Na semana que passou o cinema brasileiro foi destaque no sudeste do Pará, durante o Curta Carajás – Festival de Cinema de Parauapebas, que ocorreu entre os dias 10 a 14 de novembro.
Mais de 140 curtas-metragens, de dezesseis estados brasileiros, foram inscritos na Mostra Competitiva do Curta Carajás.
Destes, 48 foram selecionados para a exibição e concorreram aos prêmios de melhor curta-metragem, melhor roteiro, melhor montagem e melhor curta-metragem eleito pelo voto popular.
Mais de 140 curtas-metragens, de dezesseis estados brasileiros, foram inscritos na Mostra Competitiva do Curta Carajás.
Destes, 48 foram selecionados para a exibição e concorreram aos prêmios de melhor curta-metragem, melhor roteiro, melhor montagem e melhor curta-metragem eleito pelo voto popular.
Dos 10 curtas paraenses que se inscreveram, um foi selecionado para a mostra competitiva e os outros foram exibidos na mostra da ABDeC-Pa, que apoiou a organização do evento. Os grandes vencedores foram produções vindas de Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará.
O prêmio de melhor curta-metragem foi para o filme “Brasília (título provisório - DF)”, do diretor J. Procópio (na foto abaixo). Além do troféu, o diretor recebe a quantia de R$ 5.000,00 por ter vencido o festival. “Para pedir perdão”, de Iberê Carvalho, venceu na categoria de melhor roteiro e recebe o valor de R$ 3.000,00.
Também de Brasília, o curta “Quarto 38” (SP), de Thomas Hale, teve a melhor montagem e leva o prêmio de R$ 2.000,00. O filme também ficou empatado na votação popular com “Pronta Entrega” (RJ), dirigido por André Migueis. Os dois dividem a premiação de R$ 2.000,00.
O Júri Técnico, formado por Pedro Novaes (GO), Yuri Vieira (GO), Bruno Assis (PA) e Homero Flávio (PA), ainda concedeu menções honrosas a dois documentários. Uma delas foi para “A casa dos mortos” (DF), dirigido por Débora Diniz, a outra, para “Fractais Sertanejas” (CE), de Heraldo Cavalcanti.
Além das exibições, feitas em uma sala montada em praça pública, o festival também encerrou suas noites badaladas com música ao vivo. No encerramento o La Pupuña foi a atração principal.
Na abertura do festival, poucas palavras e muitos filmes.
“Começamos mostrando o espírito do evento: exibindo filmes. Preferimos não demorar muito com uma grande cerimônia oficial e já entramos na Mostra Competitiva. Alguns convidados, produtores, o Secretário de Cultura e eu falamos umas curtas palavras. O mais,foi cinema e pipoca”, disse Diego Pajeú, da organização do festival, em entrevista concedida ao HolofoteVirtual. Confira tudo na íntegra. Informações detalhadas sobre o festival, no site do evento: http://www.curtacarajas.com/
ENTREVISTA
Como surgiu a idéia de realizar um festival nacional de cinema em Parauapebas?
Diego Pajeú: A Secretaria Municipal de Cultura de Parauapebas possui uma Coordenação de Comunicação e Audiovisual, responsável por planejar e executar as ações voltadas a essa área específica. Foi daí que surgiu a idéia, levando também em consideração algumas iniciativas anteriores, como as mostras de cinema promovidas pelo Labirinto Cinema Clube e a própria necessidade de se oferecer à população o acesso ao universo do cinema.
Quais foram os principais desafios?
Diego Pajeú: Nossa equipe é pequena e talvez esse tenha sido nosso maior desafio, dar conta de um grande festival com um quadro de pessoas reduzido. Mesmo assim, conseguimos alcançar nossos objetivos.
Há cinemas em Parauapebas? Como é a presença do audiovisual no cotidiano da cidade?
Diego Pajeú: A sala de cinema mais próxima da sede do município fica a pelo menos 25km, no Núcleo Urbano de Carajás (construído pela mineradora Vale para abrigar seus funcionários). Essa situação dificulta o acesso e o contato, principalmente das pessoas que não têm muitos recursos financeiros.
Não há demanda de produção audiovisual nesta região?
Diego Pajeú: Ao invés de demanda, prefiro falar de possibilidades. Elas são muitas. Vivemos em meio a um caldeirão de diversidade cultural que nos oferece uma enorme variedade de temas, abordagens, direcionamentos, etc. Acredito que podemos falar de nós mesmos, utilizando a linguagem do audiovisual, sem cair nos estereótipos reproduzidos cotidianamente pela mídia hegemônica, por exemplo.
Foi incluída, de última hora, na programação, uma mostra local. Por que não se tinha pensado nisso antes?
Diego Pajeú: Parauapebas ainda não tem uma tradição de produção cinematográfica. O festival é o primeiro passo para que isso ocorra. Alguns filmes produzidos aqui foram inscritos, mas não passaram na seleção para a Mostra Competitiva, então decidimos exibi-los em uma mostra paralela, como forma de valorizar e incentivar a produção local. As oficinas oferecidas pelo festival fazem parte desse projeto, que também visa a qualificar as pessoas interessadas em produzir filmes.
No início deste ano foi realizado o projeto Cinema em Movimento em Marabá, Canaã dos Carajás e Parauapebas. Houve projeções e oficinas das quais surgiram três filmes. Vocês já viram?
Diego Pajeú: Nós ainda não vimos os filmes e eles não estavam na programação.
Os diretores fora do Pará estiveram presentes no evento?
Diego Pajeú: Sim. Para nós foi uma honra receber André Migueis e Fausto Mota, diretor e produtor do curta Pronta Entrega, respectivamente. Eles vieram do Rio de janeiro, há mais de 2.600 Km de distância prestigiar nosso evento e assistir à exibição do curta que eles produziram. O Pronta Entrega já foi selecionado para outros festivais, mas a primeira exibição dele foi no Curta Carajás.
O que vocês esperam com a realização deste festival?
Diego Pajeú: O nosso objetivo é oferecer mais uma possibilidade de acesso, produção e difusão da cultura por meio do cinema. A realização do festival em praça pública, as oficinas gratuitas e o contato com a diversidade (que é uma característica fundamental da formação cultural do nosso município) são alguns aspectos importantes desse projeto, que não acaba aqui.
Iremos realizar ações continuadas relacionadas ao audiovisual durante todo o ano que vem. No próximo festival, já devemos colher os primeiros resultados disso tudo.
Não há muitos filmes paraenses, mesmo contando com os da mostra ABDeC-PA.
Diego Pajeú: Foram inscritos dez filmes do Pará. Seis de Parauapebas, dois de Belém, um de Castanhal e um de Canaã dos Carajás. Somente um filme de Belém foi selecionado: “A Carta”, do diretor Carlos Eduardo Bessa.
Dizem que quando um projeto finalmente é posto em prática, já é hora de pensar no ano seguinte. Vocês já estão pensando no 2º Curta Carajás?
Diego Pajeú: Com certeza. Esse primeiro festival já nos dá uma grande experiência para organizar o segundo. Os erros e acertos serão analisados e queremos que o próximo seja ainda maior e melhor que este. Algumas ideias novas já surgiram, mas vamos deixar em suspense, até o ano que vem.
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