Com montagem do Coletivo Parla Palco, o espetáculo estreia nesta sexta-feira, 08 de abril, às 21h, no Teatro Universitário Cláudio Barradas (R. Jerônimo Pimentel, com Dom Romualdo de Seixas). Com texto de Carlos Correia Santos, produção de Leonardo Cardoso e direção de Luiz Fernando Vaz, fica em cartaz também nos dias 09, 10, 15, 16 e 17. Às sextas e sábados, às 21h, e aos domingos às 20h.
O caso que sobe ao palco é bastante espantoso. Ao receber a honraria de se tornar o primeiro imortal das Letras Brasileiras, Machado de Assis ganhou o direito de mergulhar em sua própria obra.
Assim, passou a conviver com seus complexos e realísticos personagens, sem saber o grande risco que estava correndo. Uma de suas criações, com ciúme do sucesso maior de outras, decidiu cravar um punhal em suas costas durante uma visita que o pobre autor fazia ao túmulo de Brás Cubas.
Capitu pede a investigação |
Essa é a história que um detetive chamado Queiroz ouve, quando decide investigar o que parece absurdo: o assassinato do mestre maior da Literatura Nacional. Sua contratante? Ninguém menos que a célebre Capitu. Ela afirma que teria sido a grande pivô de tamanha atrocidade.
Os suspeitos? A inconformada Helena, que foi titular de um romance, mas nunca fez tanto sucesso quanto Capitu. O excêntrico Simão Bacamarte, do conto O Alienista. Não seria ele um grande louco? E por que não Brás Cubas, sempre tão cáustico? Mas Capitu pode estar mentindo. Afinal, todos sabem que ela tem aquele olhar de cigana obliqua e dissimulada.
“O enredo parece tenebroso, abusado, tenso, mas é tudo mera pista falsa. Trata-se de uma comédia. Humor sinistro, sem dúvida, mas a idéia é fazer o publico rir nervosamente ao perceber como temos matado o melhor dos nossos grandes mestres”, revela Carlos Correia, que afirma estar satisfeito com a encenação criada para seu texto.
Helena é uma das suspeitas |
“Noventa por cento da equipe desse projeto é de novos talentos da cena teatral local. Já tive a oportunidade de trabalhar com nomes consagrados do nosso teatro, mas também é meu interesse participar do fomento de novos talentos”.
Para o jovem diretor Luiz Fernando Vaz, a arma que mais o impulsionou no processo foi a superação: “Essa obra do Carlos é de uma crueldade fascinante. Ele toca em pontos muito delicados. E faz isso convidando o espectador a achar graça, mesmo que de forma incômoda. Como se não bastasse, o texto pede uma engenharia cênica ousada. É grande o esforço que os atores precisam fazer para cumprir a jornada da trama. É realmente um trabalho desafiador para todos nós”.
Pistas - Como toda boa investigação pede o acesso a provas e indícios, a equipe do espetáculo apostou numa estratégia que tem rendido bons frutos. Há um mês, as mídias sociais estão sendo usadas como ferramentas para criar expectativa em torno do trabalho. Um blog está no ar , além de um Twitter criado (@assassinmachado), onde o assassino ou assassina, em anonimato, faz chacotas e dá pistas sobre o chocante delito. No Youtube, já rodam três teasers ( acesse: 1, 2 e 3) sobre o espetáculo. Já o Facebook funciona como canal que congrega todas essas mídias.
“Estamos usando a tecnologia de hoje para manter viva a força de um mestre atemporal. E está funcionando belamente. Muita gente está dando os palpites mais engraçados e curiosos. Até um bolão já foi aberto para ver se alguém acerta quem é, afinal, responsável pelo assassinato de Machado de Assis”, diverte-se Correia.
Trama é acompanhada pelas redes sociais |
“O Assassinato de Machado de Assis” é a terceira montagem do Parla Palco, coletivo criado por Correia em 2008, que conta com profissionais de teatro interessados em investigar e exercitar as possibilidades e a magia da palavra como ferramenta primeira do fazer teatral. Tanto é que todas as montagens do grupo têm como premissa encenações estruturadas a partir de obras em que a poesia do texto é o foco principal.
Ficha Técnica
- Direção: Luiz Fernando Vaz
- Texto: Carlos Correia Santos
- Elenco: Gustavo Saraiva, Márcio Mourão e Tiago de Pinho
- Participação Especial: Cleiton César
- Sonoplastia - Luiz Fernando Vaz
- Operação de Sonoplastia - Marcelo Andrade
- Iluminação - Sonia Lopes
- Cenografia - Carlos Henrique
- Cenotecnia - Kleber Farias
- Figurino - Grazi Ribeiro
- Confecção de Figurino - Carlos Henrique e Márcia Jardim
- Perucas - Luiz Souza
- Visagismo - Nelson Borges
- Apoio - Karol Amaral e Maíra Monteiro
- Fotografia - Diego Formiga
- Design Gráfico - Antonio Junior
- Produção de Captação - Roberto Fisher
- Produção - Leonardo Cardoso
- Produção Executiva - Gustavo Saraiva
- Assessoria de Imprensa - Carlos Correia Santos
- Patrocínio - Mega Mestre e Impacto, via Lei Tó Teixeira.
- Apoio cultural - Aerolitos, Espaço Cultural Atores em Cena, Grupo Cikel, MPG
- Ótica Mundial.
- Agradecimentos - Aga Khalil, Antonio Junior, Baluarte, Beth Braga, Diego Formiga, Gemaque, Genylson Souza, Helio Sales, Karol Amaral, Kleber Farias, Luiz Artur Saraiva, Maíra Monteiro, Manoel Pereira Dias, Mário Guimarães, Merian Cordovil, Paulo Santana, Ricardo Tomaz , Rita Farias, Roberto Fisher.
Serviço
“O Assassinato de Machado de Assis”. Dias 08, 09, 10, 15, 16 e 17. Teatro Cláudio Barradas. Sextas e sábados, às 21h. Domingo, às 20h. Ingressos: R$ 20,00 com meia para estudantes.
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