O primeiro dia do Encontro Acadêmico de Cinema da Amazônia (I Cinemazon), que iniciou ontem no Teatro Cláudio Barradas, encerrou com a palestra do cineasta documentarista Orlando Senna que sintetizou, em uma hora de fala, a história do cinema.
Orlando Senna trouxe aos calouros e à platéia de críticos, profissionais e professores, a história do cinema desde seu surgimento com os irmãos Lumière, na França, passando pelo americano David Griffith, que introduziu e desenvolveu inovações profundas na forma do fazer cinematográfico, até chegar nos dias de hoje, quando o cinema dá um salto com a utilização das novas tecnologias e o início de uma nova era com a Realidade Virtual, o que já se começa a chamar de 8ª Arte.
Foi um começo de noite memorável, em que se lançou o primeiro curso de cinema da Amazônia. Para Senna, com quem conversei após sua palestra, era estranho que até o ano passado ainda não houvesse um curso desses na região, enquanto que a realidade de todo o resto do país é ter pelo menos uma boa escola de formação.
Jorane Castro |
“Era uma coisa fora de propósito, não haver um curso na maior região do país. Por isso, quando se vê isso resolvido só tenho que aplaudir, já era tempo. Outro aspecto é que a Escola está em boas mãos.
As pessoas que estão à frente, tratando de consolidá-la, são pessoas que tem todas as possibilidades de fazer isso”, disse referindo-se à coordenação do curso por Cláudia Melo e o quadro de professores ao qual se integra, entre outros, a cineasta Jorane Castro.
Orlando Senna diz que a criação do curso vem atender um dos dois fatores fundamentais para a implantação de um mercado cinematográfica na região.
“A formação na região norte é um dos dois elementos básicos para se te um indústria audiovisual na região norte. O segundo fator, que se soma a isso, que na verdade já deveria existir, é o entendimento e a vontade política dos governantes desses estados da região em se formar aqui uma indústria audiovisual. É preciso que se entenda que estamos falando da região mais polêmica e importante do planeta, e que precisa se conectar a maior economia do século 21, que é a indústria da comunicação”, afirmou.
Para ele estas duas coisas são necessárias, a formação e decisão política em ser uma região produtora. A 1ª já está encaminhada, agora falta a segunda.
“Os governantes da Amazônia precisam entender e trabalhar neste sentido, não só com a formação, mas também com a produção. Maravilha que se esteja começando com a formação, mas também tem a produção, e isso é algo de estado.
Ou você vai esperar que os empresários cheguem pra fazer a indústria audiovisual na Amazônia, na região norte? Não. É uma obrigação, coisa de governo em todo lugar até nos Estados Unidos, que muitas vezes nem precisa fazer isso, mas nós e todos os outros países, precisamos”, finalizou.
O Primeiro Encontro Acadêmico de Cinema da Amazônia (I Cinemazon) segue sua programação nesta sexta-feira, 21, no auditório da Escola de Teatro e Dança da UFPA.
Ontem se falou em crítica de cinema e formação e estética do ator para o cinema. A atriz, escritora e documentarista Conceição Senna prevista para esta mesa não pode vir a Belém.
A conversa, então foi com a atriz e professora Olinda Charone que relatou sua experiência com o teatro e o cinema, falando das diferenças de interpretar para um público, ao vivo, no teatro, e para a câmera, no cinema.
Hoje, na pauta, aborda justamente o mercado. A programação sexta vai encerrar, às 19h30, com a projeção do documentário “Iracema – Uma transa Amazônica”, de Orlando Senna e Jorge Bodansky (1974), com apresentação de Senna, que continua em Belém.
O I Cineamazon vai até dia 31 de janeiro, no Cinema Olympia, onde será aberta, dia 22, a Mostra “O Cinema dos Primeiros Tempos”, que reúne filmes de Georges Méliès, Luis e Auguste Lumiére, Edwin's Porter, David Griffith, Dickinson e William Heise, Ferdinand Zecca, Emile Cohl, Birt Acres, Abel Gance, Max Linder, Roscoe Arbuckle e Charles Chaplin.
Serviço
Mostra de filmes do I Cineamazon. De 22 a 31 de janeiro, sempre às 16h30, com a Mostra O Cinema dos Primeiros Tempos. Nesta sexta-feira, 21, teme xibição de Iracenam, Uma Transa Amazônia, às 19h30, com presença do roteirista e co-diretor do filme, Orlando sennna.
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