É assim, dessa forma ousada e compartilhada que a atriz Yeyé Porto vai brindar um quarto de século, fazendo teatro, agora, em sua residência.
Será também a realização de um sonho de família, o de transformar a própria casa em espaço de espetáculo e outros fazeres teatrais, já que ela, o marido Paulo Porto, que trabalha na produção e nos bastidores, e as filhas Juliana e Luciana vivem no e para o teatro.
O projeto chama-se “A casa da atriz” e o espetáculo “A troca e a tarefa”, pesquisa da atriz baseada na obra homônima de Lygia Bojunga, um solo, que estréia no dia 15 de abril, às 20h, com direção do dramaturgo Adriano Barroso.
“O espaço cerca-se de mistério e poesia que impregnam totalmente tudo que acontece ali. Quero explorar as possibilidades criativas que a casa apresenta, seja para a dramaturgia, o trabalho do ator, a luz, favorecendo assim a cada encenação uma cenografia – entendida aí como espaço da cena – adaptada àquela atmosfera específica", diz a atriz.
Yeyé ressalta que na verdade a casa já vem sendo usada, há algum tempo, para abrigar artistas, ensaios, seminários, mas somente este ano ela decidiu colocar o projeto em andamento.
Nestes seus 25 anos de carreira impossível não associar a atriz ao trabalho do Grupo Experiência no qual atua no espetáculo Verde Ver-o-Peso, afinal são mais de 20 anos em cena.
Mas entre outros trabalhos no palco, ela também experimenta outras linguagens de encenação, como a que está por estrear na Minissérie Miguel Miguel, adaptação de uma novela do escritor Haroldo Maranhão, gravada ano passado em Belém.
Aliás, neste trabalho Adriano Barroso também a dirigiu, e até por isso a relação entre atriz e diretor flua muito bem mais uma vez.
“Dirigir Yeyé é algo fácil e difícil. Porque sou um moleque e ela é uma senhora”, brinca. “Mas a estrada dela e a benevolência tornou o processo mais fácil. A Yeyé é uma atriz inteligente, falamos a mesma língua, todas as indicações são absorvidas com bem mais rapidez”, explica.
Texto e entrega - De acordo com Adriano, o texto não é fácil. “Exigiu uma entrega total dela (isso eu gosto em ator) e ela se deixou cair no abismo, sem medos. Meu trabalho sempre é tendo o ator como compositor da cena também e todas as ações precisam ser depoimentos pessoais”, continua Barroso.
Para alcançar a personagem, Yeyé precisou encarar medos, rancores, receios e felicidades. “Vasculhamos a vida dela inteira (risos), até porque é um texto que fala sobre transformações, o tal "momento já" que a Clarice Lispector falava, e tinha o ato de estarmos fazendo dentro da casa dela”, diz.
O diretor ressalta que isso foi uma faca de dois gumes e que sabia disso desde o início. “Mas acredito que conseguimos transformar todo o espaço (que poderia dar a ela a comodidade de estar em casa), em jogo cênico, em estranheza, em entrega, por fim, este é o tipo do espetáculo que se constrói a cada vez que se esta no palco e ela está disposta a isso, sem truques, sem firulas, somente com entrega”, finaliza Barroso.
As apresentações de “A troca e a tarefa” serão de sexta a domingo e a temporada não tem previsão para terminar, já que um dos objetivos do projeto é manter os espetáculos em cartaz durante muitos meses, retomando as velhas e boas temporadas.
Mas enquanto este ainda nem estreou, sabe-se que já existe uma montagem em vista, e que o espaço também será aberto à realização de leituras dramáticas, debates e estudos sobre o teatro.
Tudo que permitir experimentar o uso da casa, na qual o teatro se instale, procurando, antes de mais nada, um contato mais estreito com público e atores, além de escapar aos circuitos tradicionais da atividade teatral .
No futuro, a intenção é transformá-la em um centro cultural para apresentações, pesquisas e estudos de teatro. O endereço é Rua Oliveria Belo, 95, entre D. Romulado de Seixas e Generalíssimo, prox. a santa Casa. Mais informações: 8127.6366.
