26.1.12

No ar o 1º videoclipe da Picanha de Chernobill

Samir Raoní no videoclipe
A banda gaúcha está lançando, hoje, o videoclipe oficial para a faixa “Velhos Sonhos”, do CD “O Velho e o Bar”, lançado ano passado. O vídeo, que tem participação do artista ativista Samir Raoni, de Belém, entra no ar à meia noite, através do site da banda e seu canal no youtube.

“Rock é o nosso tempo, baby, rock and roll é isso”. A frase de Gilberto Gil que faz parte da letra de “Chuck em Berry Fields Forever”, gravada pelos Doces Bárbaros nos anos 70, um trocadinho bem humorado da composição Strawberry Fields Forever, dos Beatles, ajuda bem a definir a filosofia sonora e a cena independente da banda Picanha de Chernobill, formada por Matheus Mendes (vocal), Chico Rigo (Guitarra Solo), Lucas Bosca (Guitarra Base) Gordo Schmitt – Baixo e Diego "Babaloo" Berquó (Bateria). 

Estrelando na cena do videoclipe, está Samir Raoní, conhecido da cena independente de Belém. Ligado ao coletivo Casarão Floresta Sonora, entre outros ligados a cine-ativismo, memória de Mestres Griôs, Educomunicação e Econômia Solidária, ele encontrou Mateus e Chico em dezembro, quando fazia suas experimentações artísticas no IV Congresso do Circuito Fora do Eixo, realizado em São Paulo, na USP. 

Do encontro deles em Sampa, surgiu logo o convite para participar do videoclipe. Hoje, em Porto Alegre, todos estão em ritmo frenético para logo mais soltar na rede o videoclipe, uma espécie de primeiro filho, criado com todo carinho e sonhos do mundo. 

Da acidez à melancolia, a banda formada em 2007, lançando o segundo CD em 2011, traz como característica uma diversidade a que se permite o rock’n roll.

Acreditando na força da rede virtual, a Picanha de Chernobill (ah, a escolha deste nome tem inúmeras versões) está espalhada em diversos vídeos no youtube, entrevistas em blogs e sites gaúchos, no Face Book, Twitter e onde mais sua imaginação puder te levar, como me diriam Chico Rigo ou Samir Raoní... O CD está disponível no site também, aproveite para ouvir.

Assinado pelo publicitário Mário Pertile, o site do grupo segue o "estilo de renovação e evolução sonora do novo disco, criando um clima oldschool nostálgico gerado pelas fotos de Andy Marshal", da Airon Fidler Films, a mais nova parceria do grupo. 

Mas para falar mais sobre a banda, sobre esta trajetória e o novo trabalho, o Holofote Virtual entrevistou ontem à noite Chico Rigo e Samir Raoní. Vamos ao bate papo.

Holofote Virtual: Chico, tudo bem? Olha deu pra perceber que a banda tem certa filosofia, compartilha e fomenta a cena junto a outras bandas que estão aí, como surge esta veia?

Chico Rigo: Surgiu da percepção de que para um cenário existir ele precisa que as bandas estejam fortalecidas e nós da Picanha de Chernobill temos esse entendimento bem claro. Usamos os espaços de divulgação para dar força a músicos que admiramos na cena independente e, dessa forma, apresentar para o nosso público essas outras bandas. E tem muita gente boa por ai, por que não compartilhar?

A história do rock'n'roll demonstra inúmeros exemplos de bandas que apoiavam-se: do British Rock dos anos 60 às bandas de Seattle do começo dos 90. Esses são exemplos pra ilustrar a importância das parcerias entre os músicos e de como a união leva a um maior fortalecimento da cena local. 

Holofote Virtual: Vocês vieram de São Paulo, onde participaram do IV Congresso do Circuito Fora do Eixo. Neste momento, em Porto Alegre, também devem estar participando do Fórum Social Temático. Qual a opinião de vocês sobre estes movimentos e como é que artistas, bandas e jovens músicos (ou não) estão se apropriando deste território? Quais os desdobramentos possíveis? 

