Mãe Lulu Fotos Divulgação |
A programação começa às 15h30, com o debate: “O Direito do Povo de Terreiro: Patrimônio Material e Imaterial”, integrando o “!PULSA! Movimento Arte Insurgente”.
As discussões abordarão a importância dos terreiros e suas manifestações culturais, como patrimônio imaterial, e políticas públicas que possam reconhecer e proteger esses espaços ancestrais. Participam do encontro: Mãe Eloísa de Badé, da quarta geração de mulheres à frente do Terreiro de Mina Dois Irmãos; Pai Amilton, do Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa); Babalaô Ivanir do Santos, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Pedro Neto, antropólogo; e mediação de Daniel Faggiano, bacharel em direito com mestrado em antropologia.
Após o debate, as comemorações continuam a partir das 19h, com um cortejo e um tambor em celebração à entidade espiritual Seu Zé de Légua, a Festa dos Boiadeiros e aos 90 anos de Mãe Lulu. A programação é gratuita, mas com recomendações de vestimentas - não compareça com roupas pretas, curtas (bermuda, saia e vestido curtos), decotadas e calça apertada.
Filha caçula de Mãe Amelinha de Dom José Rei Floriano, Mãe Lulu de Toy Averekete foi escolhida para dar continuidade às tradições do “Dois Irmãos” em 1963, aos 29 anos de idade. Ao longo de mais de 60 anos de luta, recebeu diversos reconhecimentos, como a Comenda Mãe Doca. Aos 90 anos, repassou a zeladoria do terreiro para sua filha caçula, Eloísa de Badé, mas sua jornada espiritual continua marcada pela luta constante para manter vivos os fundamentos do terreiro e as tradições que suas ancestrais transmitiram.
Ao longo de sua trajetória, mãe Lulu se tornou uma referência para outras casas de axé, contribuindo para a perpetuação dos rituais, da história e da sabedoria dos ancestrais no Estado. Mãe Eloísa de Badé, que leva à frente o legado do “Dois Irmãos” há mais de dez anos, conta que a trajetória do terreiro se entrelaça com a resistência das comunidades de matriz africana diante das adversidades históricas.“Essa programação celebra a luta incansável das mulheres pela preservação das nossas tradições religiosas e culturais. A defesa do tambor de mina e do legado de Mãe Lulu, Mãe Amelinha e de Mãe Josina, fundadora da nossa casa, visa valorizar as culturas de origem africana no Brasil, especialmente na Amazônia”, diz mãe Eloísa.
No dia 30 de agosto de 2024, o Terreiro de Mina Dois Irmãos completou 134 anos de história, sempre localizado na Passagem Pedreirinha, no bairro do Guamá. Em 2010. foi tombado como território simbólico, de valor histórico e cultural para o Pará, pelo Departamento de Patrimônio Histórico Artístico e Cultural do Estado do Pará (Dphac), da Secretaria de Estado de Cultura (Secult).
Em 2024, o Terreiro de Mina Dois Irmãos foi uma das fontes de pesquisa da escola da escola de samba Grande Rio para o desenvolvimento do enredo “Pororocas Parawaras: As Águas dos meus Encantos nas Contas dos Curimbós”, que vai levar a encantaria amazônica para o Carnaval do Rio de Janeiro.
Serviço
Festa de Seu Zé de Légua e 90 anos da Mãe Lulu
Data: 14/11 (quinta-feira)
Programação
15h30 - Debate “O Direito do Povo de Terreiro: Patrimônio Material e Imaterial”, com Mãe Eloísa de Badé, Pai Amilton, Babalaô Ivanir do Santos, Pedro Neto e mediação de Daniel Faggiano.
19h: Cortejo e tambor em homenagem a Seu Légua e Mãe Lulu
(Holofote Virtual com informações da assessoria de imprensa)
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