trupe familiar, formada ainda por Monalisa da Paz, Henrique da Paz e Waléria Costa. Em A Casa do Rio, além das duas atrizes, o espetáculo contou também com a atriz Astrea Lucena.

Na Casa do Artista, novembro
No finalzinho do ano, também, grato prazer foi conhecer o espaço Na Casa do Artista, em Icoaraci, abrindo uma programação cultural para o trimestre novembro, dezembro e janeiro de 2018. Já teve exposições, shows e saraus, lançamento de livro. Em janeiro será realizado um encontro de contação de histórias, entre outras coisas, confere na matéria publicada aqui.

Antes, em abril, também foi um acontecimento o lançamento do livro biográfico de Frei Betto, com presença dele e dos autores, Américo Freire e Evanize Sydown. A iniciativa, de Milton Kanashiro, teve apoio da OAB, que cedeu o espaço, da Toró Gastronomia que serviu um delicioso coquetel, do Movimento Ocupa República e do Holofote Virtual que com muita honra apoiou na divulgação do evento junto à imprensa.

Para elaboração do livro 200 pessoas foram entrevistadas, além do biografado. Arquivos preciosos com informações das atividades Dominicanas, ordem religiosa de Frei Betto, foram acessados. Os autores viajaram por vários lugares do Brasil e foram a dois países onde Frei Betto tinha trabalho intenso, Nicarágua e Cuba. 

Funarte e UFF - Territórios da Arte em Belém

Auda Piani, de Icoaraci e Mestre Manoel, 
do carimbó de Marapanim - Territórios da Arte.
Em agosto o projeto Territórios da Arte, da Universidade Federal Fluminense, a UFF (RJ), em parceria com a Funarte, aportou por aqui a fim de mapear experiências de coletivos de cultura, artistas e produtores culturais. Foram três dias de discussão no Instituto de Artes da UFPA , na Praça da República e Icoaraci. 

Entre depoimentos e uma plateia fervorosa, polêmicas também tornaram espaço, resultando ao final em momentos de aprendizado. Em 2018 devemos ter acesso aos resultados. 

O Territórios da Arte encerrou oficialmente em outubro, com ações no Rio de Janeiro, no qual estive participando pelo blog e representando o Circular Campina Cidade Velha. No evento, que reuniu representantes de coletivos de capitais das cinco regiões do país, ficou claro que a onda dos coletivos e espaços compartilhados é um “fenômeno” que está se espalhando em todo o país. 

A ideia é que a partir desse mapeamento, surjam políticas públicas específicas para esta demanda que só vem se intensificando e somando com o poder público para ações de cidade e não apenas de galerias, teatros e cinemas o que obviamente também não pode faltar.

Patrocínios, editais e leis de incentivo

Baile do Cupijó
Á exemplo, entre os projetos realizados com patrocínios por meio de Lei de Incentivo. Em junho acompanhei uma parte dos ensaios para o show de gravação do DVD Baile do Cupijó. Gravado ao vivo no Teatro Margarida Schivasappa, o trabalho de Jorane Castro faz um resgate da obra de seu tio avô, o lendário músico de Cametá Mestre Cupijó, tão importante quanto Mestre Vieira ou Mestre Verequete. Na ocasião conversei claro com a diretora, mas também com dois músicos que tocaram com Cupijó. O projeto foi realizado pelo Programa Petrobras Cultural.

O Sonido, festival de música instrumental realizado pela Produtora Se Rasgum é outro exemplo. Teve apresentação e patrocínio do Ministério da Cultura e Banpará. Ocupou pelo segundo ano, o Mercado de Carne de Belém, um espaço de patrimônio histórico, ressignificado com shows de altíssima qualidade. Programação gratuita, nos três dias, muito fôlego. Entra na minha lista de retrospectiva como uma das melhores ações da música em Belém este ano. 

Festival Se Rasgum com patrocínio do edital da Oi (Semear) e outros apoios e parcerias, também se destacou promovendo uma grande programação que se espalhou pela cidade, trouxe rodada de negócios com representantes ou organizadores de festivais de outras regiões, além de shows no Parque dos Igarapés, Margarida Schivasappa e na Estação das Docas. Ainda rolaram noites muscais no Ziggy Hostel Club, espaço que inaugurou este ano trazendo novas contribuições para a cena.

Minni Paulo e Rafael Lima (na frente)
Tivemos ótimos momentos também com o JacoFest, festival de música instrumental realizado pelo músico Rafael Lima, nos dias 9 e 10 de dezembro. Fui apenas à segunda noite e foi muito bom. Pena termos ficado sem o Baiacool Jazz Festival, vamos aguardar que o produtor e músico contrabaixista Minni Paulo Medeiros ainda consiga realiza-lo em 2018. O músico brilhou este ano com seu grupo Quarteto Equilibrium.

A realização do Festival Amazonia  Mapping, contou com o patrocínio da Vivo, via Lei de Incentivo à Cultura SEMEAR, e do Boulevard Shopping, via Lei de Incentivo à Cultura Tó Teixeira. Em novembro, ocupou a Praça Felipe Patroni, que funcionou muito para esse tipo de ocupação. Para a ocupação artística os moradores de rua foram retirados da praça e conduzidos pela produção do evento a um abrigo. 

