27.1.12

Líbero Luxardo exibe filme de 1958 na Sessão Cult

Único filme dirigido pelo ator Charles Laughton, “O Mensageiro do Diabo” está na sessão Cult deste sábado, 28, a partir das 16h, no Cine Líbero Luxardo do Centur. Após o filme, haverá debate com a Associação de Críticos de Cinema do Pará - ACCPA.

Uma pacata comunidade é abalada pela chegada de um homem cuja ganância acaba corroendo tudo que alcança. 

Essa é a premissa de “O Mensageiro do Diabo”, produção de 1954, dirigida pelo ator Charles Laughton. Ganhador de Oscar, ator shakespeariano e interprete de personagens memoráveis como o “Corcunda de Notre Dame” Quasímodo, Laughton faz neste filme um trabalho de composição e direção de atores, apoiando sua narrativa no desenvolvimento de cada personagem e na forma que os seus atos vai provocar alterações na história. 

Acostumado a fazer papeis desafiadores, como o do psicopata Max Cady em “O Círculo do Medo” - que depois foi refilmado por Scorcese -, Robert Mitchum encarna o reverendo Harry Powell nesta película cheia de qualidades mas que demorou muitos anos para alcançar algum reconhecimento. Harry se veste como um homem religioso, mas age como um louco e traz gravadas nos dedos as letras H –A- -T E (Òdio). 

Harry começa cometendo pequenos delitos, que vão se tornando cada vez maiores, quando vai da prisão até chegar à pequena cidade, onde engana os cristãos com sua austeridade e pose de reverendo. Logo ele desposa uma viúva (Shelley Winters, reprisando o papel da mulher que é usada e depois traída de “Um Lugar ao Sol”) e atormenta seus enteados, que o temem e sabem que na verdade o que ele quer é o dinheiro que o pai deles deixou como herança. 

E esse falso profeta anda pela cidade com a esposa a tiracolo e seu chapéu preto, de abas levemente retorcidas que lhe conferem um aspecto demoníaco. As duas crianças discordam sobre ele: o menino acha que o padrasto é maligno, e a menina quer acreditar que ele é o pai reencarnado. 

Mas eles concordam em fugir com o dinheiro e se esconder de Harry em um pântano. Nessa cena da fuga e em outros momentos marcantes de “Mensageiro do Diabo”, se destaca a destreza de Laughton e de seus colaboradores – que incluem o próprio Mitchum e o assistente de direção Terry Sanders no comando de algumas sequências. 

O diretor de fotografia Stanley Cortez imprime ao filme um clima expressionista, que associado ao trabalho de direção de arte de Hilyard Brown, dão o tom de pesadelo adequado. Talvez por essas características, pela interpretação agressiva e sensacional de Mitchum e pela própria temática da obra, o filme não foi bem recebido nem pelo público muito menos pela crítica. Com o passar do tempo, adquiriu status de Cult, a importância de ser o único trabalho dirigido por Laughton e que tem no elenco a lendária atriz preferida de D.W.Griffith, Lillian Gish, que fez 119 filmes.

Serviço
Sessão Cult apresenta “O Mensageiro do Diabo”, de Charles Laughton. Neste sábado, 28, às 16h, no Cine Líbero Luxardo - Centur (Av. Gentil Bittencourt, 650). Entrada Franca. Inadequado para menores de 12 anos. 

(com informações daAssessoria de Imprensa da ACCPA – Associação de Críticos de Cinema do Pará)

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