5.11.24

Belém abre programação da 3a edição do !PULSA!

Elisa Lucinda.
Foto: Guto Muniz
Te prepara para dias intensos em Belém do Pará. É, gente. Mais pulsante do que nunca!! É que de 9 a 17 de novembro, a nossa magueirosa recebe e faz o !PULSA! Movimento Arte Insurgente, que vai ocupar diversos espaços na cidade, oferecendo atividades diversas de forma gratuita, com ingressos para os espetáculos, bailes e festa disponíveis pelo SYMPLA. A realização é da Olhares Instituto Cultural e Outra Margem, com patrocínio do Instituto Cultural Vale e Ministério do Cultura, via Lei Federal de Incentivo à Cultura.

O !PULSA! estará em lugares variados que vão dos tradicionais teatros Waldemar Henrique e Margarida Schivasappa, quanto locais de valorização da cultura comunitária e periférica, como o Mercado Porto do Sal e o Terreiro de Mina Dois Irmãos. São espetáculos, exposições, performances, shows, encontros, workshops, residências artísticas e intervenção urbana. 

A potência desta iniciativa está na representatividade de múltiplas expressões, evidenciando a pluralidade que identifica, valoriza e fortalece a rede cultural independente de Belém, em conexão com produções de outros estados como Piauí, Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo. A programação teatral traz mais de 10 espetáculos que abordam temas profundos e provocativos, combinando performances cênicas com reflexões sociais. Entre eles, “Parem de falar mal da rotina”, com Elisa Lucinda, que será apresentado às 20h30, nos dias 9 e 10, no Teatro Margarida Schivasappa.

Exposição e performance também marcam o primeiro dia

No sábado, 9, o primeiro dia da programação conta ainda com a inauguração da exposição “Organoléptica - Coletivo Vadios”, às 10h, na Kamara Kó Galeria, e com dois workshops. O Narrativas do afeto - A crítica que !PULSA! , que traz Kil Abreu, jornalista paraense radicado em São Paulo, das 9h às 13h, na Casa da Linguagem. E ainda o Troca de saberes e diálogos em Produção Cultural, às 11h, na Associação Fotoativa, com Jaya Batista, que atua como diretor teatral, preparador corporal e gestor cultural. 

De tarde tem mais e já vamos ter a primeira performance da programação intitulada “Ponto Final, Ponto Seguido”, de Uýra Sodoma, das 14h às 15h, na Praça da Bandeira, localizada na Rua João Diogo, bairro da Campina. Envolve um ritual em que Uýra planta simbolicamente no asfalto, evocando um sistema radicular que representa as memórias e as florestas encobertas pelo concreto urbano. Com uma trajetória internacional, Uýra, 33, bióloga e artista visual indígena em diáspora, traz sua arte como ferramenta de cura e reflexão sobre identidade e ecologia urbana.

No mesmo dia, o Centro Cultural Bienal das Amazônias, na Manoel Barata, 400, no centro comercial de Belém, sediará, das 15h às 16h30, a roda de conversa “Experiências de Ativismo Territorial”, com Pedro Alace, Gisiane B’Onça e Roberta Sodré, sob a mediação de Sâmyla Blois. Esse encontro explora o ativismo voltado para a defesa dos territórios amazônicos, discutindo experiências de resistência e preservação da cultura e da natureza.

O  primeiro dia encerra com o Baile do Mercado, no Mercado do Porto do Sal, uma das joias arquitetônicas da Cidade das Mangueiras. Na programação, a partir das 20h30, a obra-acontecimento proposta pela artista Elaine Arruda, artista criadora do Projeto Mastarel, vai reunir a comunidade, artistas e público em geral para a realização de uma festa de brega, como os tradicionais bailes da saudade, típicos da região norte do Brasil.

A Dj – Jack Saínha, do bairro da Terra Firme, traz em seus sets as sonoridades elétricas e calientes que embalam as festas paraenses. O passeio sonoro inclui Tecnobrega, Tecnomelody e Bregafunk trazendo a força das aparelhagens para as pistas. Em seguida, às 23h, teremos apresentação da Quadrilha Junina Fogo no Rabo, com o espetáculo “Vestidos de amor para o amor encontrar”. 

A programação do baile segue, à meia noite, com a banda Layse, cantora, instrumentista, compositora e diretora musical, que traz suas influências amazônicas e caribenhas. E às duas da madrugada, entra em cena a aparelhagem de carro automotivo. 

Elisa Lucinda abre a mostra de espetáculos do !PUSLA!

Dias 9 e 10 no Teatro Margarida Schivasappa
Foto: Guto Muniz
A comédia "Parem de Falar Mal da Rotina", estrelada pela atriz e escritora Elisa Lucinda, estreia nos dias 9, com reapresentação no dia 10 de novembro, às 20h30, no Teatro Margarida Schivasappa. Com histórias e poemas pessoais, Lucinda leva o público a uma reflexão divertida sobre o cotidiano, transformando-o em um espaço de criatividade e descoberta. 

Em um diálogo espontâneo, ela apresenta personagens e explora a beleza das rotinas diárias, inspirada na natureza e suas constantes renovações. Elisa Lucinda é uma premiada atriz, poeta e autora de 19 livros, conhecida por popularizar a poesia e promover a educação cultural.

