8.6.14

The Tump é banda de rock sem riffs de guitarra

Eles São loucos por contrabaixo e fazem música "do jeito que dá", utilizando apenas sintetizadores, contrabaixos e aplicativos de celular.  Alex Lima e Bárbara Lobato formam a  The Tump, trazendo um som de "batidas dançantes e baixos poderosos", influências de grupos como New Order, The -B52s, The Cigarretes, Stone Temple Pilots, entre outros. Ainda não viu? Então anota. Hoje, às 13h30, a dupla é uma das atrações da programação de inauguração da loja Discosaoleo.

A guitarra é praticamente sinônimo de rock’n,roll, mas este instrumento não integra a carpintaria instrumental das composições autorais que a banda vem distribuindo e divulgando pela internet. Parece que o fator inusitado tem dado certo, e a dupla vem se apresentando em diversos festivais organizados em Belém. 

É difícil mesmo de pensar em uma banda de rock sem os solos de guitarra e até dizem por aí, que todo baixista é um guitarrista frustrado... É verdade?  “São as más línguas (risos)”, brinca Bárbara. “Os guitarristas, normalmente, (com varias exceções, claro) são chatos (risos). São exagerados, sempre aumentam “só um pouquinho” os volumes... (risos)”, continua ela, se divertindo. Mas o que no início era uma “zoação”, depois se tornou “um lance ideológico (risos)”, afirma ela.

A The Tump teve origem em 2012, com o objetivo de fazer apenas gravações caseiras e disponibilizá-las na internet. As primeiras músicas foram gravadas ainda em Peixe- Boi (PA), cidade da Bárbara. “Não sabíamos que estávamos fazendo ‘algo novo’. Pra gente, era mais uma banda de ‘rock’, fazendo ‘rock’, como tantas outras por ai”, diz a baixista.

“Só depois de um tempo é que começamos a divulgar na internet, para os amigos e a nos inscrever em festivais, pra ‘divulgar o som’, segundo o Alex, ‘rodado’, na cena rock local. E foi um susto quando os e-mails começaram a chegar, indicando que havíamos sido selecionados. Foi legal! (risos)”, continua.

A The Tump foi selecionada para o Grito Rock de Belém (também este ano), Cuiabá e Castanhal, além de ter participado das Seletivas Se Rasgum e do Rock Rio Guamá, e também foi finalista do CCAA Fest, tudo em 2013. “Foram experiências incríveis. A Seletivas do Se Rasgum, em 2013, foi a primeira vez que tocamos  em Belém. Para nós, um evento de ‘grandes’ bandas”, comenta Bárbara.

Além de Bárbara (contrabaixo/ voz) e Alex (contrabaixo/ voz), a The tump conta Paulo Evander (programações). Pergunto se há possibilidades de convite a participações, não sendo de um guitarrista, claro... 

“Então... (risos), deixamos fluir.. Não descartamos o lance de  fazer participações... Desde que o ‘participante’ encare nossa onda. Estamos felizes assim, fazendo, como diz o Alex,  a nossa ‘grande sacanagem dançante’, reforça a contrabaixista.

Morreu - É fácil encontrá-los no facebook, onde assinam Bárbara Morreu e Alex Morreu. Qual é a brincadeira, quero saber. “O sobrenome ‘Morreu’ foi roubado de um cara chamado ‘Fernando Morreu’, ele tem uma banda de eletro em Minas. Num momento de stress, risos, perguntei se havia problema usar e ele disse que não. Então, adotei como um ‘nome artístico’. Logo depois, o Alex. Somos um casal, ele exclamou! (risos)”, conta Bárbara. 

Bárbara era da banda “Octoplugs” e Alex, integrou a “Destruidores de Tóquio”. Ela é de Peixe Boi, ele de Capanema. “Mudamos há pouco tempo pra Belém. Estudos, trabalhos e afins. O Alex já viajou bastante, circulou bastante por festivais, eu também já toquei em alguns festivais, com a minha antiga banda”, diz Bárbara.

Os dois se conheceram casualmente. “Eu estava tocando  com  minha antiga banda, na cidade da Bárbara. Ela foi assistir.  Ao final do show, ela me cumprimentou e pediu que eu desse um desconto na compra de um disco. E eu não dei! (ela carrega essa mágoa, nem entendo, até hoje, porque fiz isso – risos). 

Nos encontramos muitos meses depois nos palcos. Bárbara já havia se tornado vocalista da única banda de rock de sua cidade. Por motivos semelhantes, algum tempo depois, saímos de nossas bandas e a Bárbara propôs montar uma dupla”, conta Alex. “Sem guitarristas , né? Rimos, e daí surgiu a The Tump”, arremata o baixista.

Desde então eles fazem música “adoidado”. Muitas vezes em plena madrugada, como surgiu uma das composições mais recentes “Lucine”. “Não nos prendemos a nada. Acordamos em dias de folga e fazemos música. Normalmente, Alex faz uma bateria, ligamos os instrumentos e começamos a tocar. De repente, e não mais que de repente,  Alex faz uma melodia base, eu faço os riffs /“pianinhos” , letra e melodia vocal. Um dia de gravação.  E bum! Musica nova no soundcloud (risos)”, manda Bárbara.

Para eles estar nesta cena rock, fazer música independente em Belém, não é coisa fácil. “É difícil fazer musica independente, em qualquer parte do país, todos sabemos. 

Em Belém é igualzinho. Faltam espaços, falta apoio, falta estrutura, mas o que nos assustou um pouco foi a desunião entre os músicos (há exceções), uma espécie de competição, que a gente ainda não entendeu muito bem. E prefere continuar  sem entender”, diz Alex.

Assim, a The Tump vai compondo e entre as músicas que Alex e Bárbara mais curtem, citam “Diasepan”, “Inferno Particular” e “Made in Veja”. “Não pensamos muito no futuro (bem clichê). Queremos continuar tocando em festivais, fazendo nosso sonzinho, e o que acontecer, em consequência disso, sei lá, será lucro (risos)”, diz a dupla.

Atualmente, além das breves tocadas em Belém, a The Tump está se articulando para fazer alguns shows fora do estado. “Vamos lançar material físico muito em breve, e vamos continuar gravando nossos sons e disponibilizando os para download na internet”, concluem.

Onde ouvir - A The Tump toca hoje, às 13h30, na inauguração da loja de discos do Leo Bitar, a Discosaoleo, espaço para quem curte um som em e de Belém. Tô indo lá pra ver, anotem o endereço: Travessa Campos Sales, 268, no bairro da Campina. A programação começa às 11h30, com a banda Zeromou e às 13:30, com - The Tump. Em seguida, às 15h30, tem Molho Negro e às 17h30, Ana Clara.

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