27.3.13

Walda Marques nos convida ao universo cubano

"Românticos de Cuba", exposição da artista convidada do Prêmio Diário Contemporâneo de Fotografia, deste ano, revela a nostalgia e a simplicidade de um país. A exposição traz imagens que retratam a vida cotidiana dos moradores de Havana e de outras cidades do interior da ilha. A abertura é nesta quarta-feira, 26, às 19h, no Museu da UFPA, onde ficará em cartaz até dia 26 de maio. No dia 02 de abril, a fotógrafa também bate um papo com o público.

“Eu sempre tive vontade de ir a Havana, não pela questão política, mas para conhecer de perto cultura do lugar.

Fiquei encantada com a música e todas as outras vertentes culturais do país, com as quais já tinha muita identificação. Quando cheguei lá, me senti em casa”, diz ela. A exposição reúne 15 fotografias. São ambientes residências e comerciais onde, ora podemos imaginar seus moradores, ora os vemos intrínsecos a eles. 

Há ainda algumas vitrines, carros antigos. “É tudo muito parecido comigo, com a minha casa”, compara Walda, que mora em uma casa antiga, decorada com móveis e objetos que bem poderiam pertencer a uma residência cubana. 

“Cuba nos traz fortes influências culturais. Fui como turista e aproveitei a oportunidade para andar pela cidade e fotografar. Bati na porta da casa das pessoas e pedi pra entrar”, lembra Walda. A exposição mostra Cuba por dentro e faz um retrato de cada lugar por onde a fotógrafa passou, mas principalmente revela o lado humano e o gosto simples que ecoam do interior das casas em que ela esteve. 

“A arrumação delas, seus objetos, os lustres, tudo se remete aos anos 1950 e 1960. É tudo muito nostálgico. Fui até o meio da ilha, chegando a Trinidad, uma cidade na província de Sancti Spíritus”, diz.

Em estado de entrega e entusiasmada como sempre fica com tudo que se envolve na fotografia, a convidada especial desta 4ª edição é uma das fotógrafas mais atuantes de sua geração. 

“A fotografia pra mim não vem só através do clic. Eu realizo um trabalho em cima do que se chama de fotografia. Não me acho fotógrafa. Gosto de produzir, sem isso, pra mim, não há fotografia. Tem que ter maquiagem e entendimento com as pessoas que eu fotografo. É uma busca, uma procura”, explica. 

Nascida em Belém do Pará, Walda trabalhou 17 anos com maquiagem para teatro, televisão, salão de beleza e estúdio fotográfico e em 1989 fez curso com o fotógrafo Miguel Chikaoka, artista convidado na 3ª edição do prêmio, e tomou nova direção na sua trajetória. 

“Na Associação Fotoativa, passei a ver a fotografia mais de perto, mesmo já trabalhando com vários fotógrafos em Belém como Luiz Braga e Octavio Cardoso”. 

Em 1992, a fotografia entra definitivamente para sua vida profissional. Fundou o Estúdio W.O. Fotografia, em parceria com Octavio Cardoso, e de lá pra cá, não parou mais de produzir. 

Além da exposição, quem quiser saber mais sobre o trabalho da fotógrafa, poderá participar do bate papo “Os lugares do retrato”, que acontece dia 02 de abril, às 19h, no Museu da UFPA - Av. Governador José Malcher.

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