"O impacto da peça na minha vida e desse livro são indescritíveis num parágrafo só. A Beth Carvalho falou que a vida do ser humano é antes e depois do Parem de falar mal da rotina”, diz Elisa Lucinda, que pela segunda vez é convidada do !PULSA!. 

A peça que virou livro, circular há 22 anos pelo país reunindo jovens, adultos e idosos. Trata-se de um monólogo protagonizado por uma atriz negra, que também é a autora, e que transformou o espetáculo em um fenômeno. A matéria-prima é a rotina, repassada em público e desconstruída do papel de vilã atribuído pelo senso comum. 

"Nunca é o mesmo espetáculo nem na mesma temporada. Eu acho que o público vai de novo por causa dessa renovação. Toda temporada eu acrescento coisas,  tiro coisas e  ponho novas cenas e toda noite,  durante a temporada, eu crio uma coisa nova e alguém anota e eu ponho no outro dia no espetáculo", explica a atriz. 

Até dia 17 de novembro a programação de espalha na cidade

Residencia artística Corpo Espinho na ETDUFPA
Foto: Maurício Pokemon
Trocas de saberes, encontros e debates. O !PULSA! fomenta uma cultura insurgente, plural e acessível, cujo processo de construção da programação contou com a colaboração de artistas e consultores locais, como Marise Maués, Marcia Kambeba e Wlad Lima, identificando as particularidades e demandas culturais da cidade.

Haverá festas, performances e cortejos ocupando locais de importância cultural e histórica da cidade. Trazendo à tona temas sociais e ambientais, conectando o público a experiências imersivas e reflexivas, temos o Circula que !PULSA! vertente especial, que integra agentes culturais locais e valoriza espaços autônomos e ações independentes de Belém, como a do Coletivo Aparelho no Mercado do Porto do Sal, na Cidade Velha, e a do Ateliê da 25, espaço colaborativo de artistas no bairro do Marco.

E além disso, há o aspecto formativo, uma delas, a residência "CORPO-ESPINHO," que explora a relação entre corpo e natureza, com Maurício Pokemon e Allexander Bomber e que já inicia nesta quarta-feira, 6, quando a equipe de organização já estará toda em Belém. Para detalhes de cada ação e informações sobre inscrições, acesse o site oficial do festival. Durante os dias do !PULSA! em Belém, após os espetáculos e as ações, os espaços Casa Apoena e Esther Lanches, na Cidade Velha, serão pontos de encontro informal e aberto a todas as pessoas participantes ou não do festival, com comidas, bebidas e música.

Como surge o !PULSA!

O !PULSA! surgiu do desejo comum de colocar lado a lado, em diversas cidades pelo Brasil, a combinação de saberes, de artistas e de origens, com a crença na afirmação de Nego Bispo (1959-2023): confluências, quando misturas nos permitem transformações, sem deixarmos de termos nosso lugar.

“Acreditamos que em todo local existe potência de criação, de imaginação que pode provocar a transformação social. Queremos também discutir outros sistemas de conhecimento, com pessoas que vêm de povos originários, quilombolas, de lutas contra o desmatamento, da crise climática”, conta Andreia Duarte. 

Para os idealizadores, o !PULSA! é um reflexo da articulação entre a direção, agentes culturais e artistas da cidade de Belém. “Antes de qualquer ação, nós ouvimos. Isso é fundamental para criarmos estratégias compartilhadas na construção da programação.”, coloca Guilherme Marques. 

Construindo a programação com escutas

Para construir a programação desta terceira edição, o primeiro passo foi estabelecer a “escutaria”, articulada com a consultoria de Marise Mauês, Marcia Kambeba e Wlad Lima, para se conectar com pessoas da cultura expandida da cidade: do movimento negro, de quilombo, de quilombo indígena, das artes cênicas, das artes visuais, de territórios públicos, além de artistas, produtores e pensadores. “A partir dessas primeiras conversas, foi possível começar  a moldar como seria criar um !PULSA! que fizesse sentido para Belém”, dizem os diretores

A construção no território também contou com mais três consultores artísticos, Alexandre Sequeira, Lívia Condurú e Romário Alves, que ajudaram a pensar o entrelaçamento entre o território, as ações em vários espaços e localidades. Ação inédita, o Circula que !PULSA! é resultado dessas ações e nasceu para integrar a programação local com artistas de outros lugares e incentivar a ligação do público a uma rede de espaços culturais na cidade. 

Serviço

!PULSA! Movimento Arte Insurgente -  De 9 a 17 de novembro, o !PULSA! em diversos espaços da cidade. A programação completa está no site https://pulsa.art.br/. A retirada de ingressos (gratuitos) é pelo SYMPLA. A realização é da Olhares Instituto Cultural e Outra Margem, com patrocínio do Instituto Cultural Vale e Ministério da Cultura, via Lei Federal de Incentivo à Cultura. Parceria institucional: Fundação Cultural de Belém, Prefeitura Municipal de Belém, Fundação Cultural do Estado do Pará, Secretaria de Estado de Cultura e Governo do Pará. Apoio Cultural: IBT - Instituto Brasileiro de Teatro. 

Saiba Mais:

Site: https://pulsa.art.br/

Instagram: https://www.instagram.com/pulsamovimento/

Ingressos gratuitos: https://pulsa.art.br/edicao-3/ingressos/



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