16.1.12

Cineclube do IAP exibe "Pacific" em sua retomada

O longa do pernambucano Marcelo Pedrosa vem gerando polêmica por ter sido montado com os trechos de filmagens feitas pelos passageiros de um navio em viagem para Fernando de Noronha. A sessão inicia às 19h, seguida de debate. No auditório do IAP, na Praça Justo Chermont, ao lado da Basílica de Nazaré. 

Hoje em dia, com a facilidade de acesso às tecnologias de filmagem, quase todo mundo pode fazer um filme se juntar os registros que vem fazendo e acumulando por anos no HD de seu computador. Já pensou, reunir em um filme os melhores momentos de nossas vidas? 

Foi mais ou menos isso que o cineasta Marcelo Pedrosa fez em Pacific (PE, 2009). Mas ao invés de utilizar imagens pessoais, ele montou seu longa a partir de vários registros amadores, produzidos pelos turistas que fizeram um cruzeiro entre Recife e Fernando de Noronha. 

Graças a isso, o cineasta e sua obra tem sido polemizados. Cinema pós-contemporâneo, documentário surpresa, um filme questionador são apenas algumas das denominações dos críticos para Pacific. Em uma de suas entrevistas, Marcelo Pedrosa diz que nunca esteve pessoalmente no navio, uma escolha sua.

“Preferi me manter distante para me relacionar apenas com as imagens e o que elas me traziam. Portanto, quem fez toda a negociação em torno da liberação das imagens foi uma equipe de produtoras que embarcou no Pacific e lidou diretamente com os personagens”. 

O filme ganhou espaço em discussões e mostras e superando todas as expectativas, foi exibido na 29ª Bienal de São Paulo, na 13ª Mostra de Cinema de Tiradentes e em vários outros festivais, ganhando prêmios de melhor filme na 9ª Mostra do Filme Livre, no 4º Panorama Coisa de Cinema de Salvador e no 1º CachoeiraDoc (BA). 

Curioso, amado por uns e odiado por outros, o fato é que a partir do longa, Jean Claude Bernardet, cineasta e um dos maiores teóricos e críticos do cinema brasileiro,  com especial atenção ao documentário, trouxe novos questionamentos sobre ética documental, padrões estéticos, espetáculo, encenação e a transposição do privado ao público no cinema. 

A exibição do filme reinicia a programação do Cineclube Alexandrino Moreira este ano. Após a sessão haverá um debate com participação de Indaiá Freire (Mestra em Literatura e produtora), Cláudia Kahwage (Antropóloga e Realizadora) e Ricardo Harada Ono (Curso de Cinema e Audio Visual e de Artes Visuais - FAV/ICA/UFPA).

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