A Parteira, o Tocador e a Rainha!. Um instrumento musical em vias de ser esquecido é o mote para o mais novo espetáculo cênico do compositor e dramaturgo Walter Freitas.
A peça Bandurra-Eh!, elaborada a partir de uma pesquisa realizada nas comunidades quilombolas de Juaba, Matias, Carapajó e Maú, no município de Cametá, reúne as linguagens do teatro, da dança e da música para contar a história de três personagens que saem de suas vilas, uma noite, para cumprir um destino, realizar um sonho...
É assim que se encontram Maria Manadora, a Parteira, João Moquebito, o Tocador de Bandurra, e Georgia Cupertina, a Rainha. Vizinhos de anos, moradores de vilas próximas, eles vêm seus caminhos se cruzarem e descobrem que podem avançar de forma mais rápida e segura se unirem esforços.
Logo descobrem, porém, que Manadora, a Parteira, teve um sonho pavoroso com Moquebito, o Tocador, e, para evitar que o sonho se realizasse, decidiu abrir a “caixa sonora” em que estavam recolhidas as Pragas.
Em sua inocência, a Parteira imaginou que as Pragas, libertas, sairiam das vilas e se espalhariam pelo mundo, livrando assim o Tocador da ameaça. Instaura-se, então, a linguagem da fábula, que vai permear todo o espetáculo e gerar o conflito fundamental, abrindo espaço para que os três velhos testem seu poder de resistência individual e sua capacidade de trabalho conjunto.
Todo escrito em versos, uma característica já assumida na dramaturgia de Walter Freitas, o texto leva os três personagens, a partir deste mote inicial, a situações inusitadas: ao mesmo tempo que buscam realizar seus objetivos – Manadora precisa fazer um parto, Moquebito quer reencontrar os amigos tocadores e Cupertina pretende retornar em grande estilo ao Reino do Marierrê, para rever o grande amor de sua vida –, precisam escapar às investidas e ataques das Pragas libertas. Para completar, cada um deles guarda a sete chaves um segredo que não quer, não pode ou não consegue revelar.
Fábula sobre a solidariedade humana - que brota (ou não) diante do poder e da disposição do Homem para explorar seu semelhante -, Bandurra-Eh! reserva uma sucessão de surpresas, tanto no enredo, uma ficção que reúne uma vasta compilação de elementos culturais da região do Baixo Tocantins, no Pará, quanto na cuidadosa concepção cênica que o diretor criou para levá-la ao palco.
Elenco:
Marina Mota
como João Moquebito, o Tocador de Bandurra
Juliana Abramides
como Maria Manadora, a Parteira
Walter Freitas
como Georgia Cupertina, a Rainha do Marierrê
Ficha Técnica:
Concepção e Dramaturgia – Walter Freitas
Pesquisa – Marina Mota, Juliana Abramides e Walter Freitas
Figurino e Cenários – Maurício Franco
Design de Luz – Thiago Ferradaes
Assistente de Iluminação – Manu Rabelo
Confecção de Figurinos – Claudia Silveira
Coreografia – Marina Mota e Walter Freitas
Cenotécnica – Waldiney Machado, Manu Rabelo e Thiago Ferradaes
Consultoria Cênica – Wellingta Macêdo
Consultoria Dramatúrgica e Revisão – Ana Luiza Couto
Construção de Tambores – Waldiney Machado
Construção de Bandurra – Comunidade do Maú
Partituras – Mindiyara Uakti
Direção Musical – Walter Freitas
Apoio à Produção – Andréa Rocha, Marina Mota, Juliana Abramides e Nhãnhã Çayré
Administração – Walter Freitas
Fotografia – Ana Flor, Juliana Abramides, Marina Mota e Nhãnhã Çayré
Design Gráfico – Nhãnhã Çayré
Direção – Walter Freitas
Serviço
Bandurra-Eh!, espetáculo cênico de Walter Freitas, com Marina Mota e Juliana Abramides. Pré-estreia: 23 de fevereiro de 2011, às 20 h, no Instituto de Artes do Pará - IAP. Temporada aberta ao público com entrada franca: de 24 de fevereiro a 4 de março, todos os dias. O espetáculo do dia 24 integra a programação de lançamento dos novos editais do IAP.
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