Foram meses de ensaio e agora o público finalmente vai poder conferir o espetáculo “Catolé e Caraminguás”, montado com o prêmio “Cláudio Barradas” do Edital de Fomento às Artes Cênicas da Secult-Pa e com apoio do Sesc-PA.
Ontem aconteceu o último ensaio, no anfiteatro “Arena dos Tajás”, do Casarão do Boneco, onde o espetáculo ficará em cartaz até dia 30 de maio, de quinta a sábado, às 19h. Havia uma platéia de jornalistas e alguns alunos de artes cênicas. Mas estão todos convidados, a partir de hoje. O ingresso é um brinquedo. O Casarão do Boneco fica na Av. 16 de Novembro, 815, antes de chegar na Praça Amazonas.
De acordo com Adriana Cruz, do In Bust e diretora deste espetáculo ao lado de Paulo Ricardo Nascimento, o processo desta montagem foi um desafio, o que para ela já é uma premissa de todo novo trabalho. “Tem que ser algo que dê aquela angústia sobre o que poderá acontecer . Divido a direção com o Paulo Ricardo o que tem sido muito rico, assim como outros processos do grupo, é um exercício de “estar na cena” do lado de fora. Ser um espectador que vive a história minuciosamente”, diz.
O espetáculo mostra a história da família Peperone que vive de apresentar espetáculo de teatro de bonecos. Usam sempre os mesmos e há muito tempo que mostram um mesmo roteiro. A novidade chega pelas mãos de Saul (Aníbal Pacha), um dos filhos de Raimunda (Cristina Costa) e Zulu (Michel Amorim), que dirigem a companhia. O novo roteiro chama-se “Tem Gato no Telhado “ (adaptação do texto “Os Ciúmes do Pedestre, ou O Terrível Capitão do Mato”, de Martins Pena). Em cena ainda Koshiro (Charles Wesley), filho mais espevitado da família e Manoela (Mariléia Aguiar), irmã de Zulu.
Com um novo espetáculo em mãos, esta família começa a ensaiá-lo. Ao longo dos ensaios, vários desentendimentos e muito humor para a platéia delirar. Misturando a atuação de atores com a manipulação de atores, este novo espetáculo representa mais um passo em direção ao já amadurecido processo do In Bust.
Os bonecos foram construídos a partir das caricaturas dos atores. “Tínhamos um principio de fazer os bonecos com a cara dos atores. Fotografei todos eles, tentei fazer uma caricatura, mas depois dei uma relaxada, pois esta referência não precisava ficar tão forte. Eles ficaram com alguns traços de cada um”, diz Aníbal que assina a construção de cenário e figurino.
“Como a gente tem base na Commedia Dell’Arte estes bonecos tem que ser universais, tem que ter um padrão, pois eles utilizavam sempre os mesmos bonecos para vários espetáculos”, conta Pacha.
Os bonecos foram feitos com a técnica do látex. “Já conhecia a técnica, mas tinha desistido disso há muitos anos, pois aqui no nosso clima isso não dura muito. Coincidentemente veio o pessoal da Colômbia (Gente Serpiente) nesta fase do meu estudo e a Angélica (bonequeira colombiana) que passou uma tarde no Casarão comigo fazendo a manutenção dos bonecos deles que iriam entrar em cena naquela noite aqui, era finalzinho de FSM. Mas a Angélica, que usa a mesma técnica, me disse ‘non, non, coloca meia de mulher e passa cola, vira o falso látex’.. e aí atentei para a possibilidade de trabalhar novamente com esponja e deu certo”, explica o bonequeiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário