6.10.09

Eliane Caffé exibe filme rodado no Pará

O ator Chico Diaz,
um dos protagonistas

Há algum tempo, os paraenses que participaram da equipe técnica e do elenco do projeto perguntavam quando seria a estréia do longa rodado no Pará em 2007, "Andar às Vozes".

Pois bem, ele acaba de ser exibido no Festival do Rio, mas ganhou outro nome "O Sol do Meio Dia". Das filmagens, além dos atores paraenses, também estão em cena, os integrantes do Boi de Máscaras Faceiro, de São Caetano de Odivelas.

Segue abaixo, o trecho do texto que se refere ao filme, escrito por Luiz Joaquim e publicado no site http://www.cinemaescrito.com/

Rio de Janeiro (RJ) - Enquanto a safra estrangeira aparece, à princípio, menos empolgante no gigantesco quadro de opções desta edição do Festival do Rio, a Premiere Brasil tem se mostrado a cada dia mais empolgante. Em Sessão de Gala (com apresentação do diretor) no lindo Cine Odeon, Cinelândia, o longa "O Sol do Meio Dia", de Eliane Caffé, sugou os espectadores, durante sua primeira exibição pública na noite de domingo, para um universo pouco visto no nosso cinema. O cenário era o interior do Pará, passando por Belém, com o que há de rico e autêntico da cultura de lá.

Importante observar que a produção foi cuidadosa e responsável o suficiente para não se fazer soar folclórica. À propósito, Caffé fez uma apresentação bastante emocionada no palco do Cine Odeon. Disse que nas filmagens olhava para o set, com sua parafernalha e as pessoas se dedicando àquele trabalhão, só para contar uma historinha, uma espécie de sonho. Lembrou de problemas sérios na produção, que não podiam chegar aos ouvidos da equipe, e ressaltou a força de sua produtora Van Fresnot como determinante para o filme existir.

Parabéns a Fresnot e Caffé, então, por nos dar um filme tão delicado. Assim como seu anterior "Narradores de Javé", temos uma figura extremamte sedutora e autêntica da cultura popular da região Norte do país. Se o talento de José Dumont fez do nordestino Antonio Biá um personagem inesquecível, Chico Diaz empresta sua competência para dar vida ao não menos belo e comovente Matuim. Ele é um barqueiro que herdou a embarcação do pai. Adora cachaça e mulher. Tem um peculiaridade: usa uma peruca de longos cabelos para esconder o único motivo que lhe deprime na vida.

Vai se juntar a Matuim o ex-presidiário Arthur (Luiz Carlos Vasconcelos), ex-presidiário que age de forma oposta ao amigo. Está sempre reflexivo, fala pouco e evita as mulheres. A certa altura, entra em cena Ciara (a estreante Cláudia Assunção), cuja vida é atormentada pela filha que se torna prostituta e pelo pai instransigente (Ary Fontoura). Ciara vai funcionar na trama como um ponto convergência de interesses e conflito entre os dois amigos, desenhando um quadro melancólico para o trio. Em comum à todos, um deslocamento geográfico e sentimental de seu lugar de origem em direção a uma maturação particular.

leia o restante desta reportagem no site http://www.cinemaescrito.com/


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