3.3.16

"Do Tapajós à Guajará" para homenagear Belém

Numa reverência carinhosa à capital paraense, no próximo dia 12 de março, dois meses depois do aniversário de seus 400 anos, Belém recebe o musical “Do Tapajós à Guajará”, que reunirá intérpretes e compositores do município de Santarém, no palco do Theatro da Paz. Os ingressos começam a ser vendidos na bilheteria do teatro, a partir desta sexta-feira, 4 de março. 

Depois de Bragança, que esteve representada por aqui no início do ano com sua Marujada e a Comitiva de São Benedito, no Circular Campina Cidade Velha, para a homenagem aos 400 anos da nossa capital, será vez da cidade de Santarém render as suas homenagens. 

No palco do centanário Theatro da Paz, Sebastião Tapajós e Maria Lídia, Cristina Caetano, Antonio Woughan e Eduardo Dias, Nato Aguiar, Everaldo Martins Filho e João Otaviano, artistas do oeste paraense, navegam entre as tradições santarenas e as águas do Guajará, com obras que vão de Wilson Fonseca até chegar ao universo das marés, com composições de Paulo André e Ruy Barata, Nilson Chaves, Waldemar Henrique e Chico Senna, além das músicas autorais dos compositores que se reúnem nesta homenagem. Haverá surpresas também.

De raízes sonoras fincadas no piano e na moda de viola, de acordo com Henry Bates, naturalista que esteve em passagem pela cidade em 1854, a partir da segunda metade do século passado, havia, já, em Santarém, uma escola de música vocal e instrumental, dirigida pelo professor Gaspar José de Mattos Ferreira de Lucena, que recebia, dos cofres do tesouro provincial, a gratificação de 800 réis por aluno. Tal subvenção começou a ser paga a partir de 15 de novembro de 1851 e até 1862, dez anos depois, ainda era mantida. 

É dessa época o relato de Henry Bates "... a gente nova gostava muito de música sendo os principais instrumentos a flauta, o violino, o violão, e uma pequena viola de quatro cordas, chamada 'cavaquinho'". "O violão, era instrumento favorito de ambos os sexos, como no Pará, mas o piano estava rapidamente tomando o seu lugar". 

“Uma das primeiras compositoras da Amazônia, Rachel Peluso, é santarena, tem formação clássica, tocava bandolim e piano. Outra sonoridade marcante, advêm da manifestação do Çairé, onde predominava o batuque do Gamba e Marambiré. 

O Gambá é um ritmo que tem registro mais antigo que o carimbó, segundo o prof. Vicente Sales. E o Marambiré é uma manifestação que só se dá no baixo-amazonas, mais precisamente em Alenquer, Óbidos e Oriximiná”, reflete Eduardo Dias, um dos artistas envolvidos no projeto. 

Edu Dias já morou em Belém, construiu carreira por aqui, assim como Maria Lidia e Sebastião Tapajós, que vive entre o Tapajós e o Guamá. 

“Vejo essa homenagem com muito entusiasmo, primeiro por que somos um Estado grande, Santarém é o segundo grande centro civilizatório mais antigo, depois de Belém, e após um plebiscito onde a cidade almejou a criação de um novo Estado, se evidencia que o motivo não é por que não se gosta de Belém, ao contrário, temos elos históricos de harmonia e fraternidade. Então homenagear Belém com um espetáculo musical, através dos artistas do oeste paraense, revela, sobretudo,  o nosso espírito de reverência a nossa capital", finaliza o músico.

Serviço
Do Tapajós a Guajará. Dia 12 de março, às 21h, no Theatro da Paz. Realização MM Produções. Venda de ingressos a partir do dia 4 de março - Plateia: R$ 40,00 / Varanda, frisa e camarote de 1ª: R$ 30,00 / Camarote de 2ª, galeria e paraíso: R$ 20,00. Realização MM Produções. Patrocínio: Billcar Rent a Car, American Autosserviço, Unimed Oeste do Pará, Laboratório Celso Matos, CR Supermercados, Farmácias Primavera, Distribuidora Durães, Unimed Belém.

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