Guy Veloso é um dos mais talentosos fotógrafos paraenses, sem sombra de dúvida. Há tempos ele nos emociona com suas imagens.
Onde há beleza e mistério, lá está ele com suas câmeras registrando tudo para mais tarde transformar e belos ensaios. Percorre diversos lugares, de culturas múltiplas, transformando imagens comuns em miragens para nossos olhos. É pioneiro também. Em 1998 realizou, com apoio técnico de Antonio Fonseca, o primeiro vernissage transmitido ao vivo pela Internet no Brasil.
Mais tarde, em 2005, começa a atuar como curador e naquele mesmo ano, integrou o livro Fotografia no Brasil: Um Olhar das Origens ao Contemporâneo, de Angela Magalhães e Nadja Peregrino. Este mês ele estará na 29ª Bienal de São Paulo, a mostra internacional de artes mais importante da América Latina.
Guy Veloso é um dos artistas convidados para a mostra oficial, convite que veio dos curadores Moacir dos Anjos e Agnaldo Farias. O fotógrafo paraense vai mostrar uma parte de seu ensaio documental “Penitentes”, realizado durante oito anos nas cinco regiões do país.
Não é de se estranhar o convite. A capital do Pará é considerada o berço de uma das mais criativas fotografias do país. No ano passado, Luiz Braga foi o representante do Brasil na Bienal de Veneza. Podemos citar outros grandes nomes que se destacam em premiações Brasil afora, como Elza Lima, Paula Sampaio, Flávya Mutran, Miguel Chikaoka (fundador da famosa Fotoativa), entre muitos outros.
Penitentes - São Confrarias laicas que saem rezando noite a dentro em determinadas épocas do ano pelas almas que acreditam estarem “presas” no Purgatório, sempre cobertos com lençóis ou mantos a fim de preservar suas identidades e, em alguns casos, flagelando seus corpos com chicotes.
O autor fotografa e estuda compulsivamente este assunto desde 2002. Em 2009 foi o primeiro pesquisador a levantar a teoria de que estes grupos de “Penitentes”, também chamados “Alimentadores de Almas” ou “Irmãos das Almas”, parte deles de difícil acesso ou até secretos, poderiam ocorrer nas 5 regiões do país. No ano seguinte provou e publicou sua teoria cobrindo o país inteiro, com (até agora) 116 grupos documentados.
As fotos da Bienal - As 16 imagens escolhidas para a Bienal são parte de um ensaio maior chamado Penitentes: dos Ritos de Sangue à Fascinação do Fim do Mundo. Foram eleitas entre as milhares produzidas nestes oito anos levando em conta a dramaticidade do assunto e a estética do autor, tendo a assistência da curadora Rosely Nakagawa na seleção – que acompanha o Projeto desde de seu início.
Quatro dessas fotos possuem erros técnicos não provocados. Equívocos assumidos mesmo: duas são resultado de problema na cortina da máquina analógica, outra causado por erro na revelação e, o mais gritante, uma dupla exposição acidental de um filme. “Um erro primário, como sempre digo sem nenhuma vergonha” – confessa o fotógrafo.
Sobre o fotógrafo - Guy Veloso, 40 anos, nasceu e trabalha em Belém-PA, metrópole culturalmente pulsante de 2 milhões de habitantes no coração da Amazônia. De formação acadêmica em Direito (1991), é fotógrafo independente desde 1988 com diversas publicações nacionais e internacionais.
Em ensaios autorais usa apenas lentes 35mm para, como ele diz, “ter que chegar ainda mais perto das pessoas”, o que em muitos casos acaba torna-se um verdadeiro “corpo-a-corpo” durante grandes procissões e romarias. Da mesma forma, ainda utiliza equipamento analógico com filmes em preto-e-branco ou diapositivos como uma solução estética elaborada para seu estilo, algo raríssimo hoje em dia. “Ao menos por enquanto, sem radicalismos” – revela o fotógrafo.
Para o curador Rubens Fernandes Jr., “as imagens de Veloso surpreendem pelo non sense, pelo surreal, pela completa dissonância entre o mundo real e o outro mundo”. Já Marisa Mokarzel, curadora, relata: “as cenas existem, mas a imagem, a estética é própria de Guy Veloso que potencializa o real lançando-o no limite do medo”.
Seus trabalhos compõe os acervos da University of Essex Collection of Latin American Art, Colchester-Inglaterra; Centro Português de Fotografia, Porto-Portugal; Museu da Fotografia de Curitiba; Coleção Joaquim Paiva; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e Pirelli/MASP.
Sua mais recente individual, Alquimia, curada por Patricia Gouvea e Claudia Buzzetti, inaugurada em março de 2010 no Espaço Cultural Ateliê da Imagem segue itinerando pelo país.
Fonte: Holofote Virtual, com informações da 29ª Bienal de São Paulo. Ao Guy, agradeço a notícia e as belas imagens enviadas para a postagem!
Serviço: A 29ª Bienal de São Paulo ficará aberta de 25 de setembro a 12 de dezembro, no Parque do Ibirapuera - SP, portão 3, Pavilhão Ciccillo Matarazzo. Entrada franca.
