8.11.24

!PULSA! traz espetáculos gratuitos e desafiadores

Monga - Foto: Ligia Jardim
São onze montagens teatrais, de artistas, que se preparam ou desembarcam em Belém de 9 a 17 de novembro  para o encontro multicultural !PULSA! Movimento Arte Insurgente. 

A entrada é gratuita em todas as programações, com reservas de ingressos pelo https://pulsa.art.br ou SYMPLA. 

São comédias, performances, monólogos e  instalações carregam no DNA, a combinação de linguagens artísticas, experimentação, insurgências e narrativas decoloniais que vão ocupar os teatros Margarida Schivasappa, Waldemar Henrique, Cláudio Barradas (UFPA), o Teatro do Curro Velho e o Teatro Gasômetro, além do Espaço Reator e o Casarão do Boneco.

Parem de Falar Mal da Rotina (14 anos) abre a mostra. A divertida reflexão sobre o cotidiano, é conduzida pela atriz, poeta e cantora capixaba Elisa Lucinda (RJ), que encontra o público paraense nos dias 9 e 10 de novembro, no Teatro Margarida Schivasappa, às 19h, em uma conversa despojada sobre a rotina e a compreensão dos desejos e decisões de cada um de nós no dia a dia. 

A peça, 20 anos em cartaz, vista por milhões de pessoas, se transformou em livro e Elisa Lucinda recebeu em 2020 o Prêmio Especial do Júri do Festival de Cinema de Gramado, pelo conjunto da obra. Em 2021, tomou posse na Academia Brasileira de Cultura, ocupando a cadeira de Olavo Bilac.

mEU pOEMA iMUNDO
Outro espetáculo que traz mais uma mulher em cena é mEU pOEMA iMUNDO, com Andréa Flores (Pará), que encena uma mulher gorda que habita um espaço subterrâneo e marginal, em criação cênica e cínica com as cadeiras-cadeias-aberturas de seu mundo imundo, enquanto produz vida à revelia dos padrões esperados na sociedade. 

A atriz é professora efetiva da Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará, onde coordena o projeto de pesquisa “Curupirações Cênicas: poéticas de re-existências e regimes de colonialidade nas artes da cena na Amazônia”. A montagem poderá ser vista nos dias 10 e 13 de novembro, no teatro do Desassossego, na rua Dr Malcher 287, na Cidade Velha. Pouquíssimos lugares. Corra.

Já, a história de Julia Pastrana (1834-1860), mexicana que ficou conhecida vulgarmente como mulher-macaco, é o ponto de partida para a multiartista Jéssica Teixeira (Ceará) questionar os padrões do nosso imaginário. O espetáculo Monga (18 anos), que poderá ser visto no Teatro Waldemar Henrique nos dias 12 e 13 de novembro, às 20h, promove reflexão e provoca o público a partir da história da mexicana que se tornou inspiração para Freak Shows e circos espalhados pelo mundo. Jéssica faz do próprio corpo estranho a principal matéria-prima de investigação dramatúrgica e cênica.

Multi Linguagens e interações com o público

IAIA Quebrada
E o que seria a Amazônia em 2227? Como a arte interpreta uma perspectiva da cidade de Altamira em 2042? Os questionamentos motivaram os espetáculos performáticos do paraense Nando Lima (Pará) com a performance\instalação IAIA QUEBRADA a Pérfida da Jângal (16 anos) que será apresentada no dia 11 de novembro, às 20h, no Estúdio Reator. 

Criação de Nando Lima, a cena é dividida em episódios e utiliza pesquisa em arte, tecnologias da performance e incorpora influências da Inteligência Artificial em linguagens e áreas técnicas como dramaturgia, cenografia, figurinos, sonoridades e vídeos para propor ao público um percorrer o universo Amazônica naquela cronologia.

Nando é performer, diretor teatral, cenógrafo, artista multimídia e produtor. O Estúdio Reator, está situado na travessa 14 de Abril 1053, São Brás, e também vai receber a Black Rock, no dia 12 de novembro, às 20h. Na performance, o tema impermanência é explorado por meio de ações criadas com imagens, objetos e sons. A concepção é de Nando Lima e os registros em foto e vídeo são de Dudu Lobato.