Chico Rigo: O fundamental desses movimentos é tentar tirar as algemas da arte. Não podemos mais ficar a mercê dos interesses financeiros de quem "investe" em cultura no Brasil. A perspectiva é boa e a realidade tende a melhorar. Sempre fui um otimista e acredito que as discussões, tanto no Congresso Fora do Eixo quanto no FST e até as Conexões Globais, primeira reunião do PAN, estão levando ao aprimoramento dessa nova relação dos artistas entre si e de como essa união pode trazer mais investimentos para o meio cultural. 

Tudo isso passa pelo entendimento do artista de que não basta sonhar, deve-se agir. E nada melhor do que estar com quem tem os mesmos sonhos e passa pelas mesmas dificuldades. O Fora do Eixo possibilita essas experiências e fortalece a relação entre artistas de todo o Brasil. Desde ajudas técnicas a respeito de editais até a possibilidade de turnês pelos quatro cantos do país. 

Da mesma forma, nós temos nossa responsabilidade com divulgação, hospedagem, agenciamento de shows, etc. de artistas que venham à cidade. Vamos fazer uma turnê pelo Sudeste e Sul juntamente com os amigos da banda “Os Vespas” e com o Samir Raoni. Essa turnê só foi possível graças a articulação que o Fora do Eixo está nos proporcionando. Outro exemplo é a linda participação do Samir em nosso clipe.

Holofote Virtual: Falando nisso, Samir, como foi este encontro?  

Samir Raoní: Conheci o Chico em Sampa no IV Congresso Fora do Eixo. Ficamos no mesmo quarto, o irradiante quarto 14 no alojamento de educação física da USP, onde boa parte do congresso aconteceu.

Em uma imersão de vivencia que durou uma semana pude conhecer e compartilhar de sonhos e irmandade com os integrantes da banda Chico (guitarrista) e Matheus (Vocalista). No congresso eu, Lucas Gouvêa e Mateus Moura (que conheces bem) fizemos intervenções artísticas nos mais variados espaços do congresso. Eu, performance, e Lucas e Mateus, audiovisual. 

Daí surgiu o convite, tendo em vista que de Sampa, eu ia para Porto Alegre fazer intercâmbio com a Casa Fora do Eixo e tentar dar um pé na Argentina, que fica pertinho. Em Porto Alegre, Chico me convidou para ficar na casa dele, que fica no Bairro do Bom Fim, um saudoso bairro de artistas das mais várias linguagens, além de ser um bairro de estudantes, ficando muito perto dos pólos universitários.

Hospedado no recinto do Chico, conheci o quartinho do rock, ambiente indefinível que tivemos maravilhosas conversas e compartilhamentos que foi aprofundando nossa relação e conectando percepções e sensibilidade sobre essa performance tântrica que pretendia fazer na música. 

Chico me apresentou muitas coisas que me ligaram diretamente ao espírito áurico da banda, e a relação deis de a chegada ate o belo dia que nossos futuros velhos sonhos foram eternizados em uma dimensão que já estava ali, repleta de símbolos, com todos seus timbres, movimentos e trajes que se fizeram vivos em um dia de conexão entre todos os integrantes da banda, que fui conhecendo no decorrer de minha estada em POA, com momentos únicos na casa do Chico. 

Picanha de Chernobill
Holofote Virtual: Como foi esta experiência de fazer o vídeoclipe? 

Samir Raoní: Foram muito profundos os momentos que compartilhamos juntos. Parecia que há anos não nos víamos, o reconhecimento foi imediato.

Tudo isso contribuiu para que eu ficasse totalmente à vontade com eles, e pudesse libertar os movimentos inspirados em uma dança tântrica indiana, que faz referência ao Shiva Nataraji (o deus da dança).

