Esse público, além de comparecer, interage, aplaude e sai
cheio de sonhos a cada espetáculo. Várias programações coloriram o sábado, mas
a festa continua. Veja só quanto riso e quanta alegria. Pela manhã já tivemos
Os Notáveis Clows e Fragmentos de Sonhos do Menino da Lua, mas agora de tarde ainda
dá pra ver mais de “Fragmentos...” e ainda tem “O Pato que partiu”, do Coletivo
Dirigível de Teatro, e “Fio de Paõ”, do In Bust Teatro com Bonecos.
O In Bust, que lotou a apresentação de “Pinóquio”,
ontem, no Casarão do Boneco, mostra logo mais, a partir das 17h, no São José
Liberto (Praça Amazonas), um de seus espetáculos mais assistidos, “Fio de Paõ”, um versão do grupo para a lenda
do Cobra Norato. É de fazer a gente rolar de rir, não perde. A entrada também é
gratuita. Para saber mais sobre este espetáculo, clique aqui.
O In Bust tem uma trajetória sólida, é dono de um carisma que não só conquista, como possui um trabalho
contínuo e sério de formação de público. Não é de hoje que abre as portas
desse seu casarão para o público ver e conhecer seus espetáculos e os de outros grupos. Agora engrossando o caldo, se abre também como um das sedes do Pirão Coletivo, cujo projeto "Sábado Tem. Domingo que vem" aos sábados (no Casarão) e domingos (na Praça da trindade, ás 11h), alternados, tem se tornado rotina na agenda do povo de Belém.
O resultado desse trabalho intenso pôde ser visto mais uma vez, ontem.
Ao chegar no Casarão do Boneco, vi a muvuca armada já na entrada. Um público miúdo e alvoroçado corria, falava, estava na expectativa de ver “Pinóquio”, o mais novo espetáculo do In Bust, uma versão pra lá de bem humorada da clássica história do boneco de madeira, que acaba se tornando um menino de verdade, mas isso depois de passar por poucas e boas.
Ao chegar no Casarão do Boneco, vi a muvuca armada já na entrada. Um público miúdo e alvoroçado corria, falava, estava na expectativa de ver “Pinóquio”, o mais novo espetáculo do In Bust, uma versão pra lá de bem humorada da clássica história do boneco de madeira, que acaba se tornando um menino de verdade, mas isso depois de passar por poucas e boas.
O momento em que ele busca o pai Gepeto no fundo do mar, é impagável. Adriana Cruz e Paulo Ricardo Nascimento, que fazem toda a encenação aparecem com uma baleia em punho e munidos bóias. A criançada adulta também se esbalda.
Entre os vários falatórios, escutei uma garotinha dizendo “eras eu nunca tinha vindo ao
teatro”, um pouco antes de correr para o anfiteatro. Eram 19h15 quando
todos já estavam acomodados no anfiteatro dos Tajás, que fica nos fundos do
casarão situado na Avenida 16 de Novembro, 815, um lugar cheio de histórias a serem
contadas.
Todos sentados, atores e bonecos entrando em cena e eis que
São Pedro não deu trégua. Não adiantou abrirem os guarda-chuvas, pois a água caiu forte e todos foram levados ao interior do Casarão.
Quem disse que queriam
ir embora? Lá dentro ficaram pacientes, enquanto Dandara Nobre, da equipe técnica, comentava: “Acho que seguramos a
chuva muito cedo”, disse ela, referindo-se à Mariazinha de papel pendurada
atrás da porta desde as 16h, como amuleto contra a chuva.
O comentário dela demonstra
que o quanto o grupo leva á sério a brincadeira. Como não amá-lo? A chuva passou já eram 20h, e o espetáculo foi apresentado,
aplaudido e curtido como se nada tivesse acontecido. Esse é o In Bust Teatro e
este é o clima do Casarão do Boneco, lugar que já faz parte do circuito
cultural da cidade.
Mais Fragmentos hoje
e Notáveis Clowns no próximo
domingo
Pois é, no Sesc Boulevard, os Notáveis Clowns mostraram hoje, às 11h, “Cada qual com seu Barril”, mas quem perdeu este espetáculo
anota aí. Os Notáveis voltam à cena nos dias 23 e 30 (sempre domingo, às 11h,
com o espetáculo “Rir é o Melhor Remédio”.
No Teatro Estação Gasômetro (Magalhães Barata, no Parque da
Residência), a farra infantil está sendo com a peça “Fragmentos de Sonhos do Meninoda Lua”,
que ainda tem mais duas sessões neste domingo, às 16h e 18h. O espetáculo veio
de Brasília e já realizou três sessões aqui em Belém, duas ontem, e outra agora
pela manhã. Tudo entrada franca.
“Fragmentos...” fala da fuga pela fantasia e pelo sonho.
Representa a fuga de um mundo muitas vezes difícil e inóspito. O menino da Lua
é uma criança sensível e contemplativa e que se refugia nos sonhos para esquecer
um pouco a chatice da escola e dos adultos.
A peça conta a história de Miguel Moreno, um menino
melancólico, que tem algumas tristezas que o levam a isso, entre elas, o fato
de nunca ter conhecido os pais. Mas algo de inusitado acontece com ele todas as
noites. Pura magia, ele é levado pela Lua para viagens fantásticas e
poéticas.
“Ele sonha com a
Ópera da Lua, onde todo mundo sobe no palco para cantar e dançar, um lugar de
celebração e de igualdade”, diz Miriam Virna, diretora premiada, que vem se
destacando na cena teatral brasiliense, onde já dirigiu e adaptou espetáculos
de grande sucesso de público e crítica.
Dirigível encena texto do escritor Alfredo Garcia
Também pra hoje, o grupo Dirigível Coletivo de Teatro
apresenta, na Estação das Docas, o espetáculo infantil “O pato que partiu”, atração
do projeto Por do Sol , a partir de 17h30, com entrada gratuita para o público.
Inspirado no conto “Um dia, um pato”, do escritor paraense
Alfredo Garcia, o espetáculo conta a história de um pato criado em uma fazenda
no interior do Pará, que despertava ciúmes nos outros animais do local por
receber tratamento diferenciado de seus donos.
O que eles não sabiam é que o motivo destas regalias era que
o pato estava sendo criado para presentear uma família de Belém, na época do
Círio de Nazaré. Mas ao chegar o momento de ir para a panela, o protagonista
resolve mostrar aos donos que não é um simples pato, mas que também é cantor e bailarino. Diante das habilidades do animal, a família decide investir nessa carreira,
tornando-o um famoso artista que passa a se apresentar nas festas de
aparelhagem em Belém.
Todos os adereços utilizados na composição do espetáculo,
como máscaras e bonecos, são feitos de materiais reutilizáveis, confeccionados
pelo próprio grupo de teatro. Luciano Lira, integrante do Coletivo, explica que
a ideia é transmitir uma mensagem de preservação e reutilização para o público.
“A gente pensa na criança na hora de fazer o espetáculo, para que elas vejam
que aquele objeto é feito de resíduos sólidos, como as máscaras de garrafa PET,
e possa fazer a sua em casa”, explica.
O coletivo é formado atualmente por 12 artistas, que se
conheceram na Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará
(Etdufpa) e se revezam de acordo com o espetáculo. Neste domingo, “O pato que
partiu” será apresentado pelos atores Maycon Douglas e Luciano Lira.
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