9.10.18

Auto do Círio 2018: um grito de amor e diversidade

Trazendo como tema "Maria – Diversidade do Amor", este ano o Auto do Círio enfatiza o que vem nestes anos todos enaltecendo: a Belém diversa culturalmente. É nesta sexta-feira, 12, a partir das 19h, com a concentração na Praça do Carmo, na Cidade Velha.

O Pará votou contra o fascismo. Agora é hora de agradecer e se fortalecer nas ruas. O Auto do Círio parece bradar isso, ao enfatizar a diversidade religiosa da cidade, a diversidade artística, o amor, as  matrizes negras, indígenas e católicas, as matrizes dos encantados e das noções de circularidade, abrangendo o sentido da vida e o sangue que circula pelo corpo humano, pelas encruzilhadas e pela fé de cada um que cruza as ruas no mês de outubro nesta cidade. Esse é o recado para nós que estamos em um momento de decisões sérias para o futuro da nação!

O Auto do Círio 2018 conta os professores Tarik Coelho, na coordenação geral, Cláudio Didimano, na direção Cênica, e Miguel Santa Brígida, na curadoria. A realização dessa 24a edição é da Escola de Teatro e Dança ETDUFPA) e do Instituto de Ciências da Arte (ICA) da Universidade Federal do Pará (UFPA), através da Diretoria de Arte, Cultura, Esporte e Lazer (DACEL), da Pró-reitora de Extensão (PROEX). 

"É neste momento de celebração a Nossa Senhora de Nazaré que devemos refletir o nosso fazer artístico, que compromissos temos com os fatos sociais e históricos da capital paraense e do mundo. Aqui classificamos o nosso fazer artístico como plural e múltiplo", diz o diretor cênico Claudio Didimano. 

Ele lembra que a consolidação da cultura brasileira, apesar de ter construído historicamente mitos sobre o modo como lidamos com a diferença, é marcada por um sentimento de intolerância em relação a cultura do outro, no lugar do outro e com o outro. "Não é incomum vivenciarmos agressões e mortes que acontecem com as pessoas em nossa sociedade, o que desconstrói qualquer concepção mitológica sobre o modo como nos relacionamos com a vida", continua.

Para Dídimano, "o diálogo dessa vida é algo que compõe a condição humana e está intrinsecamente encruzilhada à ideia de humanidade, que só existe e só é possível na diversidade da própria vida. A diversidade do amor pode ser respeitada a partir de diferentes formas, sendo mais comumente relacionada às noções de variedade, pluralidade e diferença das cores de afetos. O diverso, portanto, é o diferente na medida em que ele também é igual a mim, enquanto eu sou o diferente do outro, o amor", comenta Claudio Didimano.

O Auto do Círio, enquanto programa de extensão universitária, foi criado em 1993, pelo Professor Marcos Ximenes, reitor da época, pela Professora Zélia Amador de Deus, vice-reitora, juntamente com Margareth Refkalefsky, diretora do Núcleo de Arte da UFPA, hoje Instituto de Ciências da Arte (ICA), com o objetivo de revitalizar o Centro Histórico de Belém por ocasião do Círio de Nossa Senhora de Nazaré, possibilitando o exercício da prática e do ensino das artes por meio do Teatro de Rua.

O projeto contou inicialmente com o teatrólogo Amir Haddad, que realizou a primeira oficina de Teatro de Rua e dirigiu as montagens do cortejo nos anos de 1993 e 1994. De 1995 até 2009 o projeto foi transformado em programa de extensão e passou a ser coordenado e dirigido pelo prof. Miguel Santa Brígida. Em 2010 assumiram a coordenação do mesmo, assim como a direção do espetáculo os professores Francisco Edilberto Barbosa Moreira (Beto Benone) e Cláudia Suely dos Anjos Palheta. E em 2014, assume a direção cênica o professor Adriano Furtado, e a coordenação do projeto passa a ser realizada pela professora Cláudia Palheta.

A partir de 2015 o Auto do Círio passa a ser coordenado pelo professor Tarik Coelho, que por sua vez vem colaborando com o evento desde 2005, junto com uma equipe que vem colaborando com a realização das últimas edições do Programa Auto do Círio. 

A iniciativa vem se firmado como um cortejo belíssimo, que ano após ano consolida a identidade da UFPA nas ações do Círio de Nossa Senhora de Nazaré. O programa também visa estruturar ações junto à comunidade paraense que possam possibilitar o desenvolvimento sociocultural e aprimoramento técnico dos atores, bailarinos, cantores, cenógrafos, figurinistas e demais artistas envolvidos no projeto. 

Serviço
O Cortejo inicia às 19h, do dia 12 de outubro, na rua Dom Bosco/ Praça do Carmo, no bairro da Cidade Velha, seguindo pelas ruas Dr. Assis, rua Padre Champagnat /Largo da Sé, Rua Tomázia Perdigão até a praça D. Pedro II em frente aos Palácios Lauro Sodré e Antônio Lemos, onde acontece a apoteose e encerramento do cortejo.

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