É uma espécie de andança, com o objetivo de elevar a consciência através da dança, onde cada um busca os movimentos dentro de si, até que o dançarino suma e só exista a dança. O processo foi todo intuitivo. Só deu certo porque todos nós estávamos bastante conectados. Não teve roteiro prévio. Fluiu. 

Holofote Virtual: Chico, nesta quinta vocês lançam o videoclip da música "Velhos Sonhos", o oficial do disco "O Velho e o Bar'. Onde vocês gravaram? O disco existe materialmente ou só está na internet ainda? 

Chico Rigo: O lugar que gravamos é o jardim secreto da tua imaginação, onde os sonhos não são sonhos e os cuscos são levianos. Quer ir pra lá? Após ver uma apresentação do Samir em São Paulo eu o convidei para participar de um clipe da banda. Por sorte, ou destino, ele acabou vindo a Porto Alegre nesse ano, a amizade fortaleceu e o clipe saiu naturalmente, como deve ser. 

O CD "O Velho e o Bar" foi lançado em 2011 e é fruto de nossa vitória no concurso "A melhor banda é daqui" da cerveja Polar. O concurso reuniu 179 bandas de todo o Rio Grande do Sul. Com a vitória, ganhamos a gravação de um disco, nosso segundo (O álbum de estréia "Picanha de Chernobill" foi lançado em 2009 e contém a música "Và" regravada por Crystian e Ralf em seu mais recente disco "Para sempre Irmãos"). 

Os dois CDs saíram materialmente e estão disponíveis para download no www.picanhadechernobill.com.br. Picanha de Chernobill é rock'n'roll ou como falaram certa vez: "Do Mantra à Pauleira". O tom do disco é o que nos permite viajar em seu som. Estamos ai, assim como você também pode estar, basta dar play e se deixar fluir. 

Holofote Virtual: É, eu tinha acabado de ver o videoclipe, com exclusividade, aliás, pelo email enviado por vocês, e vi e ouvi algo suave, leve. Depois vi outro vídeo com uma apresentação de vocês num rock’n roll rasgado. Quais influências diretas da banda? Como vocês se definem musicalmente?

Chico Rigo: Rock clássico dos anos 70, como Led, Stones, Sabbath. O folk do Neil Young, assim como o punk do Ramones fazem parte do nosso estilo. O começo dos 90 também é uma grande influência: Alice in Chains, Guns'n'Roses, Black Crowes, Pearl Jam, Soundgarden, etc. 

Do Brasil curtimos muito Mutantes, Casa das Máquinas, Made in Brazil e sons mais recentes como Cachorro Grande. Somos pessoas que sonham juntas, que batalham juntas, que buscam viver da sua arte. Definir musicalmente? Seria bacana se cada um dos leitores ouvisse e absorvesse a sonoridade da Picanha, essa seria uma boa definição.

Holofote Virtual: A internet tem sido o melhor canal para se divulgar novos trabalhos? O que vocês usam na rede?

Chico Rigo: A internet, sem dúvida, é uma das principais formas de divulgação da Picanha. Tentamos usar as ferramentas (facebook, twitter, tnb, youtube, etc) da melhor forma possível. E as pessoas querem estar em contato com o artista, saber do que está por trás das músicas, enfim, conhecer os integrantes e seu dia-a-dia. 

Holofote Virtual: Pretendem circular pelo país, já estão, de certa forma, fazendo isso através destes congressos, encontros? 

Chico Rigo: A Turner com Os Vespas - pelo Fora do Eixo - vai ser uma grande oportunidade para espalharmos a radioatividade por outras localidades do Brasil. Estamos muito ansiosos para conhecer novos lugares e, consequentemente, fazer novas amizades. A Airon Fidler Films proporcionará o registro desses momentos e divulgaremos na internet, fortalecendo assim o nome da Picanha de Chernobill e dos Vespas. 

Mateus, vocal
Holofote Virtual: Um de vocês disse certa vez que fazer rock no país do samba é difícil.. é mesmo?

