30.11.19

Exposição do Circular traz fotos e documentário

Quem for circular neste domingo, dia 1º de dezembro, durante a programação da 29ª edição do projeto Circular, terá no percurso a exposição “A Pele Que Habito”, que reúne os  trabalhos dos fotógrafos Cláudio Ferreira, Otávio Henriques e Ursula Bahia.  Inaugurada no dia da abertura do 2º Fórum Circular – Patrimônio, Cidadania e Sustentabilidade, em 21 de novembro, a mostra  segue aberta a visitação ao público até dia 3 de janeiro de 2020, na Galeria Fidanza, no Museu de Arte Sacra.

(Texto: Wanderson Lobato/Projeto Circular)

Além das fotos, também integra a exposição, o documentário “Experiência Circular – Encontros e Afeto no Centro Histórico de Belém (Projeto Circular, 26min. Dir. Mário Costa), que traz momentos das circulações durante os anos de 2016 e 2017, depoimentos da equipe gestora do projeto, além de parceiros e de pessoas que circulam durante as edições.

As fotografias também têm como cenário principal o Centro Histórico de Belém mas, em especial, o bairro da Cidade Velha. Produzidas durante o trabalho desses profissionais, no registro das edições e também dentro da pesquisa imagética para o Mapa Afetivo que será lançado ainda neste mês de dezembro, as imagens nos convidam a circular pelas memórias, histórias e personagens do patrimônio material e imaterial da nossa cidade.

Um mergulho na infância e na história

Foto: Manuel Siqueira
Ursula Baia, começou a fotografar desde os 15 anos de idade quando começou as registrar as viagens da família e os eventos do colégio e desde então não parou mais, participando de oficinas de fotografia em Belém e em São Paulo, onde morou por algum tempo. Para a fotógrafa, o maior desafio foi buscar a beleza das imagens retratando os casarões históricos deteriorados.

“Vejo o trabalho como uma forma de aprimorar o meu olhar como artista, como fotógrafa. E mostrar a beleza dentro do patrimônio histórico, mesmo com a deterioração, a falta de cuidado”, completa.

Estudante do Colégio do Carmo, localizado na Cidade Velha, Ursula conta que sempre teve vontade de conhecer muito dos casarões registrados por ela e que hoje fazem parte da exposição. “Pra mim foi uma emoção muito grande. Saber as histórias dessas casas, das famílias. Realizei um sonho. E espero que através do meu olhar, possa fazer com que as pessoas também percebam um pouco das histórias das casas, das famílias, da Cidade Velha”.

Fotógrafos contam experiências no circular

Foto: Manuel Siqueira
Antes mesmo de trabalhar no projeto, Otávio Henriques ao lado do irmão, Claudio Ferreira, já registravam as ações do projeto e o circular das pessoas pelo Centro Histórico. Para Otávio, o projeto é uma oportunidade de adquirir conhecimentos variados.

“O projeto faz isso, a gente conhecer os espaços. Eu não tinha esse conhecimento todo da cidade, do patrimônio. A gente tá trabalhando, mas tá aprendendo também e ganhando informações, coisas que não conhecia. O projeto gera conhecimento amplo sobre diversas temáticas, mas o principal é que aproxima as pessoas”, afirma.

O fotógrafo conta que a ideia da exposição começou a ser construída no início do ano e que após algumas conversas foi se desenhando o perfil das imagens a serem expostas, voltadas para as pessoas que vivem o dia-a-dia do Centro Histórico. “Decidiu dar ênfase para as pessoas que moram nos bairros. Resolvemos pegar material vasto que a gente tem e contar um pouco da história da cidade, não só da Cidade Velha, mas também de quem mora no bairro”.

O fotógrafo conta que uma das fotos da exposição surgiu após o término de um dia de trabalho num dos momentos de interação com um dos moradores da Cidade Velha. Enquanto esperava uma chuva passar, ele ficou na Igreja de São João conversando com o Pelé, um dos antigos moradores do bairro. “Gosta de fotografar as pessoas. Gosto de conversar, saber das histórias. Fiquei ouvindo o Seu Pelé falar do tempo que ele faz parte da Igreja e das chaves da igreja que ele carrega e me pediu pra fazer uma foto dele. Aí eu fiz e tá na exposição”, conta.

Foto: Ursula Bahia
Quando ganhou uma máquina de fotografar do irmão, em 2010, Cláudio Ferreira descobriu que estava ali o caminho que iria seguir e largou o curso de Ciências Contábeis. Desde então, coleciona premiações. Para ele, o Projeto Circular é uma oportunidade de conhecer lugares que de outra forma dificilmente conheceria. “ Acho bacana que mesmo quando não fazia parte do circular ele abre as portas de lugares que a gente não tinha visão de ir lá conhecer, como o Porto do Sal que conheci através do Circular”, conta.

Acompanhando as ações do projeto, o fotógrafo vai registrando as atividades e novos personagens que compõem o Centro Histórico. “São fotos mostrando as ações, mas não só isso, também a participação das pessoas e o que acontece ao redor. Como os indígenas da Venezuela, que já fazendo parte da Cidade Velha. Durante o Projeto, a criançada tá brincando ali no meio. Acho muito legal isso.”

A 29a edição do Circular Campina Cidade Velha traz neste domingo, 1o de dezembro, trazendo uma programação plural em diversos outros espaços culturais espalhados pelos bairros da Campina, Cidade Velha, Reduto e imediações. A programação completa já está no site: https://www.projetocircular.com.br/2019/11/7879/ . Mais informações: 91 98134.7719.

O projeto Circular é uma realização da sociedade civil organizada e Associação Amigos de Belém, com patrocínio do Banco da Amazônia, Alubar e Fundo Casa, por meio da Lei Rouanet, Ministério da Cidadania, Governo Federal, copatrocínio da Cultura Rede de Comunicação e apoio do IPHAN, UFPA, Sesc e Milton Kanashiro.

Serviço
Exposição “A Pele que Habito”- fotografias e documentário. Aberta até dia 3 de janeiro, na Galeria Fidanza do Museu de Arte Sacra. Aberto de terça a sexta, das 9h às 17h, e aos sábados e domingos, das 9h às 13h, com exceção deste domingo de Circular (1º Dez.), quando o espaço fica aberto até 17h, com entrada gratuita. Complexo Feliz Lusitânia – Cidade Velha.

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