Dias antes falamos dele por aqui, quando divulgamos a exposição "Maitê", para qual ele mobilizou diversos outros artistas, como Marinaldo Santos, Osvaldo Gaya e Laura Calhoun, além de Antar Rohit, in memorian, que doaram obras para serem vendidas em prol do tratamento de saúde de Maria Tereza, sobrinha do artista, dêem uma olhada, o perfil da mostra é @exposição.maite.
A expressão "Cerimônias Privadas" nos remete a diversas situações que estamos vivendo. E na arte de Simões, reflete, ainda, o estado de espírito pelo qual cada um de nós, em algum momento, passa nesta pandemia. Isolado ao máximo do contato com as pessoas, neste último domingo, ele enviou para sua rede de amigos, imagens de sua nova série, e me falou sobre esse momento delicado que vivemos no mundo.
“Eu me protegi da imensa crise que nos assola, trabalhando com entusiasmo, mas depois de um tempo, veio um desânimo que me deixou abatido novamente e senti fragilidade em relação à minha vida e das pessoas que amo. Enfim, vou recobrando a disposição para a vida e quero continuar a trabalhar e ver o resultado de tudo isso”, comenta ele, em meio a essa oscilação emocional pela qual todos estamos de certa forma passando.
Demasiadamente humanos
“Acabei de iniciar essa nova série. São desenhos sobre papel Canson. Estou retratando figuras humanas sempre solitárias. Seus corpos estão torturados”, diz ele que já passou por diversos estágios emocionais nesta pandemia. "Estou em Carananduba, na casa da minha mãe. Sozinho”, diz.
O artista confessa que gostaria de voltar a expor de forma presencial, que sente falta desse ritual mas que entende, ainda não estamos prontos. “Só quando tivermos superado a pandemia. E de preferência que o Brasil já tenha vomitado o demônio que está entalado. Gosto das exposições presenciais, mas vamos por enquanto ampliar e trabalhar com as ferramentas digitais”, conclui.
Na ocasião, o entrevistei e ele me disse ser um novo momento na sua trajetória, “...rompi com aquela coisa mais figurativa que eu tinha, de pintar retratos e figuras humanas. Hoje eu enveredo por uma linguagem mais abstrata e experimental, buscando outros caminhos que eu ainda tenho que trilhar adiante, estou em um devir, ao que virá!”.
Anos de trajetória, pizza e jambú
Simões com obra da série Fogo Sagrado |
Quando o lugar fechou, em 2008, Simões, mais uma vez, se recolheu, mas desta vez, ele voltou a pintar. Naquele mesmo ano, realizou a exposição “Redesenho” na casa Fundação Antar Rohit, no bairro da Campina, seguindo depois para a Taberna São Jorge, da fotógrafa Walda Marques.
Em 2009, a série “Natureza Imaginária” foi exposta no Hall do Tribunal Regional do Trabalho, em frente à Praça Brasil e em 2014, como já dito, “Fogo Sagrado”, exposta no Museu do Estado.
Já estou torcendo pra gente ver essa nova série "Cerimônias Privadas" completa. E quem sabe, por um milagre disfarçado de vacina ou desejo cheio de cuidados, a gente em breve possa sim, estar face to face com um desenho dele!
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