Shows, clipes e carreiras independentes

Aila, no clipe Lesbigay  (Fofo: Julia Rodrigues)
Na área musical, a cantora Aila também ganhou maior destaque no cenário nacional, trabalhando o álbum “Em Cada Verso Um Contra-Ataque”, um dos melhores discos de 2016, fez shows em São Paulo, onde está radicada, e outras cidades do país. Trazendo a liberdade de expressão no contexto político e muita atitude, Aíla lançou o clipe Lesbigay, gravado na maior ocupação artística da América Latina, em São Paulo e que lhe deu a indicação ao Women's Music Event Awards, na categoria videoclipe, com “Lesbigay”. 

O prêmio é o primeiro dedicado exclusivamente às mulheres na história da música brasileira.  Mais recentemente, a cantora também lançou o clipe de "Tijolo". Do mesmo álbum que Lesbigay, a música levanta temas como corrupção, da manipulação da mídia, destruição das florestas e relações de poder.  

Falando em clipe, Antonio Oliveira surpreendeu em seu primeiro, realizado e dirigido por Fernanda Gaia Brito. Viva o Moço! E viva mesmo. O trabalho aborda a liberdade, sexualidade, relações de gênero e transgênero, temas presentes nas universidades, rodas de conversa e na própria expressão estética das relações sociais.

Entre o Pará e o mundo, o Strobo se afirmou no eixo sul e sudeste, viajou ao mercado internacional e trouxe Marina Lima para um show com o duo, em Belém. Momento marcante para fãs da cantora que andou firmando parcerias com Leo Chermont e Arthur Kunz. Leo Chermont conversou com o blog e falou do estúdio Floresta Sonora, que anda gravando muita gente da nova cena musical de Belém, e também de uma possível carreira solo em 2018. 

Tá no blog

Capa do disco Belém Incidental, de Henry Burnett
Henry Burnett bateu um papo com o blog sobre “Belém Incidental, o mais novo CD lançado no início do ano. Também deu entrevista aqui Toninho Horta, um papo muito bacana sobre a carreira dele e seus novos projetos. Ele veio a Belém fazer shows com Delcley Machado, dentro de um projeto em que sempre dois artistas dividem o palco, um com projeção mais nacional, caso do mineiro que fez parte do célebre movimento musical de Minas Gerais, o Clube da Esquina.

Dona Onete lançou o CD Banzeiro, gravou DVD com casa lotada no Margarida Schivasappa, e viu sua carreira ganhar o nível internacional. O blog foi conferir e quase, quase fica de fora. A cantora, descoberta nos anos 1990 pelo Coletivo Rádio Cipó, chegou ao auge da carreira. Foi o ano do carimbó No Meio do Pitiú, que virou Hit. 

Da nova geração A Feira Equatorial chegou com vontade de realizar um trabalho potente e autoral. Lançou o EP Paná  com show no Teatro Margarida Schivasappa, sendo grata surpresa. Estivemos lá e reportamos aqui. Vale citar também o CD A Bença da Lauvaite Penoso, que retoma músicas de mestres da tradição do carimbó de Icoaraci. Bati um papo com um dos integrantes.

Mestre Vieira se recupera e faz shows no Rio e Belém

Mestre Vieira, no show "Acordes do Círio", em outubro
Foto: Débora Flor
Em outubro uma notícia boa. Mestre Vieira, considerado o criador da guitarrada paraense, há um ano fora dos palcos, por motivos de tratamento de saúde, volta à cena. Grava programas de TV e faz shows no Rio de Janeiro, Niterói e depois Belém. Foi emocionando o público por onde passou. No Rio de Janeiro chegou a gravar um clipe com o grupo Noites do Norte, formado por jovens músicos cariocas que pesquisam a sonoridade nortista. 

Em Belém, ainda em outubro, participou do show "Acordes do Círio". No dia 29 do mesmo mês, completou 83 anos com grande festa em sua cidade, Barcarena. No momento, porém, já em meados de dezembro, nosso guitarreiro deu uma parada e segue aos cuidados da família. Enquanto isso, a cultura da guitarrada está nas discussões  de redes sociais, em festas e em blogs especializados, como o Lambada das Quebradas, de Bruno Rabelo e André Macleuri, que já integraram  a banda de Vieira. 

Félix Robatto, que comanda a Lambateria  completou um ano de festas no Fiteiro, e que foi também o mentor da extinta Quintarrada, no Templários,  fundou recentemente com outros músicos,  o Clube da Guitarrada. Os sócios se reúnem sempre no primeiro domingo de cada mês, no Espaço Cultural Apoena, que aliás tem sido um dos cenários de diversas outras iniciativas musicais na cidade. 

