Piano, em Rhodislândia |
Uma experiência sensorial. É o que promete Pablo Mufarrej, a partir das 19h desta sexta-feira, 15, para Rhodislândia, obra montada no Fórum Landi, um dos seis espaços que abrigam, em Belém, a exposição “Museu é o Mundo”.
Para Hélio Oiticica a obra nasce de apenas um toque na matéria. O artista não queria transformar a matéria de suas obras, mas sim que esta, a um toque, se tornasse uma expressão viva. “O que a transforma em expressão é nada mais que um sopro: um sopro interior, de plenitude cósmica. Fora disso não há obra. Basta um toque, nada mais", escreveu, sintetizando assim, a sua arte.
É o que os paraenses estão tendo a oportunidade de vivenciar ao visitar os seis “Penetráveis" que estão em Belém desde o início deste mês. As obras só podem ter valor no momento da interatividade do espectador, ou seja, o público pode entrar, tocar, sentir, vivenciar.
Partindo destes elementos, o artista plástico Pablo Mufarrej vem oferecer aos visitantes de Rhodislândia, no Fórum Landi, na Praça do Carmo, o convívio, tendo como pretexto de aproximação, bebidas, alimentos coloridos e livros, que o público deve levar consigo para melhor vivenciar a experiência.
Mais do Rhodislândia |
"Proponho como intervenção para o Penetrável Rhodislândia, um jogo no qual a cor de nossos alimentos serviria como matéria prima para experimentação, criação e degustação de pratos pelo período de três horas. Materializando nos sentidos de cada participante, uma nova possibilidade de interação com Penetrável e com cor”, diz Mufarrej.
Ao entrar no Rhodislândia, experimenta-se ativamente a proposta de Hélio Oiticica de vivenciar um tipo de arte que sai dos quadros planos para os Relevos. As telas estão suspensas e iluminadas por azul e âmbar, formando cômodos imaginários. O público atravessa as paredes, pisando em pedras. Dentro dos seus nichos, um piano aberto, pedaços de galhos de árvore, um banco e o silêncio.
O ambiente, na obra, estimula a receber intervenções como esta de Mufarrej, que permitem que outros artistas dialoguem com a ousadia da obra de Oiticica. E isso tem acontecido desde sempre em várias outras cidades por onde a exposição tem passado ou mesmo antes dela existir.
Em 2009, por exemplo, houve intervenção em 2009, no Rio de Janeiro, pela cantora Adriana Calcanhoto, no penetrável Macaléia (1978), realizado pelo artista em homenagem a Jards Macalé. Produzido a partir de anotações, esquemas e textos conceituais que Oiticica escrevia compulsivamente, este penetrável pode ser visto no Forte do Presépio.
O Penetrável Éden, que está no hall do Centur |
Visite também - No hall do Centur, o “Éden” (1969), penetrável que integrou a primeira exposição do artista em Londres, na White Chapel. Na Estação das Docas, penetre em “Nas Quebradas” (1979), composto por telhas, sarrafos de madeira, juta, náilon, tela de galinheiro, tijolos maciços, compensado e brita.
No Espaço Cultural Casa das 11 Janelas, está o “Penetrável Gal” (1969), que traz filamentos de plástico azul, dispostos em conjunto, e no Museu Histórico do Estado do Pará (MHEP), o Penetrável “Tropicália”, (1967), inspirada nas favelas cariocas, com trilha formada na areia branca que leva o participante a construções de madeira que lembram barracos. O caminho é decorado com palmeiras e flores, no canto da sala, uma gaiola serve de abrigo para duas araras vivas.
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