1.6.18

Um Circular junino no Centro Histórico de Belém

Foto: Cláudio Ferreira/Arte: Márcio Alvarenga
O 22o Circular Campina Cidade Velha é neste domingo, 3 de junho, com programação, das 8h às 20h, em três bairros históricos de Belém. São quase 100 ações em mais de 30 espaços culturais que participam desta edição. O projeto conta com patrocínio da Lei Rouanet e Ministério da Cultura, por meio do edital do Banco da Amazônia, realização da Associação Amigos de Belém, com apoio institucional do IPHAN, Fórum Landi e UFPA.

Neste mês de junho, como a época pede, vai ter brincadeiras e delícias juninas em vários espaços, como quadrilha, no Largo de São João, Cordão de Pássaro, no Sesc Boulevard, e danças tradicionais da época, no Giza Carla Atelier, além do ensaio do Batalhão de Estrelas, na Praça dos Estivadores, e ainda vasta programação na sede do Instituto do Pavulagem. 

Também participam novos espaços neste domingo, como  a Galeria Belchior, que fica na Rua Cametá, N. 95, entre Joaquim Távora e Pedro Albuquerque, na Cidade Velha, e que abre seu porão, logo pela manhã, para um mutirão do grafite. O espaço cultural além de exposições e oficinas também é estúdio de música eletrônica. 

Participa pela primeira vez da circulação, o Solar Colaborativo. Destinado à fomentação da economia criativa e do trabalho autoral, o espaço é uma espécie de incubadora de ideias para quem precisa criar, ensinar e se reunir em um ambiente dinâmico e acolhedor, fica na Assis de Vasconcelos, 488, entre Aristides Lobo e Ó de Almeida.

Ocupando praças e ruas da nossa história

Capela de São João aberta no domingo/Foto: Cláudio Ferreira
Nesta edição também há várias ações em praças e ruas do centro histórico. Na Praça das Mercês, além das oficinas e vasta programação da Fotoativa, também haverá uma ação de educação ambiental da Associação Amigos de Belém, que está convidando a população para um mutirão de limpeza, recolhendo o lixo depositado nos lagos e no chão da Praça, e que cada participante faça registros com câmeras ou celulares, imagens durante toda a ação, no bairro da Campina.

No Largo de São João, na Cidade Velha, outras ações, envolvendo oficinas de hortaliças e coleta seletiva entre outras atividades, serão desenvolvidas pelos projetos Verde Cidadão, Laboratório da Cidade e Rede de Cooperação Solidária e de Segurança. Pela parte da manhã e da tarde também será preparada a ornamentação para uma festa junina que acontecerá já à noite. Mas a novidade da manhã é que o público poderá fazer visita à capelinha de São João, obra de Antônio Landi. 

Roteiro Geo Turístico na Campina/Foto: Otávio Henrique
A programação ainda conta com passeio a pé pelo bairro da Campina, com o Roteiro Geo Turístico, que sairá da Avenida Portugal em frente ao Museu do Bonde, às 8h30, seguindo um trajeto que levará os participantes a uma visita guiada no Arquivo Público e em seguida fará paradas em frente à Capela do Pombo (na Campos Sales) e do Grêmio Literário Português (na Manoel Barata). Outro passeio será de bicicleta, com o Bike Tour, que passará por espaços culturais, como museus e galerias. A saída é às 8h30, do Forte do Castelo.

Outra ação muito bacana vai ser na Rua Gurupá, esquina da Rodrigues dos Santos, na Cidade Velha, quando os moradores, com apoio da Rede Sereia, Casa Velha 26 e Espaço Cultural De Bubuia, promovem uma sessão de cinema muito interessante. A programação inicia às 19h, com a exibição do videoarte “Transluciferação” (2016), de Galvanda Galvão e Izabela Leal., segue com o curta “A Gurupá”, documentário da Treme Filmes e Produções, e encerra com o dilacerante longa metragem “Estamira”, documentário de Marcos Prado. 

Muita contação de histórias para a criançada

Mostra de Contação de Histórias / Foto: Cláudio Ferreira
Para quem está pensando em circular com as crianças vale participar das diversas contações de histórias previstas na programação do Coletivo Aparelho, no Mercado do Sal, na Fotoativa, no Largo de São João e no Atelier da Giza Carla. 

Destaco aqui a V Mostra de Contação de Histórias do Mercado do Sal, projeto do Coletivo Aparelho contemplado com patrocínio do Banco da Amazônia, por meio de edital. Ao todo serão cinco histórias, sendo a primeira delas “A Bailarina Tartaruga”, que será contada por Cleber Cajun, também na Praça das Mercês, na sede da Associação Fotoativa, às 11h.

A segunda história será “Clarinha na Ilha”, com Vandiléia Foro, que por meio do texto de Maria Clara Machado, vai narrar a história de uma menina que ao brincar de barco em sua banheira, imagina fazer um passeio por uma ilha, onde encontra animais diferentes do que conhecia, estranhos mas que garantem uma história cheia de aventuras e novas descobertas. 

A terceira história fica por conta de Lucas Alberto, da Cia Sorteio de Contos. “Quando eu aqui cheguei” faz parte da pesquisa do ator com foco nas expressões populares e no universo infantil. O conto desta vez é inspirado na história real de como os africanos trazidos forçadamente ao Brasil se encontram com as etnias indígenas. A contação narra a histórias de dois meninos que se encontram na cidade e decidem se ajudar mutuamente.

Público no Mercado do Sal / Foto: Cláudio Ferreira
“Dormindo Fora”, com Sandra Perlin, é a quarta história a ser apresentada na mostra do Mercado do Sal. Fala de uma menina que vai dormir fora de casa pela primeira vez.  A casa que a acolhe é uma família diferente da sua, tem pai, mãe e dois irmãos gêmeos. A atriz aborda da emoção e felicidade de poder conviver com o Outro, o diferente.

Fechando a V Mostra de Contação de Histórias tem uma apresentação diferente. “Yel”, com Aníbal Pacha, da Cia. In Bust Teatro com Bonecos/Coletivo de Animadores de Caixa, é uma apresentação feita com caixa, de forma ambulante e individual. A personagem que carrega a caixa escolhe e é escolhida por quem vai ter revelado o mistério. O tempo e espaço são determinados pelo encontro de uma pessoa por vez.

Projeto discute abandono dos bairros históricos

Abandono explícito do poder público nos bairros históricos.
Foto: Cláudio Ferreira
O Circular é uma iniciativa da sociedade civil organizada, que busca soluções para diversas situações de abandono no Centro Histórico de Belém.  Depois que o projeto iniciou no final de 2013, o público voltou a frequentar os espaços culturais situados nos bairros históricos, que sofrem com a sujeira, violência e outros problemas sociais. 

Em novembro do ano passado foi lançado um documentário, em que gestores, artistas e produtores culturais, além de moradores e visitantes enfatizam a importância do projeto, como eixo de uma discussão ampla sobre os bairros históricos. Há muito a ser feito, mas ocupar estes espaços, conhecer nossa história, é um começo para reivindicar atenção e investimentos do poder público, responsável pela infraestrtura e programas sociais que atendam a população. Estes e outros assuntos serão discutidos no 1º Fórum Circular que será realizado no mês de setembro, antecedendo a 24ª edição do projeto.

Serviço
22ª Edição do Circular Campina Cidade Velha
Dia 3 de junho – Domingo
Das 8h às 20h
Vários espaços no Centro Histórico de Belém
Programação completa: www.projetocircular.com.br

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