Espaços Institucionais

A cultura do Boi de Máscaras, no Sesc Boulevard
Foto: Marcelo Lelis
Ainda dentro da agenda cultural o Teatro do SESI, que se abre como mais uma sala de espetáculos em Belém. Foi reinaugurado em outubro com show de Leila Pinheiro e a Orquestra Vale Música, com participação de Sebastião Tapajós.  Entre outros shows do mês de inauguração, não posso deixar de citar o Acordes do Círio , que reuniu verdadeiras joias da música paraense, brasileira e internacional. Sebastião Tapajós, Mestre Vieira, Mestre Solando e Mestre Laurentino. Eles nos deram alguns dos momentos mais emocionantes já em reta final de ano.

Incentivando e fomentando a cena cultural, o Sesc Boulevard manteve programações musicais, mostra de cinema, oficinas, contações de histórias, exposições e debates filosóficos. Recentemente realizou o Mestras da Cultura Popular e abriu um debate em torno do patrimônio no centro histórico, enfatizando o bairro da Campina.

Um dos momentos inesquecíveis também foi o show de Vitor Ramil dentro da programação do Festival Internacional de Música do Pará da Fundação Carlos Gomes. Só ele e o violão além de uma plateia afinada e hipnotizada (risos).  

Os espaços da Fundação de Cultura do Pará - Casa das Artes e Curro Velho, Teatro Margarida Schivasappa e Waldemar Henrique receberam lançamentos de EPs e CDs, shows e espetáculos de música e teatrais, realizados, em sua maioria, por meio dos micros editais SEIVA - Programa de Incentivo à Arte e à Cultura. A cineasta Zienhe Castro lançou um curta metragem inspirado na fotonovela "Josefina", da fotógrafa Walda Marques, acessando o recurso que é direto. Dois deles com inscrições abertas: Bolsa de Experimentação Artística (atualmente aberto) e Pauta Livre (aberto). O Produção e Difusão abre no início de 2018. 

Fotografia

Fotografia de Elza Lima
A fotografia paraense mais uma vez ganhou destaque em vários momentos em 2017. Para citar um deles, vai o lançamento dos livros álbuns dos fotógrafos paraenses Elza Lima e Guy Veloso. Foram lançados no 7º Festival da Fotografia de Tiradentes, em Minas Gerais. O blog teve o prazer de receber as obras, que trazem as histórias dos fotógrafos contadas por eles mesmos nos volumes 5 e 6 da Coleção IPSIS de Fotografia Brasileira. Organizados pelo jornalista e curador Eder Chiodetto, as obras trazem uma gama volumosa e importante de fotos que norteiam as carreiras de ambos.

Não posso deixar de citar também o lançamento de Bar do Parque, livro de fotografias de Bruno Pellerin, fotógrafo francês radicado em Belém e apaixonado pelo cenário musical dessa cidade que traz inúmeras referencias à França em sua arquitetura. O Bar do Parque é apenas uma delas e era um sonho antigo a publicação do livro. Saiu com recursos próprios e apoio da Aliança Francesa. O lançamento, na Casa do Fauno reuniu amigos, fotógrafos, além de alguns convidados especiais de Bruno, os garçons do Bar do Parque. O fotógrafo dedicou o livro a eles também.

O lançamento do catálogo de "Retumbante Natureza Humanizada", de Luiz Braga, em junho, selou uma programação comemorativa da carreira do fotografo, iniciada em outubro de 2016. E também em destaque as programações da Associação Fotoativa, que trouxe debates e propôs trocas como meio de resistência no meio da fotografia.

Fim de rota

Jardim Percussivo no Sesi (Foto: Cláudio Ferreira)
Para encerrar esse passeio, vou registrar aqui a matéria sobre o show de lançamento do CD Jardim Percussivo, em dezembro, no Teatro do SESI. O trabalho traz obra de Márcio Jardim, percussionista do Trio Manari, gravado a partir de um laboratório musical com jovens estudantes de música. O show foi uma das parcerias do blog firmadas este ano com a produção cultural da cidade.

Não tem postagem no blog, mas vou incluir nesta retrospectiva que o blog Holofote Virtual recebeu pela segunda vez o Prêmio Destaque de Imprensa na categoria mídia digital do Banco da Amazônia, desta vez em reconhecimento às reportagens de cultura e turismo sustentável em Belém do Pará, uma grata surpresa e sempre um incentivo profissional. Em 2018, o Holofote Virtual vai completar 10 anos de atuação, vamos ver se  a gente consegue comemorar!  

Espero que tenha sido um passeio prazeroso. É claro que nem tudo foi citado e que o blog nem de longe cobriu ou divulgou tudo que foi produzido, realizado ou se tornou notícia no meio cultural em Belém, mas até amanhã novas postagens de balanço de final do ano irão ao ar, e na próxima trago um bate papo com o professor de filosofia, Ernani Chaves sobre o cenário cultural brasileiro em 2017. Fico por aqui, leitores e amigos. Um ótimo ano novo para todos vocês.

Cronologia

Para quem gosta da ordem cronológica, disponibilizo links que estão citados ao longo dessa retrospectiva,  por ordem de mês de postagem:

Clique na manchete para acessar a reportagem completa
Outros links em destaques


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