O Festival Internacional de Cinema do Caeté está encerrando hoje sua versão comemorativa de oito anos, apoiada pela Lei Aldir Blanc, mas o projeto segue, pois além de manter em seus canais de Youtube e Facebook os conteúdos produzidos digitalmente pelas lives e mostra de filmes, vai lançar também hoje o seu edital para as Mostras Competitivas que ocorrerão em dezembro. Outra novidade, fruto de parcerias estabelecidas durante esta sexta edição, será a apresentação do projeto CAETÉ-Cult, um festival de curta metragem do cinema paraense com foco na Região dos Caetés.
Este ano, o Ficca teve apoio do edital de audiovisual Lei Aldir Blanc Secult Pará (2020), realizando num total de 12 dias uma programação com exibição de 12 filmes premiados, na Mostra 8ITAVA Maravilha, três lives de homenagens aos realizadores Sério Fernandes, Rosilene Cordeiro e Chico Carneiro), além de rodas de conversa temáticas sobre Afrodescendência, o Cinema das Mulheres Amazônidas, com a participação de pesquisadores, lideranças políticas periféricas e artistas brasileiros e africanos.
Kynema traz textos em prosa e arte poética
“É minha primeira incursão à prosa, particularmente aos ensaios”, diz Francisco Weyl, o Carpinteiro de Poesia, que já publicou poesias em três livros de autor, em Portugal, além de participar de coletâneas, no Brasil. Além disso, como jornalista, ele tem editado jornais, revistas, e livros, e assinado textos, além de artigos científicos em livros e publicações temáticas, no Brasil, Portugal e Cabo Verde.
“Neste livro, faço uma espécie de reunião de parte de minha obra em prosa, poética, com um estilo que é aforismático, influenciado por pensadores como Nietzsche, Deleuze, Foucault, Guattari, e claro, o grande Glauber, que me inspira na realização cinematográfica, bem como nas corajosas atitudes criativas em comunidades periféricas e quilombolas da Amazônia Paraense, que são temas de minha obra, em lançamento”, explica.
Para o cineasta Celso Prudente, que assina apresentação do livro “vê-se na arte poética de Weyl, o incansável apelo subjacente de volta às origens, cuja essencialidade está no comportamento glauberiano, que viu na africanidade a única possibilidade de superação eurocolonial de extensão burguesa”, escreve o pesquisador do CELACC/USP, Doutor em Cultura pela Universidade de São Paulo e Pós-Doutor em Linguística pelo Instituto de Estudos da Linguagem – IEL/UNICAMP, além de professor Associado da Universidade Federal do Mato Grosso – UFMT e presidente do Festival Internacional Cinema Negro (SP) o diretor do Festival .
“Weyl aprendeu com Glauber em “Leão de Sete Cabeças” (1971), a necessidade de uma ação atemporal, que buscou a emergência epistemológica do quilombismo utópico e onírico do personagem Zumbi (Baiak), do século dezessete, colocando-o ao lado da irreverência revolucionária ibero-ameríndia de Che Guevara, com o personagem Pablo (Giulio Brogi). Eles são levados na contemporaneidade à África, no Congo de Brazaville, para lutar contra o colonialismo, na película “Leão de Sete Cabeças” (1971), que é também a origem do cinema negro brasileiro, a ação colonial é vencida pela guerrilha afro marxista, da pedagogia cinematográfica de Glauber Rocha”, define.
Serviço
Encerramento do 6o Ficca, hoje, 5 de abril, a partir das 17h, no canal de Youtube - https://bit.ly/3cR6j5O.
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