30.1.13

Edital para uso do Teatro Experimental de Belém

O Teatro Experimental Waldemar Henrique está por viver um novo tempo. É o que se espera. A Fundação Cultural do Pará vêm discutindo propostas para a criação de um edital de ocupação a ser implantando a partir do mês de março. Já aconteceram duas reuniões e a terceira, já está marcada!

Depois de passar três anos e meio sendo utilizado de forma irregular, sem o ar funcionando e com seus equipamentos de som e luz sucateados ele fechou em julho do ano passado para uma reforma e reabriu em dezembro de 2012. Eventos até já foram realizados lá desde então, mas é agora que a classe artística moblizada pela FCPTN está sendo chamada para discutir o edital de ocupação. 

Tarde de terça-feira, 28 de janeiro. Artistas de várias linguagens começam a chegar teatro experimental, situado em uma das mais belas praças da cidade, a da República, ladeado pelo monumental Theatro da Paz. Não lotou como deveria, já que a ocasião é  de interesse dos próprios artistas. Mas a segunda reunião para discutir quais os projetos que serão (re) criados para receber obras artísticas, começou por volta das 17h30 e entrou pela noite, comandada pelo cantor e compositor Nilson Chaves, presidente do Centur, e pelo diretor do teatro, o músico Salomão Habib. 

Nilson abriu a conversa expondo os projetos pontuados na reunião passada (15.01). Falou do Pauta Residência, que focará trabalhos de montagem em teatro e dança; do Terça Maior, para receber apresentações de música instrumental, o Boca da Noite, para shows de artistas locais com um convidado de fora e o Waldemarzinho, para atender a clientela infantil, hoje órfã das sessões matinais que aconteciam sempre aos domingos, além do projeto Pauta Residência para a área lítero-musical. 

Nada está totalmente definido e ainda há tempo de fazer novas propostas. Na plateia, a maior presença artística era da área musical. Poucos das artes cênicas compareceram, havia alguns poetas e escritores, alguém do hip hop. A mobilização ainda é pequena, não se sabe exatamente se pela falta de divulgação mais ampla ou se por desinteresse. 

O fato é que a terceira reunião que acontecerá na segunda-feira, 04 de fevereiro, na Fonoteca do Centur, vai bater o martelo para dar inicio ao processo que culminará com o lançamento do edital. Logo, quem estiver interessado em dar sugestões, opinar sobre o que vem sendo discutido ou mesmo propor outros caminhos, saiba que a hora é esta! 

O edital de ocupação com seus vários projetos, será anual, prevendo custos para as montagens e incluindo o pagamento de cachês artísticos, que serão encorpados também com o que for arrecadado pela bilheteria. 

“Vamos criar o hábito do planejamento. O edital será anual, divulgado logo no início do ano. Você aprova seu projeto para executá-lo em novembro começa logo a se planejar para isso. É assim que acontece em vários lugares e dá muito certo”, disse Nilson. 

Margarida - Além das discussões em torno da utilização do Waldemar Henrique, Nilson Chaves lembrou que o Teatro Margarida Schivasappa, com previsão de reabrir no final de fevereiro, também poderá absorver projetos de maior porte que não couberem no Waldemar.

“É importante lembrar que temos ainda o Margarida e que podemos levar pra lá espetáculos de teatro e dança já montados e que precisam de maior estrutura. Aqui o caráter é mais experimental, não que isso signifique amador, pois também teremos recursos para desenvolver estes projetos. O Waldemar nos permite brincar, experimentar mais. Mas queremos pensar a ocupação do Margarida também junto com vocês”, ressaltou o presidente da FCPTN. 

Reforma e licitações – Enquanto estas propostas são discutidas, paralelamente, a Fundação Cultural do Pará ainda se vê às voltas com os acabamentos da reforma e com os problemas em relação às licitações para aquisição do equipamento de luz e som do teatro. 

“A primeira licitação não deu certo, os valores foram muito altos e precisamos reabrir o processo. Estamos indo para uma reunião, nesta quarta-feira, para tentar acelerar isso ao máximo, já que queremos em março dar início aos projetos”, explicou Nilson. 

Outras coisas fundamentais peara o bom funcionamento do Teatro também estão sendo ajustados. Espera-se que tudo seja resolvido, pois não basta inaugurar o teatro, ele realmente precisa estar apto para atender as necessidades de artistas e para receber o público. 

Mais ações – A Fundação Cultural do Pará Tancredo Neves, hoje, gerencia dois teatros, um cinema, todos os outros espaços do Centur, além da Lei Semear. É um dos órgãos mais importantes da Secretaria de Cultura do Estado, para o fomento da cultura. 

Não se falou, ainda, em ações nos outros municípios, mas em Belém, entre outras, Nilson Chaves pretende, por exemplo, retomar o anfiteatro da Praça da República, hoje, sob a tutela da Fumbel. 

“O anfiteatro era gerido pelo Estado, como uma extensão da administração do Teatro Waldemar Henrique. Estamos conversando com a prefeitura para retomar isso. Queremos fazer na praça o projeto Quinta da República, com grandes ações artísticas”, diz. 

A iniciativa faz parte, segundo Nilson, de um novo momento governamental, em que as instituições ligadas à cultura, em todas as esferas de governo, estão tentando unir forças para a concretização desses projetos.

“Estamos fechando algo com a Funtelpa, que pretende gravar aqui um programa com os artistas. Em contrapartida termos o apoio dos seus veículos de comunicação para a ampla divulgação dessas ações, em parceria com as nossas assessorias de imprensa da fundação e da Secom – secretaria de comunicação do estado. Estas parcerias estão sendo costuradas e vão certamente nos garantir mais público e apoios”, afirmou Nilson. 

Neste sentido, o mesmo vem sendo construído em relação à Lei Semear. “A Funtelpa está articulando um plano de mídia que será aplicado a todos os projetos aprovados, para que o proponente possa oferecer aos possíveis patrocinadores”, disse. 

A ideia é que esta seja uma ferramenta que possa amenizar um problema enfrentado pelos produtores culturais, que é a prática infelizmente ainda exercida por algumas das empresas que “apoiam” projetos na área da cultura.

Ao patrocinar os projetos pela Lei Semear, elas devem repassar de forma direta aos projetos, 20% do valor aprovado pela lei. É uma contrapartida. Os demais 80% são de renúncia fiscal. Ou seja, no final das contas, o maior patrocinador dos projetos é mesmo o governo.

“É algo que estamos tentando resolver, isso não pode mais acontecer. Por isso, também estamos costurando o Fundo de Cultura. Mas esperamos que esta articulação com a Funtelpa possa amenizar a situação atual junto a Lei Semear”, explica Nilson. 

A Funtelpa que possui uma rádio atuante, além do portal, hoje está com sinal digital e deve ampliar cada vez mais seu poder de audiência, garantindo mais retorno e visibilidade de suas marcas, ligadas a estes projetos culturais. É bom que os profissionais ligados ao marketing destas empresas “patrocinadoras” estejam atentos. 

Serviço 
Próxima reunião com a Fundação Cultural do Pará para discutir o edital de ocupação do Teatro Waldemar Henrique: segunda-feira, 4 de fevereiro, às 17h, na Fonoteca - 4º andar do Centur - Av. Gentil Bittencourt, 650, entre Rui Barbosa e Quintino. Entrada franca.

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