OSTO (Foto: Rogério Uchôa) |
A Orquestra Sinfônica do Teatro da Paz - OSTP, se apresenta nesta quarta-feira, 25 de maio, executando peças de Wolfgang Amadeus Mozart e Joseph Haydn. É a primeira apresentação da orquestra na Igreja de Santo Alexandre. A realização é da Secult e Governo do Estado, com apoio da Fundação Carlos Gomes.
O regente Miguel Campos Neto conhece bem a acústica da Igreja de Santo Alexandre: “É uma acústica típica de catedral, ou seja, amplifica o som da orquestra, que nesta apresentação interpreta as peças musicais em formato camerístico”.
A primeira parte do programa inicia com uma das suas sinfonias de Mozart mais conhecidas pelo público, a Sinfonia nº 25, composta durante a juventude do compositor, então com 17 anos. Estabelecida no momento de sinfonias clássicas, a nº 25 tem a peculiaridade de usar um tom menor (mais comum entre os românticos), chamando a atenção da platéia com uma melodia vigorosa.
O período maduro de Mozart será representado pelo Concerto para Clarinete, com a participação solo do clarinetista Márcio Carvalho. O movimento lento deste concerto é considerado um dos mais bonitos da história da música ocidental: “A melodia, inspiradíssima, comprova a dedicação do compositor para este instrumento”, assinala o regente.
O grand finale acontece com a execução da Sinfonia nº 88, de Joseph Haydn, considerado o patriarca da escola vienense. Comparada às demais, a de nº 88 pode parecer, segundo o regente da OSTP, menos especial por não ter sido celebrizada com um apelido, como a “Sinfonia do Adeus” ou a “Sinfonia da Surpresa”, por exemplo. O regente menciona, como testemunho da grandeza da obra, a estima que tinha por ela o compositor Johannes Brahms, que declarou querer que sua planejada nona sinfonia soasse como o segundo movimento desta peça de Haydn. Nesta sinfonia, o primeiro movimento começa com uma breve introdução, que rapidamente se instala com o acorde dominante. “Executar a Sinfonia n° 88 é adentrar no mundo de traquinagens, de travessuras marotas da massa sonora de Haydn”, observa Campos Neto.
OSTP - A Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz foi criada em 1996, numa iniciativa da Secretaria Executiva de Cultura (Secult), em parceria com a Fundação Carlos Gomes. Como solistas atuaram Arnaldo Cohen, Arthur Moreira Lima, Miguel Proença, Paulo José Campos de Melo, Adriane Queiróz, Carmen Monarcha e Marília Caputo. Em 1999, a OSTP gravou o CD “Arthur Moreira Lima interpreta Waldemar Henrique”, destacando três compositores locais: Serguei Firsanov, Tynnôko Costa e Luiz Pardal.
Integrada à vida cultural de Belém, a OSTP realiza concertos mensais, participa do Festival Internacional de Música da Fundação Carlos Gomes e do Festival Internacional de Ópera do Theatro da Paz, tendo executado obras como Macbeth e Rigoletto, de Verdi; a opereta A Viúva Alegre, de Franz Lehar; A Flauta Mágica, de Mozart; Carmen, de Bizet; O Barbeiro de Sevilha e La Cenerentola de Rossini; Madame Butterfly, de Puccini e, em primeira audição, depois de suas estréias há mais de cem anos, as óperas Bug Jargal e Yara, do paraense Gama Malcher.
Em 2005, iniciou o processo de descentralização de suas atividades, por meio do projeto “Pará Sinfônico - A Orquestra nos Municípios”, tendo se apresentado em Castanhal e Santarém. Em 2008 gravou o seu primeiro DVD, registro de seu amadurecimento profissional.
Os maestros Andi Pereira (RS), Barry Ford (EUA), Mateus Araújo (SP) e Enaldo Oliveira (PA) já foram titulares da orquestra que, atualmente, é conduzida pelo maestro paraense Miguel Campos Neto, o qual colaborou com o compositor Roger Waters (ex-membro da banda Pink Floyd) em sua Opera Ca Ira, e regeu performances encenadas no Festival Amazonas de Ópera.
Atualmente, Campos Neto é regente titular da OSTP, da Orquestra Jovem Vale Música, diretor artístico e regente principal da Chelsea Symphony, em Nova York e ocupa a cadeira de regência da Universidade Federal do Pará, em Belém.
Serviço
Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, na Igreja de Santo Alexandre, nesta quarta-feira, 25, a partir das 20h. Entrada franca.
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