Chico Rigo:  É difícil, mas não impossível. Temos exemplos de bandas que tocam rock e se sustentam. 

Mas sempre é bom lembrar que o rock no Brasil é um estilo underground. Ou seja, não tem muita veiculação na grande mídia e nas principais gravadoras. O rock sobrevive e sempre sobreviverá. Como disse o ACDC "It's a long way to the top if you wanna Rock'n'roll".  Mas o sonho e a perseverança em nós são maiores que as dificuldades. Por isso seguimos em frente em busca da possibilidade de poder viver daquilo que bate forte em nosso peito. 

Holofote Virtual: Em Porto Alegre, dificuldades nem tanto, suponho... A cena rock daí é bem legal não é? Pelo menos foi que o Otto Guerra nos disse, quando esteve aqui lançando o “Wood & Stock – Sexo, Orégano e Rock’n roll”. Procede?

Chico Rigo: Na verdade poderei responder melhor essa questão quando voltarmos da turnê com Os Vespas por outros estados. Darei um relato de como vejo a cena para as bandas com música autoral aqui de Porto Alegre. A realidade é que existem muitos grupos bons de rock e poucos lugares para tocar. A grande questão é o que pode ser feito para mudar essa perspectiva. Temos o entendimento de que uma maior união entre a cena musical local cria mais espaços para divulgar o rock'n'roll feito aqui. 

Um exemplo disso é o "Rock na Comunidade" que, além de compartilhar o palco com bandas amigas, leva o nosso estilo musical a lugares em que as pessoas não estão acostumadas a ouví-lo. Ou seja, a grande questão é agir e buscar soluções para manter as bandas em atividade. 

Holofote Virtual: Samir, alguma semelhança (ou diferença de) com Belém do Pará? 

Samir Raoní: Tem muitas semelhanças e diferenças. Uma semelhança notável aqui é a cultura de tomar chimarrão que equiparo a cultura de tomarmos açaí. A galera aqui toma mesmo. Se reúne sempre nas praças pra tomar e confabular (conversar). 

Já a diferença é que eles não tomam um chima e dormem, como o açaí somada as redes em Belém hehehe. Mas ainda falando do que acho da cidade em pontos deferentes e parecidos me faz lembrar de uma conversa em que me perguntaram o que eu estava achando da cidade, e se era parecido com Belém.

E eu respondi que para mim as cidades são as pessoas, e eu tive sorte de só conhecer pessoas queridas, através desse contato e das visões das pessoas do lugar acaba nascendo um não-lugar. Uma cidade invisível. Pois não pode ser entendida apenas como patrimônio material.
Na cidade, é fundamentalmente o imaterial, as pessoas e sua relação com estes espaços, suas histórias de vida. O compartilhamento de nossos futuros velhos sonhos. 

Rock na Comunidade
Holofote Virtual: Já convivestes e estás num processo com a Picanha Chernobill. Qual tua opinião sobre o trabalho deste guris?

Samir Raoní: Gosto muito. Principalmente por sentir na música dos Picanhas um som que não cria associação direta a lugar nenhum. Não é um rock n roll que tu ouve e diz essa banda é de tal estado. Ter no trabalho, um selo de universalidade sonora, o que é um ponto muito positivo para a banda conseguir espalhar sua radioatividade pelo Brasil afora. 

Gosto muito da fluidez das músicas no disco “O Velho e o Bar”. Acho a ordem das músicas uma orquestra do silêncio, que gera um transe na ausculta do CD. A conexão das acústicas “Sol do Novo Mundo”, “Ao Vagar”, deixando um momento para a introspecção para “Caminhos”, tendo aberto o disco com “Tiro Certo”, que mostra bem a banda. 

A mensagem que a banda transmite é um emaranhado de sentimentos completamente conectados em sua composição de viola caipira, bandolim, bateria, djembê, chocalho, piano, violão, baixo e guitarra, traduzidas pela emoção profunda da voz conjunta da banda.

