Será no dia 19, com 1ª sessão para convidados. Trata-se do novo projeto dos Palhaços Trovadores, pautado na história do circo, sua estrutura e artistas que se exibem em números variados, destacando a patinadora no gelo, o contorcionista, o trapezista, o domador de leões e o aramista.
A direção é de Aníbal Pacha, que vem do grupo In Bust Teatro com Bonecos e que acompanha o trabalho dos Palhaços Trovadores desde o seu surgimento.
A idéia de juntar as linguagens do clown e do teatro de formas animadas surgiu anos atrás, mais exatamente em 2006, quando Aníbal fazia o figurino do espetáculo “Hipocondríaco”, também dos Trovadores. Na época eles solicitaram a Aníbal, uma oficina de teatro com bonecos. Foram atendidos.
“Durante a oficina, instigados pelo Aníbal começamos a pensar na possibilidade de montar um pequeno circo, foram surgindo várias ideias e questionamentos, entre eles: O que gostaríamos de ser, se trabalhássemos no circo? Qual a essência do boneco e a do palhaço, quais as técnicas de manipulação e o direcionamento de foco, tanto para o boneco como para o palhaço?”, relembra Cleice Maciel, uma das integrantes do grupo e a contorcionista do novo espetáculo dos Trovadores.
A empolgação foi tanta que os palhaços conseguiram contagiar o diretor do grupo, Marton Maués, que viu de imediato a possibilidade de realizar algo juntos no futuro. Assim, o projeto foi engavetado por alguns anos, até ser inscrito, no ano passado, no edital Cláudio Barradas.
“Fomos contemplados e é claro que o Aníbal caiu como uma luva, pela propriedade e pesquisa que desenvolve na área, a relação e afinidades entre inbusteiros e trovadores e tudo isso somado ao Doutorado do Marton, que por este motivo está fora cidade por algum tempo”, explica Cleice.
Na época da estréia do espetáculo "Mão de Vaca" (um dos espetáculos do repertório do grupo), em entrevista ao Holofote Virtual, Marton Maués chegou a falar sobre a parceria com o In Bust.
“Escrevi o projeto que foi contemplado com o edital Cláudio Barradas, da Secult. A In Bust é um grupo muito batalhador, de pesquisa e criação profícua. Assemelha-se, de certo modo, com os Trovadores, tanto que nos confundem sempre e vice-versa. Eles e nós nos divertimos com isso. Agora estaremos juntos”, disse.
Bonecos e clown - Em cena, cinco dos queridos palhaços manipulam os bonecos que representam algumas das atividades mais encantadoras do universo do circo. Todo o colorido e os artistas estão representados na pequena dimensão do boneco, realizando assim um jogo de proporção entre este e o palhaço, no caso também manipulador.
A história do espetáculo emociona. Os palhaços foram abandonados, perderam a cor, inclusive a do nariz, que marca universalmente a figura do clown. Mas o desejo deles de ter seu próprio circo e fazer o que mais querem no picadeiro, os faz retomarem a temperatura de seus narizes, que voltam a aquecer recuperando a cor vermelha, que fica ainda mais brilhante.
De acordo com Cleice, que manipula o boneco da contorcionista, a experiência tem sido intensa e nem sempre fácil.
“Algumas vezes ficou tão difícil que entrei em crise, pois convenhamos que teatro com bonecos e Clown são técnicas complexas, apesar de se cruzarem em dados momentos no que diz respeito ao foco e presença cênica muito forte e expressiva”, diz.
Cleice lembra que o palhaço nunca é neutro e tem sempre uma presença forte na cena. “Ele é atrapalhado e adora aparecer. Já o boneco é outra presença forte, com movimentos limpos, mas que precisa de generosidade para aparecer.
Os dois precisam dividir o mesmo espaço ficcional sem se anularem. Uma das minhas maiores crises é manter a presença da Pipita (minha palhaça) manipulando.
Parece que ela se intimida na presença do boneco, e fica a Cleice, atriz, preocupada com a manipulação e eixo do boneco. Sei que essa não é uma dificuldade só minha, pois também percebo a preocupação de meus colegas de cena: Rosana, Isac, Feijão e Marcelo Vilela".
Nariz Vermelho - Para a construção do espetáculo Os Trovadores mergulharam na história do circo e de seus personagens. Fazendo uma rápida varredura em sites que abordam o circo pincei uma curiosidade à respeito do surgimento do nariz vermelho.
A maioria dos historiadores dizem que um homem chamado Tom Belling é o responsável por esta tradição dos palhaços. Mário Bolognesi afirma esta versão em seu livro “Palhaços” da editora Unesp.
De acordo com o livro, Tom era um acrobata e cavaleiro, filho do proprietário do Circo Renz e um dia enquanto fazia palhaçadas fora do picadeiro com uma peruca velha e um paletó do avesso foi visto pelo diretor do circo que o mandou direto para o picadeiro.
Alguns dizem que Tom estava embriagado de Gim, outros que foi apenas nervosismo, o fato é que ele entrou totalmente atrapalhado no palco, tropeçou e caiu de cara no chão. Ao levantar seu nariz estava totalmente vermelho o que resultou em muito riso da platéia!
Devido ao sucesso, a situação passou a ser encenada em todos os espetáculos seguintes, levando o povo ao delírio com aquela criatura ridícula e atrapalhada que tem um enorme poder de nos fazer sorrir.
Temporada - A idéia é que “O Menor Espetáculo da Terra” estréie também, o Espaço dos Trovadores, que fica na Trav. Piedade, esquina com Rua Tiradentes. No dia 19 de setembro, a temporada inicia às 17h com sessão para convidados. A segunda, às 19h, será aberta ao público.
O espetáculo ficará em cartaz ainda nos dias 25 e 26 de setembro e nos dias 02 e 03 de outubro, sempre às 17h e 19h, com entrada franca para agendamento de escolas públicas ou projetos sociais.
Outras informações sobre o espetáculo e sobre o circo podem ser encontradas no blog do espetáculo, que pode ser acessado aqui.
3 comentários:
lu, blz de matéria, seu blog é uma referência. obrigadão.
olha, aconteceu uma mudança na data da estréia, vai ser dia 19, domingão. acho que dá pra vc alterar aí, né?
bjão
marton
Oi Marton, já alterei. Obrigada por informar a mudança, viu. Grande beijo!!!
lu
Olá!! Muito bacana esta matéria e todo seu blog. Parabéns!
Parabéns tb aos Trovadores e ao Pacha pelo trabalho.
Bj
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