E ainda teremos o MEXA (SP), que apresentará POPERÓPERA TRANSATLÂntica (18 anos), que propõe construir uma ópera unindo a dance music dos anos 90 e as experiências e histórias pessoais das integrantes ao poema épico Odisseia, de Homero. O Mexa atua há 9 anos na cidade de São Paulo, pesquisando as fronteiras entre realidade e ficção, autobiografia, teatro documentário e borrando limites entre arte e vida. A apresentação no !PULSA! será nos dias 14 e 15 de novembro no Teatro Estação do Gasômetro (Av. Gov. Magalhães Barata, 830 – São Brás). No dia 15 haverá interpretação em LIBRAS.

Altamira - Foto: Nereu Jr.
Já a performer Gabriela Carneiro da Cunha (Rio de Janeiro) traz para a cena da instauração performativa Altamira 2042 (16 anos) caixas de som que amplificam depoimentos de ribeirinhos, lideranças indígenas, militantes sociais e diversos atores sobre a tragédia da hidrelétrica de Belo Monte e os impactos para a região que tem Altamira como a cidade que traz as marcas na geografia física e humana provocadas pela barragem. 

A performance da artista poderá ser vista nos dias 16 e 17 de novembro, respectivamente, com LIBRAS e audiodescrição, às 20h e às 19h, no Teatro Universitário Cláudio Barradas (Rua Cônego Jerônimo Pimentel, 546, no bairro do Umarizal. 

O corpo que !PULSA! arte 

tRETA 
Foto: Maurício Pokemon
Original Bomber Crew (SP) é uma organização de práticas, pesquisas e produções da cultura hip hop que traz  nos espetáculos a realidade da juventude periférica, entre outros temas. Ao longo dos anos, tornou-se referência por seu trabalho de formação e criação em danças de rua, performances, batalhas e intervenções urbanas. 

Chega ao !PULSA! com dois espetáculos: VAPOR (LIVRE), ocupação infiltrável com apresentações nos dias 13 e 14 de novembro, às 20h, no Teatro Curro Velho (Rua Professor Nelson Ribeiro, 287 Telégrafo) e tReta, uma invasão performática dias 16 e 17 de novembro, no Curro Velho. No sábado, a performance começa às 20h e no domingo será às 18h.

O grupo In Bust Teatro com Bonecos traz para o !PULSA! o espetáculo Aguar o Tempo (10 anos). Na trama, em uma noite imaginária, todas as pessoas participantes do espetáculo se reúnem em roda para um encontro com as memórias que submergem e emergem em um rio-tempo, águas passadas e águas futuras atravessam o território de cenas fluidas, em transformação, a cada vez que forem vivenciadas. 

Aguar o Tempo  - In Bust
Foto: Edson Elias
Aguar o Tempo é conduzido por quatro atuantes dentro da roda, responsáveis por narrar as histórias: Adriana Cruz, Anibal Pacha, Cincinato Jr e Paulo Ricardo Nascimento, e dois atuantes em torno da roda: Cris Costa, produtora, e Thiago Ferradaes, apoio técnico. O In Bust se apresenta no Casarão do boneco ( Av. 16 de Novembro, 815 – Batista Campos) nos dias 15, às 18h30, e 17 de novembro, às 18h.

No mesmo Casarão do Boneco, acontece o espetáculo BOULEVARD & Gardênias (14 anos) | Performance com Jef Cecim & Dudu Lobato nos dias 15 e 17 de novembro, respectivamente, às 18h e 17h30. A performance Boulevard & Gardênias, criada coletivamente, foi parcialmente inspirada na peça Paparazzi, do dramaturgo romeno Matéi Visniec e seu universo de desencanto. Em cena, o ator/manipulador Jef Cecim e Dudu Lobato conduzem-se entre imagens quebradas e personagens falsos, ideias grotescas e inclinações ao bizarro do cotidiano.

O !PULSA! é uma realização da Olhares Instituto Cultural e Outra Margem, com patrocínio do Instituto Cultural Vale e Ministério da Cultura, via Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Para saber das demais programações, como debates, intervenções, ocupação, bailes, exposições e festa, acesse o site www.pulsa.art.br ou o @pulsamovimento

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