Holofote Virtual: Vocês são uma banda e também uma produtora de filmes? Como funciona? Tem dezenas de vídeos ou com a banda ou envolvendo a banda...

Chico Rigo: A Picanha de Chernobill é uma banda heheheh. Airon Fidler Films é a nova parceria entre nosso produtor artístico, Andy Marshall, e a Picanha de Chernobill. O clipe da "Velhos Sonhos" é o primeiro vídeo de uma série que estamos para lançar na divulgação do disco "O Velho e o Bar". 

Na produtora trabalham algumas pessoas que embarcaram nesse sonho. Temos ciência de que uma banda para "dar certo" precisa não só de músicos, mas sim de uma equipe unida e trabalhando por um objetivo comum. Por isso nos sentimos honrados de ter tantas pessoas especiais ao nosso lado. 


Holofote Virtual: Esta parceria começou quando? Como rolam estas gravações. Há sempre uma câmera ligada em todas as ações? Ou tudo é produzido? 

Chico Rigo: A parceria com o Andy Marshall começou em 2011. Ele foi o fotógrafo do segundo disco e tem um projeto social (Instituto Renascente) que ensina a gurizada do morro Santa Teresa a tirar fotos.

Comecei a dar aulas de violão no IR e surgiu uma grande amizade entre nós. Mas a entrada dele para a banda deu-se a partir do momento em que ouviu a música Airon Fidler pela primeira vez. Quem sabe um dia contemos essa história, heheheh... 

Essa amizade entre o Andy e a banda nos deixa a vontade diante da câmera, pois estamos entre amigos. Dessa forma, as coisas acabam acontecendo sem um planejamento prévio e isso gera uma naturalidade nos vídeos: nós somos quem ele registra, sem mais nem menos. 

Holofote Virtual: Quem é Gildo Lemos? (risos) 

Chico Rigo: Hahahahah. Nós tocamos no lançamento do festival Pampa Stock aqui em Poa. Na platéia estava o Gildo Lemos que curtiu a banda e fez uma entrevista conosco. Na real o Gildo Lemos é um multi artista. Canta, faz música, entrevista, de tudo um pouco hehehe Grande sujeito. 

Holofote Virtual: O site de vocês é bem legal... Tá tudo lá? 

Chico Rigo: O Site é um grande trabalho do nosso amigo Mário Pertile e da Viviane Becker. Eles tinham uma web rádio chamada EBTK (estúdio buteko) e foi o primeiro meio de comunicação que rolou Picanha de Chernobill. Desse contato surgiu uma grande amizade ao ponto deles fazerem nosso site de forma brilhante. Estamos muito satisfeitos com o resultado e a resposta do público é sempre muito positiva. O bacana é que além de ter o cd para vender pelo site, disponibilizamos para ouvir e baixar as músicas gratuitamente.

Chico Rigo
Holofote Virtual: E sobre shows, projetos. Quais os planos? A Picanha de Chernobill virá a Belém? 

Chico Rigo: Sobre os projetos, tenho alguns. Entre eles fazer muitos shows (incluindo ai a turnê pelo Sudeste e Sul do país); ir para o Pará e conhecer a terra da revolta da Cabanagem, um marco na história brasileira; te conhecer, Luciana, e agradecer pessoalmente pelo espaço que está nos proporcionando; assistir a um Remo X Paysandu; ir a Belém e conhecer os amigos e a terra do Samir, uma grande pessoa que está fazendo parte de nossa vida. "O sentido da viagem que estrada alguma tem".

Um comentário:

Picanha de Chernobill disse...

Luciana: Muito obrigado pela matéria e pelos espaço dado a nós da Picanha de Chernobill. Ficamos muito felizes de poder chegar nosso trabalho a ti e teus leitores.
Bjos radioativos dos guris da Picanha de Chernobill