20.6.16

Oficinas, projeções e passeio no Centro Histórico

O Festival Amazônia Mapping (FAM) chega a sua segunda edição com a proposta de ressignificar a relação da população com a cidade de Belém e ocupar a arquitetura histórica da cidade com a tecnologia das projeções audiovisuais. Além disso, a programação traz oficinas, passeio pelo Centro Histórico e projeções em prédios púbicos.

Caio Fazolin virá pela primeira vez a Belém a convite do Festival Amazônia Mapping (FAM), para ministrar uma oficina voltada para artistas e curiosos. O laboratório “VVVV - Ambiente de Programação Gráfica” é uma introdução aos conceitos de programação que servirão de base para performances, instalações, controle de luz, som e vídeo em shows e espetáculos, e também para a criação de animações para vídeo e produção de peças gráficas. Inscrições para laboratório são gratuitas.

O artista veio de São Paulo para ministrar um laboratório gratuito em Belém, de 22 a 24 de junho. Desenvolvedor de arte gerativa, ele vai demonstrar técnicas de programação de bits para a criação de viodeomapping e abordará conceitos básicos de como criar seus próprios programas de computador, que servirão de base para projetos artísticos. “Acredito que o bit seja a tinta do artista contemporâneo”, defende o artista visual Caio Fazolin. 

Fazolin“VVVV é um ambiente de programação em tempo real híbrida - visual e textual-, para fácil prototipagem e desenvolvimento. Ele é projetado para proporcionar a manipulação de grandes quantidades de mídia, utilizar interfaces físicas, gerar gráficos animados em tempo real e interagir som e imagem”, explica Fazolin.

Projeção - Inspirado nos 400 anos de Belém, Fazolin desenvolve a inédita projeção “Espectro”, criada a partir de imagens de fotografia artesanal pinhole, do acervo da Associação Fototativa. O artista explica que a aleatoriedade e o acaso são elementos que norteiam sua produção, então contou com o olhar da Fotoativa, que selecionou as imagens e repassou a Fazolin.

“Nas minhas peças audiovisuais, deixo grande parte das ‘escolhas’ estéticas para o computador. Conversando com a curadoria do festival, decidimos deixar esse ‘acaso’ nas mãos da própria Fotoativa, não sabia que material seria escolhido por eles. Isso trouxe um elemento muito importante para o trabalho Espectro: frames de luz, recolhidos por diversas pessoas em diversos momentos. 

Dessa forma, consegui conectar o ‘espírito’ da cidade, que foi colhido por uma infinidade de pessoas, com os outros momentos do espetáculo, que tem como tema central aquilo que é invisível, que não existe mais ou que nunca existiu”, comenta Fazolin a respeito do conceito da projeção que será exibida na fachada do Museu do Estado do Pará (MEP) no dia 25 de junho.

No mesmo dia, haverá ainda a projeção do argentino Javier del Olmo “Circular de Dibujos”. O artista busca se relacionar com habitantes da cidade a partir de trocas de desenhos. Javier transpõe as ilustrações para espelhos e com a luz solar realiza projeções, numa performance que conta com a participação dos participantes.

Na fachada do Instituto Histórico e Geográfico do Pará, ainda na noite do dia 25, Astronauta Mecanico faz projeções na fachada do Instituto Histórico e Geográfico do Pará. A artista apresentará uma performance audiovisual ao vivo, onde manipulará som e imagem em tempo real.

Também no dia 25, o prédio do IHGPA ganha traços caboclos. As imagens são fruto da viagem de Alexandre Sequeira à Nazaré do Mocajuba, pequena vila de pescadores no município de Curuçá, nordeste do Pará. Alexandre transpôs, em tamanho real, retratos dos moradores impressos em seus próprios objetos: redes, mosquiteiros, lençóis, cortinas. Os retratos dos tecidos ganharão ampla dimensão na inédita projeção audiovisual.

Festival Amazônia Mapping: arte, cidade e resistência

O FAM 2016 aposta na resistência cultural das ruas e vai transformar cartões-postais da capital em palco de experiências artísticas, que misturam a fotografia artesanal com projeções high-tech, ícones indígenas e batidas eletrônicas, e crônicas urbanas do rap à dança de rua. Além das projeções ao ar livre, a programação, que ocorre até o dia 25 de junho, inclui ainda laboratórios com artistas visuais do Brasil e da Argentina.

“A ideia é que o centro histórico receba a intervenção de tecnologias avançadas de vídeo projeção, na busca de integrar a arte à arquitetura e ao espaço público. É um convite ao despertar a um espaço que diz respeito a nossa própria identidade cultural, como paraenses e amazônidas, e revisitá-lo de uma maneira surpreendente, que rompa com o modo trivial de lidarmos com a cidade”, diz Roberta Carvalho, curadora do FAM.

Este ano, o festival ocupará o entorno do Museu do Estado do Pará – MEP, cuja fachada será espaço de grandes apresentações. O Palácio, que possui traços do estilo neoclássico, do século XVIII, foi projetado pelo arquiteto bolonhês Antônio Landi, para servir de sede e moradia dos governadores e capitães generais do Pará. Atualmente abriga um importante acervo da região.

“O MEP está como um parceiro importante e conecta-se na perspectiva de um museu vivo, atento às questões da rua e da possibilidade e exercício de novas linguagens nas artes”, comenta Roberta. Além do Museu do Estado do Pará, outros prédios de grande importância arquitetônica e histórica integrarão o circuito do Festival, como o prédio do Instituto Histórico Geográfico e Histórico do Pará.

