Fruto da participação vitoriosa da banda no CAA Fest em 2009, quando os integrantes levaram pra casa o primeiro prêmio do festival, o primeiro CD da banda está sendo gravado pela Ná Music. Ele ainda está em estúdio, mas neste sábado, 19h, a banda faz participação especial na quinta edição do festival que acontece a partir das 19h, no Teatro Gasômetro.
Na semana passada, ensaiando para esta participação e às voltas com as gravações no estúdio, Andrérick conversou com o Holofote Virtual e contou tudo sobre o novo momento da banda.
A Lapidação Poética, na verdade já é veterana no CCAA Fest. No primeiro ano do evento, em 2006, o grupo chegou a final com a música “Palavras Perdidas”, de Paulo de Paula. No terceiro ano (2008), porém, não passou da fase das audições. Mas o grande dia só viria em 2009, com a música “Que saudade”, de Andrérick.
“Agora estamos no final da gravação do nosso 1° CD profissional, o Rio de Sonhos, que fluirá com 10 músicas aportadas em ambientes distintos, ritmos diversos e poesias diferenciadas”, diz Andrérick em entrevista para o Holofote Virtual.
“Este será um CD essencialmente musical, acoplado com a característica principal da Banda Lapidação Poética, de interagir as vertentes da arte, misturando música + recitação de poesia + entonações teatrais + diversidade rítmica”, complementa.
O CD traz músicas que já fazem parte da história da Lapidação Poética, “como a música Rio de Sonhos, tema do CD, com sua maresia ideológica flutuante de reflexões; a Paródia do Bandoleiro, com seu ritmo latino e repleto de descontração; a Índia Morena, com sua marca regional sem ser regionalista; a Noite Doces Artes com seu swing ritmado de Black Music e Funkiado, a O Que Será de Nossas Vidas Amanhã?, com seu teor crítico ingerido ao ritmo de Rock and Roll”, enumera o músico e produtor da banda.
Andrérick adianta também que a música Que Saudade, o blues vencedora do CCAA Fest ganhou outra roupagem e também está no CD, com a guitarra de Frederico Azevedo e o baixo de Fábio Quaresma, além dos bakings vocals de Ágnes Roberta e Leka Liares que, explica Andrérick, são os novos integrantes da banda, desde o início do ano passado.
“Esta música no CD terá também a participação especial do antigo integrante Paulo de Paula, no baixo, em nome dos velhos tempos”, diz. O CD também vai trazer quatro músicas mais recentes da banda.
Uma delas chama-se “O Curandeiro”, que mistura maracatú com baião, com Letra de Fábio Jholl (percussionista), poema introdutório de Andrérick e melodia base de Paulo de Paula. Há ainda “Pó de Pètala”, um reggae xoteado, “com todo seu lirismo e culto a forma poética”, rebate o músico.
Mano Velho (e o conto da onça) é de Marcelo Parente (percussionista). “É uma releitura de uma anedota de domínio público, adaptada e interpretada por ele e seu parceiro Fabio Jholl chamada O Conto da Onça, o qual era apresentado em nossas apresentações como performances dentro das músicas e fez nascer à necessidade de compor a música que lhe serviria de abrigo definitivo, assim ela nasceu”.
A quarta e última música, que completa o CD é “A Ostra e a Pérola (e o soneto dos Bichos)”, balada romântica, de poética apurada, segundo Andrérick, música datada desde a origem do Lapidação Poética, em 2003.
“A música foi preservada desde então até a ocasião desta gravação. No Geral, o CD Rio de Sonhos virá com a ideologia do Lapidação Poética de Lapidar nossa arte através da realidade e da evolução musical de cada um de nós. Sempre com o olhar de caleidoscópio, tentando enxergar as várias vertentes que a poesia reflete as nossas visões”, finaliza.
História - A trajetória da banda Lapidação Poética começa em 2003, quando Andrérick P. de Leão fazia pesquisa de campo na Universidade da Amazônia em busca de poetas em lapidação. Para achá-los, provocou um sarau musical com músicos lapidadores free lancers, com intuito de estímulo poético aos seus iguais, do qual se destaca Joel Lacerda, baixista criador da Banda Cocóta de Ortega.
