Filmado no Marajó, o documentário que será lançado no próximo dia 14 de junho, no auditório do Instituto de Artes do Pará, foca a vida do Padre Giovanni Gallo, fundador do Museu do Marajó.
Mas vale lembrar que o museu, uma das instituições mais importantes do arquipélago, de acordo com a reportagem veiculada em maio pelo Diário On Line, se encontra, hoje, em meio a dívidas, poeira, traças e cupins. Para saber mais, acesse também o blog do Centro de Memória da Amazônia - UFPA (CMA).
Abaixo, texto de Gil Sóter, do site Guiart sobre o lançamento do documentário.
Em 1973, desembarcava na exótica e isolada ilha do Marajó, no extremo norte do país, o italiano jesuíta Giovanni Gallo, uma das personalidades mais importantes da recente história paraense. Museólogo e fotógrafo, Gallo foi um visionário empenhado em preservar a paradoxal cultura marajoara, desvendada pelo olhar estrangeiro do religioso, que viveu em meio aos vaqueiros e moradores do arquipélago até a década de 1980, experiência que culminou, entre outras dezenas de obras, na criação do Museu do Marajó, dedicado a estudos sobre os povos do local, da cerâmica indígena milenar, e da biodiversidade da ilha, registrados em um importante acervo fotográfico.
“No nosso museu, o homem marajoara é a maior fonte de informação e ao mesmo tempo, o maior beneficiado. O museu nasce da comunidade, cresce com a comunidade e volta à comunidade. Por isso aceitamos o desafio de escolher um lugar carente de infra-estruturas essenciais: assumimos o compromisso de promover estas infra-estruturas, provocando o desenvolvimento do homem através da cultura”, defendia Gallo.
A intensa trajetória de Gallo ao longo de mais de três décadas no Pará é o tema do documentário “O Ajuntador de Cacos”, do diretor Paulo Miranda. O filme, com lançamento agendado para o próximo dia 14 de junho, no IAP, foi realizado com incentivo do Ministério da Cultura através da Lei Rouanet, contou com o patrocínio da Eletrobrás e apoio do Museu do Marajó.
Para a produção do documentário a Lux Amazônia Filmes realizou quatro expedições ao Marajó, para o registro de paisagens, ambientes e os personagens principais do que o próprio Giovanni Gallo definiu como “a fase mais marcante de sua vida”. O documentário de 56 minutos de duração se ocupa em registrar parte do legado de Gallo, que se empenhou em desenvolver ações culturais e também obras de infra-estrutura na região do Marajó.
O estudioso capitaneou projetos como a construção de um trapiche comunitário, para as variações de maré e de estação; a pista de pouso para aviões, além da construção de estivas e de um centro comunitário onde eram oferecidos cursos de artesanato para a comunidade, que servia também de escola e jardim de infância. “Gallo é dono de um legado e uma biografia pouco conhecida, e que deve ser valorizada”, defende Paulo Miranda.
Ficha técnica:
“O Ajuntador de Cacos”
Doc, 56 min, Marajó, 2010
Direção: Paulo Miranda
Roteiro: Paulo e Rutinéa Miranda
Pesquisa: Lino Ramos
Direção de fotografia: Sandro Miranda
Direção de Produção: Álvaro Andrade
Produção Executiva: Rutinéa Miranda
Produção: Lux Amazônia Filmes
Serviço
Lançamento do documentário “O Ajuntador de Cacos”, de Paulo Miranda. Data: 14 de junho. Horário: 19h. Local: Auditório do Instituto de Artes do Pará, na Praça Justo Chermont, 236, Nazaré. Informações: (91) 4006-2918.
(as fotos utilizadas nesta postagem são do blog do CMA)
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