Após recentemente ter tido a exposição cancelada pela Galeria do Banco da Amazônia, fato que causou repercussão nacional no meio artístico e militante das causas LGBTQIA+, Henrique comemora o reconhecimento internacional do trabalho dele e também a retomada da exposição individual outrora cancelada, a qual ficará em exposição no Museu das Onze Janelas a partir de julho, em uma programação também dedicada a visibilidade queer.
A obra “Um bonde chamado desejo”, que integra a exposição no Festival Grego, foi também selecionada pelo Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia em 2020 na mostra Vastas Emoções e Pensamentos em Perfeitos. No trabalho, Henrique aborda a importância da visibilidade de corpos queers que comprovam a existência e resistência de uma história invisibilizada durante séculos, mas que sempre estiveram presentes na história arte e na sociedade. Assim o artista joga com o tempo e a ficção, criando conexões entre passado, presente e futuro.
Moldando nossos corpos, as atitudes, o comportamento e o gênero quando estamos ‘em sociedade’. Então, convido ao fruidor a olhar mais de perto estes pequenos contos e microficções, que se posicionam poeticamente e politicamente, estimulando reflexões ao serem expostas na nossa realidade, pois acabam se diferindo do que está escrito, mas que proporciona um desejo para um possível futuro ou o próprio agora”, explica Montagne.
Sobre isto, o artista questiona e se utiliza de marcos da cultura pop do passado para falar sobre o presente, adicionando estes casais como protagonistas de uma vida próspera e de sucesso em um período onde sua existência na sociedade era negada e considerada crime com pena de morte.
“Se estas pequenas histórias fossem de certo modo reais no período temporal que são apresentadas, como estaríamos hoje? Como seria o nosso agora? Estas reflexões fica pairando a ideia do desejo, mas também o movimento onde podemos agir, lutar e construir histórias nossas com as essências destas no nosso presente, para um possível futuro”, arremata o artista.
Sobre o artista
Trazendo reflexões sobre gênero, masculinidade, jogos de poder, amor, solidão, identidade, cultura pop e o avanço da tecnologia na forma e refletindo sobre o se relacionar na sociedade contemporânea. Expôs em diversos salões e exposições na Amazônia.
O Festival
O projeto é impulsionado pela crença de que a arte tem o poder de abrir novos caminhos de comunicação, bem como servir como uma ponte entre uma ampla gama de indivíduos e grupos sociais. Desenvolvendo estratégias para lidar com o preconceito e a resistência à inclusão queer na Grécia, o TQAF serve como um elo político e inspirador para as sociedades vizinhas sendo Tessalônica localizada próximo ao Oriente Médio, Turquia e Bálcãs. Um terreno fértil para o discurso queer e a criação artística, esperando que o impacto do festival se estenda além das fronteiras da Grécia.
Serviço
Exposição virtual da “Thessaloniki Queer Arts Festival”, na seção “Surviving Tales” com a obra “Um bonde chamado desejo”, de Henrique Montagne. De 03 a 13 de junho. Acesse: https://queerartsfestival.gr/. Tessalônica, Grécia.
(Holofote Virtual, com texto de Bianca Levy)
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