Pioneira no estudo e pesquisa em dança no estado, e responsável pela formação de inúmeros bailarinos que hoje se destacam nacionalmente neste cenário, Marilene Melo apresenta neste mês de maio, o projeto “Encena com + De 60”. Serão três apresentações em Belém e quatro na capital paulista.
Contemplado em 2010, com o II Prêmio Inclusão Cultural da Pessoa Idosa – Edição Inezita Barroso, na categoria Formas de Expressão Artísticas, do Ministério da Cultura, o projeto de Marilene ganhou a primeira colocação na seleção pública do Governo Federal.
Encena com + de 60 retoma a trajetória da bailarina e coreógrafa em um solo composto de nove cenas marcantes de sua carreira. Marilene selecionaou as cenas dos espetáculos, “Fraseando” – Prêmio Funarte em 2009 – e “EnCantos” – Prêmio Bolsa de Criação IAP 2005.
O espetáculo será mostrado não só em Belém, nos dias 18 de maio, no Teatro Margarida Schivasappa (20h), e 27 e 28, no IAP (18h), mas também em São Paulo, nos dias 28, 29 (19h) e 30 de amio (18h), na Galeria Olido – Sala café, e no dia 18 de novembro, na UMAPAZ , Parque Ibirapuera.
“Em algumas cenas em Belém serão feitas com os dois intérpretes da Cia de Dança Roda Pará (Assis Nascimento e Dionne Lima), o qual fizeram parte desses espetáculos e dessa minha trajetória. Já em São Pualo, estes momentos serão vividos com a bailarina Ticiane Duarte, que é cadeirante”, diz.
“Será um momento muito feliz, pois estamos longe há 3 anos, e hoje em S. Paulo ela se dedica também à natação, tendo ganho várias medalhas e viajado por vários estados, uma outra superação dela”, conta Marilene que ainda terá ao lado, na capital paulista, a participação de sua filha Andressa Melo .
Carreira - Marilene Melo nem bem aprendeu a andar e já dançava pela casa, no meio da sala, intuitivamente, como se os movimentos aleatórios pudessem prever que a expressão do corpo seria sua mais aguerrida dedicação.
Amazonense, ela chegou ao Pará ainda aos oito anos, já que o pai precisou ser transferido no emprego. Aos 13 anos, conseguiu uma bolsa para estudar balé clássico com o professor Augusto Rodrigues – memorável mentor de muitos outros nomes ligados às artes cênicas em Belém.
A vontade era aprofundar os estudos com aulas de educação física, que àquela época, na década de 1960, aconteciam esporadicamente, já que não existia curso de graduação. O interesse pela dança e a vontade de desvendar as possibilidades artísticas do corpo foi crescendo e já aos 18 anos, ela conseguiu o certificado para ministrar aulas.
Foi na Escola Souza Franco que Marilene iniciou a carreira como professora. Por conta da ausência de um curso superior, chegou até mesmo a cursar Pedagogia. Mas depois de um ano, em 1970, abandonou o curso para prestar vestibular para Educação Física, na Universidade do Estado do Pará.
No mesmo período, ela já fazia parte também de outro importante grupo, o Grupo Coreográfico da UFPa, sob coordenação da professora Eni Corrêa. “Vim embora, estudando, trabalhando... me lancei”, conta Marilene. Na década de 1980, ela inaugurou a própria academia de dança, que levava seu nome.
No entanto, depois de muitos prêmios e atividades realizadas no espaço, os alunos foram tomando rumos próprios e o grupo estava quase parando. A reviravolta veio em 2000, com a pesquisa de outros corpos, quando ela decidiu partir então para uma pesquisa radical, com os deficientes em geral, foi uma redescoberta para ela.
A iniciativa a levou aos processos coreográficos que deram origem ao Grupo Roda Pará, que reúne cadeirantes e bailarinos com demais limitações físicas. Criado em 2003, o grupo teve início com pesquisas em parceria com a professora Sônia Massoud, na época e novamente agora, na gerência de artes cênicas do Instituto de Artes do Pará.
Serviço - Mais informações sobre o espetáculo pelo telefone 91 8106.9579. Ou no site de Marilene Melo, que traz fotos, vídeos, biografia e a agenda completa das apresentações. Confira aqui.
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