25.6.21

Sebastião Tapajós expõe registros de sua história

Sebastião Tapajós e o grupo de Waldir Azevedo na Europa

Na próxima semana tem convite para um tour muito especial pela galeria da “Exposição Virtual - Sebastião Tapajós”. A inauguração será na quarta-feira, 30 de junho, pelo site da fotógrafa Vanessa Barros, curadora do projeto selecionado pelo edital de artes visuais da Fotoativa e Secult-Pa, com apoio da Lei Aldir Blanc. 

Por meio da fotografia, recortes de jornais e revistas, capas de discos entre outros documentos que identificam lugares, situações, relações de amizade e profissionais do músico, a exposição passeia por diversos momentos da carreira de mais de 60 anos do violonista Sebastião Tapajós.

Ao todo são 30 imagens comentadas por artistas, músicos e parceiros de Sebastião Tapajós que relembram fatos de sua carreira, como por exemplo, a premiação de ‘Guitarra Criolla’, como melhor disco do ano em 1982, na Europa. Há também registros de suas apresentações no Theatro da Paz, os encontros com Astor Piazzola, Gilson Peranzzetta, Ednardo, Belchior, Billy Blanco entre tantos outros nomes da música, fazem parte da história de Sebastião Tapajós. 

Músicos e artistas comentam a memória da imagem

Álbum premiado na Europa em 1982

O violonista Igor Capela, o compositor Nilson Chaves, o maestro Nelson Neves, as cantoras Lucinnha Bastos e Jane Duboc; os produtores Carmem Ribas, que assina a executiva do projeto,  e Guilherme Taré, entre tantos outros amigos e parceiros, participam desse projeto, seja nas imagens ou por trás delas. Tudo poderá ser visto, pelo site www.vanessabarros.com.br

A exposição foi programada para ser itinerante, partindo de Santarém, passando por Alenquer, onde nasceu o violonista, Oriximiná e Belém, mas por causa da pandemia o formato do projeto foi alterado. Sebastião Tapajós completou 78 anos em abril e, pelo mesmo motivo, o aniversário foi comemorado pela internet. Desde 2020, ele segue o mais isolado possível, em sua residência, em Santarém, onde, com todos os cuidados, recebeu Vanessa para selecionarem juntos o material da exposição. 

Vanessa Barros é de Altamira, mas foi morar em Santarém, em 2014, onde estudou Direito, mas antes mesmo de se formar, passou a se dedicar à fotografia. "Eu digo sempre que a fotografia me escolheu. E é muito difícil você morar nesta região e não se encantar e registrar essas belezas" diz ela que é também é casada com o pianista Andreson Dourado, parceiro do violonista Sebastião Tapajós, o que facilitou o acesso ao vasto baú de memórias do músico. 

“Não tem quem não se encante com esse violão maravilhoso do Tião. Desde a primeira vez que eu o ouvi, foi assim. E com a proximidade que tivemos, por causa do Andreson, que toca com ele, acabei me interessando pela sua história. Descobri que ele tem amigos em cada canto desse país e do mundo. É muito incrível a sua trajetória”, diz Vanessa.

Trajetória e reconhecimento

Sebastião Tapajós é um dos maiores violonistas do país e não seria exagero dizer que também do mundo. O músico possui uma trajetória fascinante, que começa aos seis anos de idade quando ele inicia-se no violão. Em 1952, com 10 anos de idade, ganhou o primeiro cachê. Aos 12 anos, em 1954, passou a trabalhar como violonista, tocando na banda santarena “Os Mocorongos”.  Aos 16 anos,  ele veio para Belém, onde teve aulas particulares de Teoria Musical, até ir para o Rio de Janeiro fazer um curso intensivo de Técnica Violonística. 

Autodidata, foi influenciado, também, por João Pernambuco e Dilermando Reis, dois notáveis do violão no Brasil, que ele ouvia em Santarém em emissoras de rádio de Ondas Curtas. Assim, o músico conta que evoluiu muito depois conheceu o violão inovador de Garoto, um dos precursores da Bossa Nova.

Para seguir carreira, porém, já nos anos 1960, foi estudar violão na Europa. Em Lisboa consolidou o violão erudito ampliando seu repertório como compositor e em Madri, no Conservatório de Cultura Hispânica, dominou técnicas de guitarra latina. Em 1967, ele recebeu a cadeira de violão clássico do Conservatório Carlos Gomes de Belém, onde lecionou até julho de 1967.

O evento que deu impulso decisivo à sua carreira foi a execução da obra-prima de Villa-Lobos, o Concerto para Violão e Pequena Orquestra, com a Orquestra Sinfônica Nacional no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. A partir daí, seguiram-se vários convites para concertos no Brasil e no exterior. 

Em junho de 2020, Sebastião Tapajós, ao receber o título de Doutor Honoris Causa, pela Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), declarou: "A música é minha alma, meu porto seguro, minha vida".

Serviço

Exposição Virtual Sebastião Tapajós. Projeto selecionado pela Lei Aldir Blanc – Edital de Artes Visuais Fotoativa e Secult-Pa. Acompanhe também pelas redes sociais @fotografavanessabarros, onde as Mini oficinas “Como fazer boas fotos pelo celular” e “Como editar profissionalmente suas fotos pelo celular” poderão ser acessadas gratuitamente. 

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