29.11.24

Railídia estreia o show de Chegada no 54o Circular

Railídia
Fotos: Deborah Barros
Railídia compartilha as pontes culturais tecidas por ela entre as duas cidades que marcam sua trajetória artística e pessoal: Belém e São Paulo. Neste domingo, 01 de dezembro, ela apresenta o show CHEGADA, às 11h, pelo Circular Apresenta, do projeto Circular Campina Cidade Velha, no calçadão em frente ao Banco da Amazônia.

Após 27 anos vivendo na capital paulista, a artista desembarcou, em setembro, na cidade das Mangueiras, "trazendo na mala bastante saudade". Saudades de cá e de lá, sentimentos que transparecem no repertório da apresentação do show, em que ela estará acompanhada pelos músicos Príamo Brandão (baixo), Gileno Foinquinos (guitarra) e Marcos Santana (bateria).  

Em conexão com o projeto que mobilizou o olhar de Belém para o centro histórico, Railídia canta a poesia das ruas, as histórias, memória afetiva, encontros, as transformações na paisagem urbana, personagens, belezas e contradições das duas metrópoles. 

A artista revisita clássicos da música paraense, como Flor do Grão Pará (Chico Sena), e apresenta sambas como Saudades do Pará, do mestre paraense Kazinho, pouco conhecido em Belém, e que fez carreira na noite paulistana dos anos 50 aos 70 com seus sambas sincopados gravados por Germano Mathias, Demonios da Garoa, Ary Lobo.

Railídia também combina na apresentação obras de compositores emblemáticos como Waldemar Henrique, Nilson Chaves,  Joãozinho Gomes, Celso Viáfora, Vicente Barreto, Aldir Blanc, Guinga, Edmundo Souto e João de Jesus Paes Loureiro com nomes contemporâneos como o paraense Derny Tiago Pinheiro e os paulistas Douglas Germano e Kiko Dinucci. 

"Neste repertório vejo um ponto em comum entre eles, que é o olhar sobre as particularidades do Pará e da Amazônia assim como o convite a olhar para a sabedoria do povo brasileiro e os aprendizados que os modos de viver deixam para a reflexão no presente e no olhar para o futuro", refletiu Railídia.   

Railídia é uma cantora, compositora e jornalista paraense que um dia pegou o Ita no Norte. Nascida em uma família de Almeirim, no Pará, ela se mudou para São Paulo em 1997 e, em 1999, fundou a roda de samba "Inimigos do Batente" ao lado do cantor Fernando Szegeri. Esse grupo realizou apresentações regulares no bar Ó do Borogodó, na Vila Madalena, onde Railidia passou também a cantar suas raizes, dando um tempero todo especial às noites da pauliceia. 

Além de sua carreira no samba, Railídia integrou o grupo "Bando Afromacarrônico" de 2004 a 2008, idealizado pelo músico Kiko Dinucci, e participou do CD "Pastiche Nagô", elogiado pela crítica especializada. Em 2016, Railídia lançou seu primeiro álbum solo, intitulado "Cangalha". O disco percorre ritmos da região Norte, sua terra natal, e deságua no samba urbano, gênero em que se firmou como cantora em São Paulo. O álbum conta com 14 músicas e está disponível em plataformas digitais como Spotify e SoundCloud.

 Serviço

Circular Apresenta: Railídia, com o show Chegada. Neste domingo, 01 de dezembro, às 11h, no Calçadão da Presidente Vargas, esquina da Carlos Gomes, bem em frente ao Banco da Amazônia. A 54a edição do projeto Circular Campina Cidade Velha tem patrocínio do banco da Amazonia e Governod o Brasil - União e Reconstrução - e apoio do Fórum Landi/UFPA.

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