A segunda edição do Festival Amazônia Mapping conta com o patrocínio da Oi, com apoio cultural do Oi Futuro, via Lei de Incentivo à Cultura SEMEAR, e do Boulevard Shopping Belém, via Lei Municipal Tó Teixeira. Parceria do Museu do Estado do Pará (MEP), Sistema Integrado de Museus (Sim) e Secretaria de Estado de Cultura do Pará (Secult), Governo do Pará.


Roteiros Geo-Turísticos pra conhecer Belém

Em seus 400 anos, Belém enfrenta diversos desafios para descortinar sua história e valorizar sua identidade cultural e arquitetônica. A Universidade Federal do Pará (UFPA) convida a um mergulho na trajetória da cidade, percorrendo cartões-postais e espaços não-convencionais de turismo, mas que revelam capítulos emblemáticos da capital paraense. 

O roteiro do Grupo de Estudos de Geografia do Turismo (GGEOTUR), da UFPA, propõe um passeio pelos bairros antigos da cidade num estímulo ao resgate da memória social, histórica e geográfica dos bairros da Cidade Velha, Campina e Reduto. A programação é gratuita, aberta ao público e será realizada nesta quinta-feira (23), com saída do Forte do Presépio, às 16h. 

A visita será guiada pela pesquisadora Maria Goretti da Costa Tavares, coordenadora do GGEOTUR, e integra o Festival Amazônia Mapping 2016, que ocupa o centro histórico de Belém com arte, tecnologia e cultura urbana, propondo uma reconexão da população com a cidade.

“Os trabalhos de arte irão ocupar o espaço geográfico da Belém antiga. O passeio guiado se aproxima dessa história.

A ideia é não apenas ocupar o espaço com arte, mas tomar conhecimento e ter consciência de como a cidade se construiu nesse espaço, conhecer a sua trajetória e a sua realidade”, diz a artista visual Roberta Carvalho, idealizadora e curadora do festival, realizado pela 11:11 Arte, Cultura e Projetos.


A construção do roteiro busca contribuir para o planejamento de ações turísticas para a cidade de Belém e a revalorização histórica patrimonial, cultural, ambiental, material, imaterial e turística da cidade, que assiste a perda de muitos prédios seculares.

“O centro histórico apresenta ampla diversidade de vidas que o produzem, para além das poucas edificações reformadas. Estão presentes atividades comerciais (formais e informais), espaços em deterioração, lixo, festas, atividades portuárias, etc. Essa diversidade diz muito mais sobre o passado e o presente da cidade de Belém”, defende Goretti.

Programação FAM

Laboratórios
22 a 24 de junho | Museu do Estado do Pará
9h - 13h

LAB 2: VVVV – Programação Computacional para Artistas
Facilitador: Caio Fazolin
Vagas: 15
Inscrição aberta no site

23 A 25 DE junho | Museu do Estado do Pará
23 e 24/6, de 14h às 18h.
25/6 , de 9h as 13h.

LAB 3: AV - Mente de Principiante
Facilitador: Astronauta Mecanico
Vagas: 15
Inscrição aberta no site

23 de junho - Cidade Velha - Centro Histórico
Mini roteiro turístico pela Cidade Velha com a Profª Goretti Tavares
Saída: Forte do Castelo e Chegada Instituto Histórico e Geográfico do Pará

Apresentações artísticas

24 se junho | Mercado do Ver-o-Peso (próximo ao Solar da Beira)
11h30
Ação Urbana
Performance "Circular de Dibujos"
Artista: Javier del Olmo (ARG)

25 de junho | Museu do Estado do Pará
Horário 17h30
Conversa / Mesa: Arte e tecnologia reconfigurando a paisagem urbana
Participantes: artistas do Festival Amazônia Mapping 2016

25 de junho | Praça Dom Pedro II
Ocupação Centro Histórico
A partir das 19h

"Espectro"
Artista: Caio Fazolin (SP)
Video Mapping
(Em colaboraçao com Associação FotoAtiva)
Local: Fachada do MEP

"Sólidos Platônicos [Água] Capitulo 1: O rio."
Artista: Astronauta Mecanico (SP/MA)
Audio Visual ao Vivo

Circular de Dibujos
Artista: Javier Del Olmo (ARG)
Performance - Intervenção Audiovisual
Local: Fachada do MEP

Fachada do Instituto Histórico e Geográfico do Pará
Artista: Uaná System (PA)
Audiovisual Ao Vivo

Chegô!
Artista: Cia Mirai de Dança (PA)
Videomapping + Dança + Música

Performance musical e poética
Artista: Pelé do Manifesto + TQSS Crew (PA)
Videomapping + Dança + Música

Vida Estampada
Artista: Alexandre Sequeira (PA)
Instalação Audiovisual
Local: Fachada do Instituto Histórico e Geográfico do Pará

Serviço
Festival Amazônia Mapping - FAM 2016, até  25 de junho, no Centro Histórico de Belém. Programação completa e informações: amazoniamapping.com. O Roteiro Geo-Turístico por Belém, realizado pelo Grupo de Estudos de Geografia do Turismo (GGEOTUR) da UFPA, nesta quinta-feira, 23, às 16h, terá saída do Forte do Presépio. Participação gratuita e aberta a todos os públicos. A segunda edição do Festival Amazônia Mapping conta com o patrocínio da Oi Futuro, via Lei de Incentivo à Cultura SEMEAR, e do Boulevard Shopping Belém, via Lei Municipal Tó Teixeira.

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