A mostra “Amazônia Style”, uma das contempladas pelo Edital de Artes Visuais 2017 do Banco da Amazônia, abre, no próximo dia 14, no Espaço Cultural da Instituição, a exposição. A arte urbana por meio do graffiti integra o projeto do grafiteiro Jin Barreto. A curadoria é de Pablo Mufarrej.
Latas de spray secas e paletes. A mostra traz um olhar diferente do grafiteiro com o simbolismo amazônico que transcende a sua arte. A proposta é dar visibilidade à Amazônia, produzindo cultura com materiais recicláveis e sustentáveis. A arte urbana contribui para ampliação do campo da pintura mural na atualidade resultando em delicado jogo de recortes e sobreposições entre linha e cor, composição fundamentada na tradição gráfica dos antepassados.
“A exposição Amazônia Style é composta por instalações, intervenções com graffiti, canvas e fotos em Fine Art, produzida por impulso artístico e estético sem a preocupação de ser documental ou comercial”, diz Jin Barreto, paraense de 32 anos.
Para o gerente de Imagem e Comunicação do Banco da Amazônia, Ewerton Alencar, essa mostra aproxima o conceito da arte urbana por meio do Graffiti, oportunizando a reflexão sobre as desigualdades sociais. “Os desenhos nos muros e paredes proporcionam conhecer os problemas existentes na sociedade. E a exposição de Jin Barreto vai trazer para dentro do nosso Espaço Cultural um pouco dessa arte de rua”, salientou.
Jin Barreto utiliza fundamentos para propor ocupações temporais na área urbana, com cores e linhas que subverte a escrita e abstrai sua mensagem através de um estilo próprio voltado para a cultura regional do estado do Pará. Os graffitis podem ser encontrados em diversos muros e suportes na cidade, assinados como Botwo.
Um dos projetos já realizados pelo artista foi uma intervenção urbana em que ele utilizou um caminhão de gelo, com o intuito de chamar a atenção sociedade contra o preconceito a esse tipo de arte, que ainda existe.
“O caminhoneiro está em constante movimento e com isso as pessoas apreciam a arte e pode despertar o potencial e influenciar os jovens a sair do mundo das drogas e da violência usando a arte que estão dentro deles mesmo”, diz Jin Barreto, que iniciou seu contato com desenho aos 8 anos, com incentivo do irmão Esmael Raymon.
Jin aprofundou os estudos da arte urbana e se identificou com o estilo selvagem (wild style). “Assim como na pré-história nós falávamos nas paredes sobre caças, os riscos, os tempos, as ameaças. Aqui também se fala sobre desejos, medos, deixando nas paredes da cidade, da sociedade, aquilo que vem do mais intimo das suas vidas”, diz Jin.
Em 2000, ele participou da oficina Arte Urbana - cores de Belém, desenvolvida por Anderson Galvão e Moisés Mpris e acabou integrando a primeira geração de Graffiti da Região. Desde então vem colorindo a cidade e valorizando a cultura regional. Na trajetória já constam participações em diversos eventos nacionais de arte urbana como o “Projetos cores de Belém” (2001), “Celpa em Graffiti (2004), “Reduto Walls” (2014), “Black and White” (Manaus - AM - 2014), “ACK Arte e Cultura na Kebrada” (São Paulo - SP 2014), “Cowparede Brasil” (Edição Belém - 2016) e, mais recentemente, do “UNC União Nacional Crew” (Manaus - AM 2017).
Serviço
Vernissage da Exposição Amazônia Style. Na próxima terça-feira, 14, às 18h30, no Espaço Cultural Banco da Amazônia - Presidente Vargas, com Carlos Gomes - Praça da República.
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