1.2.11

O primeiro longa de Marco Ricca esta semana no Líbero Luxardo

"Cabeça a Prêmio" ficará em cartaz de 02 a 13 de fevereiro, sempre de quarta a domingo às 19h. Ingressos a R$ 5, com entrada franca as quartas para estudantes com carteirinha meia entrada. Leia abaixo crítica sobre o filme.

Por Mattheus Rocha

A estreia de Marco Ricca como diretor não poderia ser melhor. Cabeça a Prêmio é um filmaço. Alguns cinéfilos podem até achar o longa um pouco lento ou arrastado, mas a narrativa é densa e, apesar de apresentar apenas superficialmente os personagens, a ambientação é perfeita e os conflitos se desenvolvem de maneira intensa e arrebatadora.

O roteiro não aborda o passado de ninguém. Todos são "lançados" na história e cabe ao espectador estabelecer as conexões entre eles. Cabeça a Prêmio é daqueles filmes que estimulam a inteligência e a percepção dos fatos. Mas isso não é fruto de preguiça dos roteiristas ou da direção. Muito pelo contrário.

O filme é extremamente intimista e em nenhum momento peca pelo excesso - o que é uma qualidade rara hoje em dia. A intenção é mostrar apenas o suficiente para direcionar, pouco a pouco, sem pressa, o caminho tortuoso de dois irmãos que são traficantes internacionais (e pecuaristas nas horas vagas), além de sua família e das pessoas ligadas ao esquema.

A montagem e as atuações são fantásticas. Todo o elenco está em sintonia e os destaques são a internacional Alice Braga - de Predadores (2010), e Fulvio Stefanini e Otávio Müller (espetaculares), como os irmãos mafiosos que trazem drogas do Paraguai ao Brasil.

Aliás, não é dito, nem mostrado, se são realmente drogas (acredito que sejam), ou algum outro tipo de contrabando. As referências nos diálogos são a "encomendas" ou "mercadorias" (um exemplo da sutileza da direção, que em alguns momentos chave prefere sugerir, em vez de mostrar).

Os conflitos vão ganhando cada vez mais força, até serem interrompidos por um final incrível, inesperado e genial, justamente no clímax do filme - outra característica não muito comum que Ricca lançou mão, com extrema competência. 

Que o cara continue assim e nos brinde com outras obras primas. A influência do estilo do cineasta Beto Brant é mais do que evidente. Cabeça a Prêmio lembra - e muito - O Invasor (2002). Inclusive, Marco Ricca atuou nesta pérola do cinema nacional.

Serviço
Cabeça a Prêmio, de Marco Ricca (Brasil, 2010). De quarta a domingo, de 02 a 13 de fevereiro - às 19h. No Cine Líbero LUxardo do Centur.

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