No ano seguinte, acontece a apresentação do Projeto “Lapidação Poética: a poesia das Letras e Artes Visuais”, como Trabalho de Conclusão do Curso de Letras de Andrérick, trazendo música e exposição de artes visuais e literárias, na Galeria Graça Landeira. Na época o público foi o acadêmico, da Unama.
A formação experimental, como um grupo acústico, que levaria os ideais de valorização aos artistas em efervescência poética para além dos limites da universidade, virai em 2005. Nesta época o grupo era chamado de Projeto Lapidação Poética e tinha em sua formação: Fábio Jholl, artesão que tornou-se percussionista e poeta compositor, José Yarl, Baterista de rock pauleira que enxergou no Lapidação Poética a oportunidade de novos horizontes rítmicos, que tocava percussão, Marcel Lima, violonista solo e Andrérick na voz e violão.
Nos dois anos seguintes, nasce o Movimento Cultural Lapidação Poética, formado pela Banda Lapidação Poética e pela Galeria Lapidarte, uma exposição itinerante de obras de artes visuais e literárias de artistas em fase de lapidação.
A Banda era formada por: Andrérick (Letras, voz, violão e baixo), Paulo de Paula (Letras, voz, baixo e violão), Joaquim Lima (Baixo, Guitarra, gaita e escaleta), Fábio Jholl e PH Lima (Percussão) e José Yarl (Bateria).
Andrérick lembra que aquele “foi um tempo de muitas apresentações em diversas universidades da cidade de Belém, Festival de música (1°CCAA Fest), Bares e entrevistas em televisão, como no Programa Cultura Pai Dégua”.
Em 2008, Joaquim Lima sai da banda, entrando o guitarrista Clyverson Luis, que trouxe uma nova cara aos arranjos de guitarra e backing vocal da Banda. Em meados deste mesmo ano também sai PH Lima e entra Marcelo Parente, iniciando a parceria sem igual com Fábio Jholl na Percussão.
“Este foi um ano de iniciação ao teatro em que passamos a interpretar textos poéticos com maior teatralidade, utilizando figurinos específicos a cada personagem e saindo dos Bares para os teatros de Belém”, diz Andrérick.
Dirigido por ele, o Lapidação Poética começou a realizar seus próprios espetáculos artísticos musicais, onde se destaca o LAPIDAL: os lapidadores da lapidação (música, poesia, teatro e dança), sempre levando consigo a oportunidade para outros artistas mostrarem seus trabalhos.
Mas as maiores realizações estavam por vir, sobretudo na área do teatro, com a criação do Espetáculo Influência Amazônica, apresentado nos Teatros Waldemar Henrique, Cláudio Barradas e Maria Sylvia Nunes, valorizando a Banda Lapidação Poética, formada por artistas da região amazônica.
Em 2009, também entra na banda Leka Liares e Antônio Silva, cenógrafa e cenotécnico, que aprimoraram a noção de teatro da Banda. E foi aí que eles também foram premiados em 1°lugar no CCAA Fest.
No ano passado, mais mudanças na banda, com a saída de Paulo de Paula e entrada de Lurralle Amaral, no baixo. Nesse mesmo tempo, Leka Liares deixa a cenografia e o figurino para abraçar o backing vocal da banda, junto a Ágnes Roberta, co- produtora do Projeto Influência Amazônica.
Também saiu da banda, Lurralle e entrou Fábio Quaresma, no baixo. Em outubro, se oficializou a saída de Clyverson Luis, “que no CCAA Fest 2009 ganhou o título de guitarrista revelação”.
Para este ano, abrem-se novos horizontes. O Espetáculo Influência Amazônica, que foi aprovado pela Lei SEMEAR, será executado nos teatros Waldemar Henrique, Cláudio Barradas, Gasômetro e Margarida Schiwazappa a partir de maio deste ano.
“Além do lançamento do primeiro CD da banda, que deve ter sua tiragem a partir do segundo semestre, quando poderemos alçar novos vôos, como clipes e inscrição em festivais do circuito nacional e internacional”, afirma Andrérick.
(com informações de Andrérick, da Banda Lapidação Poética)
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