5.5.11

Na tela: rituais punitivos que antecedem o nazismo

O cultuado ‘A Fita Branca’, de Michael Haneke,  estreia em Belém nesta sexta-feira,  06, no Cine Oi Estação. O filme, que será exibido em película, é vencedor da Palma de Ouro no Festival de Cannes, do prêmio FIPRESCI, na categoria de melhor filme, do Festival de San Sebastian, além de ter recebido indicações ao Oscar de melhor filme estrangeiro e melhor fotografia. 

Para o diretor Michael Haneke, ‘A Fita Branca’ é um filme sobre as raízes do mal, sobre um grupo de crianças que são doutrinadas com ideais sinistros e se tornam juízes dos outros – justamente daqueles que impuseram os ideais absolutos, como o fascismo da direita, o fascismo da esquerda e o fascismo religioso. 

“Sempre há alguém em uma situação de grande aflição que vê a oportunidade, através da ideologia, para se vingar, se livrar do sofrimento e consertar a vida. Em nome de uma idéia você pode virar um assassino.”, declarou Michael Haneke durante o lançamento do filme no Festival de Cannes.

‘A Fita Branca’ mostra o cotidiano de um vilarejo no norte da Alemanha às vésperas da eclosão da Primeira Guerra Mundial, onde estranhos rituais punitivos antecipam o surgimento do nazismo. A ação se passa na fictícia aldeia protestante de Eichwald, Alemanha, entre julho de 1913 e agosto de 1914, identificando as relações de poder do barão e seus empregados submissos, o pastor, o médico, o professor, a parteira e seu filho com problemas mentais e um grupo de crianças que estão longe de qualquer tipo de doçura e ingenuidade, e em alguns casos, forçadas a vestir fitas brancas como um lembrete da pureza perdida.

O estranho acidente com o médico (Rainer Bock), cujo cavalo tropeça em um arame afiado, faz com que uma busca pelo responsável seja realizada. Logo, outros estranhos eventos ocorrem, levantando um clima de desconfiança geral.

Todas as cenas foram originalmente filmadas em cores e em seguida, alteradas para preto e branco, para criar um efeito de distanciamento. 

Christian Berger, habitual diretor de fotografia Haneke, rodou o filme em Super 35 usando um Compact Moviecam. Antes das filmagens, Berger estudou os filmes em preto e branco que Ingmar Bergman fez com o fotógrafo Sven Nykvist.

Provocativo, ‘A Fita Branca’ aborda o tema espinhoso da violência física ou psicológica, mote explorado por Haneke em filmes como ‘Violência Gratuita’, ‘Código Desconhecido’, ‘A Professora de Piano’ (com Isabelle Hupert) e ‘Caché’(com Juliette Binoche).

Serviço
A Fita Branca, no Cine oi Estação. Nesta sexta, 06 (18h e 20h30); sábado, 07 (10h, 18h e 20h30) e no domingo, 08 (10, 18h e 20h30). E também, na quinta, 12, (18h e 20h30), sexta, 13 (18h) e no domingo, 15 (10h, 18h e 20h30). Ingressos: R$ 7,00 (inteira) R$ 3,50 (meia). Realização OS Pará 2000, Secult e Governo do Pará. Patrocínio Oi. 

(informações da assessoria de imprensa/Secult)

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