Quadrinho, cinema, teatro. Tudo isso está no espetáculo “À Sombra de Quixote”, cuja temporada, que iniciou na semana passada, segue agora, nos dias 29 e 30, e encerrará com apresentações nos dias 05 e 06 de fevereiro.
Montado a partir do Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz, o espetáculo é fruto da investigação do coletivo Miasombra em torno do teatro de sombras. Técnicos e atores sombristas trabalharam durante cinco meses para alcançar o resultado que vem sendo mostrado ao público e que para Milton Aires tem sido de um encantamento sem fim.
“Começo dizendo que ver o deslumbramento que o espetáculo causa nas pessoas é o melhor pagamento. Não tem nada que substitua isso. Emociona e também faz pensar. Acho que a palavra que define para mim essa primeira temporada é Impacto”, diz.
Na frente da tela, personagens encantados. Temos nas cenas, uma Dulcinéia e um gigante moicano, o cavalo Rocinante, o próprio Dom Quixote, uma menina que é abandonada na floresta, um menino peixe, uma sereia, um Dom Quixote Caranguejo, além de uma cidade feita com restos de material de sucata de computador.
Por trás, atores sombristas, que protagonizam, com a manipulação de bonecos, fragmentos de histórias inspiradas livremente na obra Dom Quixote de La Mancha, personagem emblemático criado pelo espanhol Miguel de Cervantes há 400 anos.
“Tinha um pouco de noção sobre o que estávamos criando, mas a dimensão exata superou minhas expectativas. E esse impacto é de todos, tanto do público como do coletivo. Até agora, não sei de fato o que o publico vê, pois são situações bem diferentes.
Criar as imagens atrás da tela é uma ação que temos que controlar o tempo todo, o que a plateia vê, de fato, são recortes feitos numa edição ao vivo, é muito inusitado isso. Outra coisa curiosa é o quanto o espetáculo foi crescendo nessas cinco apresentações. Quase uma mutação”, conclui Milton.
Ivi e Iuri nos bastidores dos bonecos, com a atriz Márcia Lima |
“Fiquei surpresa de ver esta performance tão elaborada, tridimensionada, com tantos detalhes. Depois, ter acesso aos bonecos por de trás da tela é mais incrível ainda”, diz.
A plateia se encanta mais ainda porque depois de ficar com os olhos presos na tela, onde as imagens em movimento são projetadas em sombras lembrando um filme de animação, é convidada a ver de perto os bonecos confeccionados com sucata de computador, sombrinhas e pequenas peças plásticas.
“É a primeira vez que vi teatro de sombras e achei interessante. Sou cientista ambiental e então essa coisa da reciclagem de um material que seria lixo ir parar dentro do espetáculo é mais interessante ainda. Outra coisa que fascina é que às vezes esquecemos que é sombra, parece que estamos vendo um filminho”, diz Iuri Nunes, de Belém.
Além do patrocínio da Funarte, “À Sombra de Dom Quixote” é realizado em parceria com o Studio REATOR, INTIMIDIA, Usina Contemporânea de Teatro, Companhia de Investigação Cênica e PRODUTORES CRIATIVOS. Apoio Cultural: Restaurante Calamares, Lú Refeições, Refry, Hiléia, Sol Informática e Imagética Filmes.
Para saber mais sobre o espetáculo e o coletivo Miasombra, acesse o blog: http://miasombra.blogspot.com/
Serviço
À Sombra de Dom Quixote. Dias 29 e 30, em janeiro, e 05 e 06 de fevereiro, às 20h30, no Reator – Trav. 14 de Abril, 1053, entre Magalhães Barata e Gov. José Malcher. Ingresso R$ 20,00 com meia entrada para estudantes e artistas. Ingressos podem ser reservados por telefone: 8112.8497 (apenas 30 lugares).
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