Será também a realização de um sonho de família, o de transformar a própria casa em espaço de espetáculo e outros fazeres teatrais, já que ela, o marido Paulo Porto, que trabalha na produção e nos bastidores, e as filhas Juliana e Luciana vivem no e para o teatro.
O projeto chama-se “A casa da atriz” e o espetáculo “A troca e a tarefa”, pesquisa da atriz baseada na obra homônima de Lygia Bojunga, um solo, que estréia no dia 15 de abril, às 20h, com direção do dramaturgo Adriano Barroso.
“O espaço cerca-se de mistério e poesia que impregnam totalmente tudo que acontece ali. Quero explorar as possibilidades criativas que a casa apresenta, seja para a dramaturgia, o trabalho do ator, a luz, favorecendo assim a cada encenação uma cenografia – entendida aí como espaço da cena – adaptada àquela atmosfera específica", diz a atriz.
Yeyé ressalta que na verdade a casa já vem sendo usada, há algum tempo, para abrigar artistas, ensaios, seminários, mas somente este ano ela decidiu colocar o projeto em andamento.
Nestes seus 25 anos de carreira impossível não associar a atriz ao trabalho do Grupo Experiência no qual atua no espetáculo Verde Ver-o-Peso, afinal são mais de 20 anos em cena.
Mas entre outros trabalhos no palco, ela também experimenta outras linguagens de encenação, como a que está por estrear na Minissérie Miguel Miguel, adaptação de uma novela do escritor Haroldo Maranhão, gravada ano passado em Belém.
Aliás, neste trabalho Adriano Barroso também a dirigiu, e até por isso a relação entre atriz e diretor flua muito bem mais uma vez.
“Dirigir Yeyé é algo fácil e difícil. Porque sou um moleque e ela é uma senhora”, brinca. “Mas a estrada dela e a benevolência tornou o processo mais fácil. A Yeyé é uma atriz inteligente, falamos a mesma língua, todas as indicações são absorvidas com bem mais rapidez”, explica.
Texto e entrega - De acordo com Adriano, o texto não é fácil. “Exigiu uma entrega total dela (isso eu gosto em ator) e ela se deixou cair no abismo, sem medos. Meu trabalho sempre é tendo o ator como compositor da cena também e todas as ações precisam ser depoimentos pessoais”, continua Barroso.
Para alcançar a personagem, Yeyé precisou encarar medos, rancores, receios e felicidades. “Vasculhamos a vida dela inteira (risos), até porque é um texto que fala sobre transformações, o tal "momento já" que a Clarice Lispector falava, e tinha o ato de estarmos fazendo dentro da casa dela”, diz.
O diretor ressalta que isso foi uma faca de dois gumes e que sabia disso desde o início. “Mas acredito que conseguimos transformar todo o espaço (que poderia dar a ela a comodidade de estar em casa), em jogo cênico, em estranheza, em entrega, por fim, este é o tipo do espetáculo que se constrói a cada vez que se esta no palco e ela está disposta a isso, sem truques, sem firulas, somente com entrega”, finaliza Barroso.
As apresentações de “A troca e a tarefa” serão de sexta a domingo e a temporada não tem previsão para terminar, já que um dos objetivos do projeto é manter os espetáculos em cartaz durante muitos meses, retomando as velhas e boas temporadas.
Mas enquanto este ainda nem estreou, sabe-se que já existe uma montagem em vista, e que o espaço também será aberto à realização de leituras dramáticas, debates e estudos sobre o teatro.
Tudo que permitir experimentar o uso da casa, na qual o teatro se instale, procurando, antes de mais nada, um contato mais estreito com público e atores, além de escapar aos circuitos tradicionais da atividade teatral .
No futuro, a intenção é transformá-la em um centro cultural para apresentações, pesquisas e estudos de teatro. O endereço é Rua Oliveria Belo, 95, entre D. Romulado de Seixas e Generalíssimo, prox. a santa Casa. Mais informações: 8127.6366.
Um comentário:
A casa da atriz... será que é divina... se ela um dia despencar do céu e seu os pagantes exigirem bis...
e se eu pudesse entrar na sua vida... agora todo mundo pode
Postar um comentário