Onde há beleza e mistério, lá está ele com suas câmeras registrando tudo para mais tarde transformar e belos ensaios. Percorre diversos lugares, de culturas múltiplas, transformando imagens comuns em miragens para nossos olhos. É pioneiro também. Em 1998 realizou, com apoio técnico de Antonio Fonseca, o primeiro vernissage transmitido ao vivo pela Internet no Brasil.
Mais tarde, em 2005, começa a atuar como curador e naquele mesmo ano, integrou o livro Fotografia no Brasil: Um Olhar das Origens ao Contemporâneo, de Angela Magalhães e Nadja Peregrino. Este mês ele estará na 29ª Bienal de São Paulo, a mostra internacional de artes mais importante da América Latina.
Guy Veloso é um dos artistas convidados para a mostra oficial, convite que veio dos curadores Moacir dos Anjos e Agnaldo Farias. O fotógrafo paraense vai mostrar uma parte de seu ensaio documental “Penitentes”, realizado durante oito anos nas cinco regiões do país.
Não é de se estranhar o convite. A capital do Pará é considerada o berço de uma das mais criativas fotografias do país. No ano passado, Luiz Braga foi o representante do Brasil na Bienal de Veneza. Podemos citar outros grandes nomes que se destacam em premiações Brasil afora, como Elza Lima, Paula Sampaio, Flávya Mutran, Miguel Chikaoka (fundador da famosa Fotoativa), entre muitos outros.
Penitentes - São Confrarias laicas que saem rezando noite a dentro em determinadas épocas do ano pelas almas que acreditam estarem “presas” no Purgatório, sempre cobertos com lençóis ou mantos a fim de preservar suas identidades e, em alguns casos, flagelando seus corpos com chicotes.
O autor fotografa e estuda compulsivamente este assunto desde 2002. Em 2009 foi o primeiro pesquisador a levantar a teoria de que estes grupos de “Penitentes”, também chamados “Alimentadores de Almas” ou “Irmãos das Almas”, parte deles de difícil acesso ou até secretos, poderiam ocorrer nas 5 regiões do país. No ano seguinte provou e publicou sua teoria cobrindo o país inteiro, com (até agora) 116 grupos documentados.
As fotos da Bienal - As 16 imagens escolhidas para a Bienal são parte de um ensaio maior chamado Penitentes: dos Ritos de Sangue à Fascinação do Fim do Mundo. Foram eleitas entre as milhares produzidas nestes oito anos levando em conta a dramaticidade do assunto e a estética do autor, tendo a assistência da curadora Rosely Nakagawa na seleção – que acompanha o Projeto desde de seu início.
Quatro dessas fotos possuem erros técnicos não provocados. Equívocos assumidos mesmo: duas são resultado de problema na cortina da máquina analógica, outra causado por erro na revelação e, o mais gritante, uma dupla exposição acidental de um filme. “Um erro primário, como sempre digo sem nenhuma vergonha” – confessa o fotógrafo.
Sobre o fotógrafo - Guy Veloso, 40 anos, nasceu e trabalha em Belém-PA, metrópole culturalmente pulsante de 2 milhões de habitantes no coração da Amazônia. De formação acadêmica em Direito (1991), é fotógrafo independente desde 1988 com diversas publicações nacionais e internacionais.
Em ensaios autorais usa apenas lentes 35mm para, como ele diz, “ter que chegar ainda mais perto das pessoas”, o que em muitos casos acaba torna-se um verdadeiro “corpo-a-corpo” durante grandes procissões e romarias. Da mesma forma, ainda utiliza equipamento analógico com filmes em preto-e-branco ou diapositivos como uma solução estética elaborada para seu estilo, algo raríssimo hoje em dia. “Ao menos por enquanto, sem radicalismos” – revela o fotógrafo.
Para o curador Rubens Fernandes Jr., “as imagens de Veloso surpreendem pelo non sense, pelo surreal, pela completa dissonância entre o mundo real e o outro mundo”. Já Marisa Mokarzel, curadora, relata: “as cenas existem, mas a imagem, a estética é própria de Guy Veloso que potencializa o real lançando-o no limite do medo”.
Seus trabalhos compõe os acervos da University of Essex Collection of Latin American Art, Colchester-Inglaterra; Centro Português de Fotografia, Porto-Portugal; Museu da Fotografia de Curitiba; Coleção Joaquim Paiva; Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e Pirelli/MASP.
Sua mais recente individual, Alquimia, curada por Patricia Gouvea e Claudia Buzzetti, inaugurada em março de 2010 no Espaço Cultural Ateliê da Imagem segue itinerando pelo país.
Fonte: Holofote Virtual, com informações da 29ª Bienal de São Paulo. Ao Guy, agradeço a notícia e as belas imagens enviadas para a postagem!
Serviço: A 29ª Bienal de São Paulo ficará aberta de 25 de setembro a 12 de dezembro, no Parque do Ibirapuera - SP, portão 3, Pavilhão Ciccillo Matarazzo. Entrada franca.
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