Fotos/acervo: Holofote Virtual |
A produção
mistura as linguagens do sapateado, circo, performance, multimídia e música. “Sem
Pé nem Cabeça: Sapateando na Corda bamba” chega ao público, este ano, após ser contemplado, em 2013, pelo edital Papim da UFPA e Prêmio
Funarte de Teatro Myriam Muniz. A temporada no Teatro Cuíra, na 2ª temporada do projeto Pauta Mínima, vai desta quinta ao
próximo domingo, sempre às 20h, com ingressos a R$ 10,00 (meia para
estudantes).
A primeira coisa que se pensa, pelo título, é que se trata
de uma grande confusão. “Sem Pé nem Cabeça” é uma expressão popular, que
significa algo completamente sem sentido. Mas, embora misture linguagens, não é
do que se trata, muito pelo contrário, o espetáculo é resultado de um projeto
acadêmico intitulado Interfaces performáticas: ensino, pesquisa e criação
artística, da professora Erika Gomes.
Da academia acabou se tornando um espetáculo levado ao palco
ano passado e que agora volta à cena com o Pauta Mínima, projeto que selecionou
10 trabalhos de teatro, dança ou circo, para temporadas no Teatro Cuíra, até o
final do ano.
O trabalho que abre a programação reúne cenas de dois
universos artísticos, o do sapateado e o do circo, criadas sob o olhar da
Linguagem da Performance. “Sem Pé nem
Cabeça” traz como proposta, a ruptura com o tradicional e com tudo aquilo que
remete ao pré-estabelecido. Subvertendo o
espaço, o trabalho provoca a interação com o público, a improvisação, o
inusitado, o risco, entre outras características inerentes a essa linguagem.
A estreia, no ano passado foi muito bem recebida pelo público.
A diretora Érika Gomes diz que essa boa aceitação tem a ver com um segredo: saber
trabalhar a interação destas linguagens, sem se perder em devaneios.
“Tive a preocupação
em não cair na armadilha de fazer um espetáculo circense, onde o sapateado
estivesse inserido, mas sim, um espetáculo que destacasse o sapateado, já que
minha experiência estava mais voltada para essa área do que para as artes
circenses, porém me encantava o fato de ter em cena o clown, por tudo àquilo
que ele representa: a alegria, a ingenuidade, a verdade, enfim, tudo isso
permeado pela Linguagem da Performance”, diz ela.
O processo criativo iniciou no final do mês de abril, no ano
passado, e as primeiras ideias relacionadas ao espetáculo, foram construídas a
partir de muito diálogo entre Rosângela e a professora Maria Ana Azevedo, que
prestou consultoria para o espetáculo.
“Assistimos a vídeos e filmes de sapateado, entre eles Dança
Paixão e Fama, o qual nos impulsionou para mergulharmos no universo da
Linguagem da Performance. Buscamos também conhecer um pouco mais sobre o circo,
principalmente sobre o clown. Para isso, tivemos algumas oficinas de clown com
o Professor Cláudio Dídima e praticamos as técnicas de tecido aéreo e trapézio,
ministradas pelo bolsista do projeto, Clediciano Cardoso, artista circense”,
continua
O espetáculo também traz como traço marcante, a trilha
sonora, presente, que dialoga profundamente com a performance, dando ênfase às
cenas.
“Optamos por utilizar a música ao vivo, a sonoplastia e o canto,
executados pelos próprios intérpretes-criadores, em alguns momentos, e orientados
pelos músicos Diego Vattos e João Urubu. Isso também nos possibilitou uma maior
interação com o público, já que em alguns momentos, estes participam da
composição musical também”, explica.
O figurino e a pesquisa fogem do óbvio. É uma fuga do
tradicional. Os alunos do Curso Técnico de figurino da UFPA, coordenados pela
professora Ézia Neves, assinaram o desenho, que foi executado pelo aluno Alex
Wendel.
O elenco é composto por ex-alunos dos Cursos Técnico e
Licenciatura em Dança da UFPA, alunos do Curso de Licenciatura em Teatro da
UFPA, alunos do Curso Técnico em Música da UFPA, e pessoas da comunidade.
“A criação do espetáculo foi toda pautada na construção
coletiva colaborativa, onde todos os envolvidos tiveram voz ativa durante o
processo. O elenco, o iluminador (Breno Monteiro), o cenógrafo (Lauro Souza),
os músicos, os diretores de vídeo (Pedro Tobias e Laíra), e os demais alunos
envolvidos com a criação, tiveram liberdade total para propor ideias para o
espetáculo”, informa.
Para Rosângela, o espetáculo proporciona uma visualidade e
concepção ainda raras em Belém, em ações que envolvam a arte do sapateado.
“Acredito
que o Sem Pé Nem Cabeça possa abrir espaço para outras criações que se voltem
para esta área. É bom voltar à cena nesta nova temporada, ampliando as
possibilidades criativas desse espetáculo e divulgando cada vez mais o
sapateado em Belém e também em outras cidades do nosso estado”, conclui.
Serviços
"Sem Pé Nem Cabeça: Sapateando na Corda Bamba", de 15 a 18 de maio,
às 20h, no Teatro Cuíra (Na rua 1º de Março, esquina da Riachuelo), dentro da
programação da 2ª edição do Projeto Pauta Mínima.
Nenhum comentário:
Postar um comentário