16.8.11

“Arte e Etnia” reabre com participação indígena


Por causa da falta de energia no dia 10 de agosto, prejudicando a vernissage da exposição a galeria do CCCBEU promove, nesta quarta-feira, 17, a reabertura da mostra, com a presença de integrantes da comunidade Assurini.

Os indígenas estarão presentes ao vernissage, desenvolvendo pinturas corporais e apresentando um pouco de sua sonoridade aos visitantes. A partir das 19h, com entrada franca.

Numa parceria com a Fundação Ipiranga, a mostra expõe Objetos e Pinturas das etnias indígenas Asurini, Kayapó e Araweté, além de fotografias de Alberto Ampuero, Alice Kolher e Jaime Lisboa. “Teremos a exibição de Bancos, Telas, Cerâmicas, Instrumentos utilizados em rituais, grafismos que inclusive lembram fases do modernismo brasileiro na história da arte”, complementa a gerente da Galeria do CCBEU, Simei Bacelar.

O objetivo é preservar o patrimônio cultural e imaterial das comunidades indígena, junto ao seus desenvolvimento econômico e social. “Estamos desenvolvendo ações culturais e sociais junto as comunidades indígenas do Rio Xingu, em particular os Asurinis do kwatinemo, Aldeia com cerca de 160 pessoas, localizada à margem direita do Rio Xingu, no Município de Altamira – Pa”, explica Suely Menezes, Presidente da Fundação Ipiranga.

A Fundação Ipiranga nasceu da necessidade de consolidar e difundir a cultura indígena como parte insolúvel da Cultura Brasileira. Segundo o fotógrafo Jaime Lisboa “Cultura é um pouco disto tudo, mas são também as referências históricas, costumes, condutas, desejos e reflexões”.

Para os organizadores da exposição, um povo que não tem um acervo de conhecimentos, arte e memória, não tem referências que lhe permitam projetar-se para o futuro e estará condenado a ser um mero receptor, nunca um criador. “Esta exposição é como concretização de um processo, que tem um papel importante e muitas vezes são nesses acontecimentos que as pessoas tomam contato, pela primeira vez, com determinadas obras de arte; e são tocadas por elas” reforça Jaime.

Já o professor doutorando e Mestre em Cultura Indígena, o fotógrafo Alberto Ampuero diz que se alguém quiser mudar sua referência de mundo, deve antes conviver com uma comunidade indígena. “Isso consegue nos remeter à importância de termos uma vida mais simples, mais contemplativa e introspectiva. É como um passo a frente das questões ecológicas e um passo atrás do consumismo”, finaliza.

Exposição “Arte e Etnia”. Patrocínio: BLB Eletrônica através da Lei Municipal de Incentivo à Cultura Tó Teixeira & Guilherme Paraense. Informações: 3221.6143 / www.ccbeu.com.br

Nenhum comentário: