O show será em Belém, no Anfiteatro da Estação das Docas, a partir das 20h desta quinta-feira, 22. O ingresso será trocado por brinquedos novos ou usados que serão entregues, neste Natal, às crianças da comunidade da Ilha do Combu, uma das fontes de inspiração para este trabalho de Lu. A cantora, em boa fase, se prepara para em 2012, ampliar a carreira do EletrOquestra e iniciar novos trabalhos. Leia mais no texto de Caco Ishak.
“Depois do álbum pronto, o caminho é árduo. Difundi-lo, ainda hoje, é complicado. Fazer com que chegue às pessoas e que elas absorvam o trabalho em meio a milhares de informações e novidades a cada instante.
Não me considero uma artista que alcançará uma massa de gente [se rolar, ótimo], mas fico muito feliz quando alguém valoriza minhas músicas, compartilha em seu blog, como a Monique Malcher, que escutou o disco curtindo uma chuvinha. Ou mesmo no carro, indo pra casa. Outro dia, fiquei sabendo que, através da música ‘Onde moro’, uma moça se emocionou e foi tomar banho de igarapé no fim de semana. O processo de criação e produção foi lento, o alcance às pessoas também, mas a intensidade desse alcance é que interessa”.
Não me considero uma artista que alcançará uma massa de gente [se rolar, ótimo], mas fico muito feliz quando alguém valoriza minhas músicas, compartilha em seu blog, como a Monique Malcher, que escutou o disco curtindo uma chuvinha. Ou mesmo no carro, indo pra casa. Outro dia, fiquei sabendo que, através da música ‘Onde moro’, uma moça se emocionou e foi tomar banho de igarapé no fim de semana. O processo de criação e produção foi lento, o alcance às pessoas também, mas a intensidade desse alcance é que interessa”.
Quem conta, canta e encanta é a compositora paraense Lu Guedes, que vem a público convidar meninos e meninas, jovens e idosos, enamorados e cotovelos doídos, a compartilhar da sinergia certamente proporcionada pelo show de encerramento da turnê 2011 de lançamento de seu álbum, EletrOrquestra, no palco do Anfiteatro da Estação das Docas, dia 22 de dezembro, às 20h.
Patrocinado pela Petrobras, através da Lei Rouanet, e com participação especialíssima do músico paulista Curumin na bateria da faixa de maior destaque, “Onde Moro”, o álbum [lento e denso, que conta ainda com duas letras assinadas pelo poeta João de Jesus Paes Loureiro] foi mixado pelo americano Victor Rice, que já trabalhou com nomes tarimbados como The Slackers, Scofflaws e New York Ska-Jazz Ensemble, além de ter co-produzido os discos tributo Dub Side Of The Moon [Pink Floyd], Radiodread [Radiohead] e Easy Star's Lonely Dub Band [Beatles], do grupo Easy Star All-Stars.
Depois, manda para Nova Iorque, ser masterizado por James Cruz, e, enfim, pronto. O resultado? Como bem descreveu o jornalista Ismael Machado: “Dubs praieiros, canções serenas, orvalhadas [...] batuques e cirandas namoram grooves e loops”. Para ficar nas palavras da própria artista, “um encontro com imagens cantadas nossas, hábitos nossos, que dialogam com sonoridades daqui e do mundo”. Especialidade de Lu, diga-se, que já havia desenvolvido pesquisa em terreiros de Mina Nagô, em Belém, na composição de seu primeiro disco, “Estrela D’água”.
2012 vem aí - Depois de EletrOrquestra, Lu Guedes promete uma nova parceria com Rice. Como de praxe na carreira da artista, porém, o trabalho será feito sem pressa alguma, com todo carinho: “O processo do EletrOrquestra foi lento, já pensava no formato quando estava finalizando o meu primeiro álbum, Estrela d' água. Como agora, finalizando o EletrOrquestra, já penso no próximo. Leva tempo até chegar no estúdio, com possibilidades efetivas de se realizar algo”, conta Lu.
Sem pressa, mas a caminho. As pesquisas serão iniciadas no início de 2012, pelo interior do estado.
Lu quer passar um mês em cada município percorrido, observando, assimilando a cultura local, municiando-se para novas composições. Atenção, baionenses: a primeira cidade visitada será Baião, no oeste do Pará. O percurso todo será registrado fotograficamente pela própria Lu, outra paixão paralela à música, para servir de elementos para o projeto gráfico do novo disco e uma exposição.
E as boas novas não param por aí.
Após se apresentar no Rio e em São
Paulo, circulação patrocinada pela Petrobras, Lu Guedes se prepara para
uma nova incursão nacional, mais abrangente. Bruno Lancellotti [Radiola
Records | SP] será o responsável pela produção da turnê, que deverá
percorrer os palcos do Sesc, também em 2012.
A falta de pressa de Lu, por sinal, parece não se dever a outro motivo senão a profusão de boas idéias e, consequentemente, bons projetos em que está envolvida. Já nas primeiras conversas, Lu se prepara com o garoto prodígio das guitarradas Pio Lobato e Adamor do Bandolim para a pré-produção de um programa especial, cuja proposta seria uma mistura de linguagens, unindo sonoridades para transformá-las em um novo som. O encontro resultará ainda em um curta documental, dirigido por outro importante nome da novíssima música paraense, Felipe Cordeiro.
Pois bem. O fruto dessa busca translucidamente transloucada poderá ser sorvido em goles homeopáticos no dia 22 de dezembro, uma quinta-feira de lua nova, a partir das 20h, no Anfiteatro da Estação das Docas. O ingresso vale um brinquedo novo ou usado, que será doado para uma criança da Ilha do Combú. Ou seja: quanto mais ingressos trocados, mais crianças felizes nesse Natal.
Aqui, a eletricidade é à lenha. Vale mais o calor humano.
Um comentário:
Sucesso Lu! Dia 22 é meu aniversário quero ver se convenço a minha família de me dar esse show de presente e estar comigo lá.
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