O artista Antônio Nóbrega |
O erudito e o popular se misturam no rico mosaico pessoal do músico, ator e dançarino pernambucano Antônio Nóbrega, que estará em Belém no dia 28 para apresentar, às 20h, no Teatro Estação Gasômetro, a aula-espetáculo “Mátria: Uma Outra Linha de Tempo Cultural, com canções, danças e peças instrumentais”.
A programação, que inicia na quarta-feira, 27 e vai até sexta, 29, faz parte de mais uma edição do projeto Rumos Educação, Cultura e Arte, que circula em caravana pelo país, para divulgar os editais recém abertos para Educação, Cultura e Arte; Artes Visuais; e Jornalismo Cultural.
Na aula-espetáculo Nóbrega traz considerações sobre a cultura brasileira e a europeia, além das peças do samba, da tradição oral e da música clássica. Fenômeno de uma bem conceituada “arte brincante” – em uma teia em que vida e a arte se confundem – Nóbrega consegue ser educativo, sem ser didático. E através de seus espetáculos divulga a cultura e o imaginário nordestino.
Um dos focos do espetáculo é discutir o equilíbrio entre o que seria o tipo de pensamento masculino, o discurso, o conceito, e o que seria o feminino, a sensibilidade e emoção. Para ele, “o sistema em que vivemos é de tessitura masculina, daí a necessidade de levarmos em conta outra linha de tempo cultural, onde valores femininos são mais operantes, para incorporar o melhor das duas tradições”.
O projeto do artista busca apoiar a formação de profissionais que desenvolvem, em todo o país, propostas diferenciadas nos campos da cultura e da arte por meio da educação não formal. Pretende-se contribuir para a continuidade e o aperfeiçoamento das ações existentes e para a criação de outras práticas de convergência entre cultura, arte e educação.
O artista – Aos 18 anos Nóbrega integrou o Quinteto Armorial, idealizado por Ariano Suassuna, um dos mais importantes grupos a criar uma música de câmara erudita brasileira de raízes populares.
A explosão da carreira veio com “Brincante”, nos anos 1990, quando lançou o carroceiro andante Tonheta, misto de pícaro, bufão, palhaço, arlequim e vagabundo.
Esse ar descompromissado chega ao clímax com o espetáculo “Naturalmente” que está começando a rodar pelo Brasil. Em breve o espetáculo também estará nas prateleiras, no DVD feito por Walter Carvalho (de Budapeste). Este será, na verdade, o terceiro trabalho da dupla, após Lunário Perpétuo e Nove de Frevereiro. Mas, tudo indica que a melhor parceria ainda está por vir, com o filme “Brincante”, que será rodado em novembro.
Rumos em Belém – Anote aí, a programação do Rumos Itaú Cultural começa, em Belém, na quarta-fera, 27, com a realização do laboratório “Como Fazer na Internet Coberturas ao Vivo de Eventos Culturais”, a ser ministrado por Fábio Malini, de 14h30 às 18h, o Instituto de Artes do Pará (IAP). Além de professor de jornalismo, Malini traz experiência de ativista do Fórum de Mídia Livre e da Universidade Nômade.
No dia 28, você já sabe, Antonio Nóbrega se apresenta às 20h, no Gasômetro a aula-espetáculo “Mátria, Uma Outra Linha de Tempo Cultural”. E no dia 29, das 19h às 21h, novamente no IAP, o curador geral do programa Rumos Artes Visuais Agnaldo Farias e o curador regional Paulo Miyada participam do debate “Um Convite à Viagem”, mediado pelo crítico de arte Fernando Oliva. Tudo entrada franca.
O lançamento dos editais, em fevereiro |
Laboratório - “Como Fazer na Internet Coberturas ao Vivo de Eventos Culturais” é um laboratório de criação de web TV ao vivo para que os professores e estudantes participantes sejam capacitados na produção de cobertura em tempo real de eventos culturais. Toda feita em streaming (via celular e twitcam), a cobertura online, na atividade, será divulgada na web (blog e twitter do Rumos), além da criação de uma fanpage do Rumos no Facebook especialmente para registros da atividade.
Mesa-redonda - A produção de arte contemporânea e as posições estéticas defendidas pelos organizadores do Rumos Artes Visuais fundamentam a mesa redonda “Um Convite à Viagem”. Agnaldo Farias, ex-curador da mais recente Bienal de Arte de São Paulo, foca o debate em aspectos cruciais da produção contemporânea. Os curadores analisam algumas das linhas artísticas poéticas mais significativas no plano nacional e no internacional; esboçam um levantamento seguido de diagnóstico das instituições artísticas brasileiras e das formas de gestão da produção entre museus, institutos, galerias e espaços alternativos.
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