1.4.21

Em reverência às cabeças pensantes do cinema

Sério Fernandes 
O FICCA, em sua sexta edição, chegou carregado por uma rede afetuosa de parceiros e colaboradores. A programação segue até dia 5 de abril, com homenagens, exibição de filmes  e duas rodas de conversas. O projeto tem apoio do edital de audiovisual da lei Aldir Blanc Pará.

Nesta semana de feriado, num clima de lockdown pandêmico, sem condições de se pensar em sair por aí, o negócio é Ficcar em casa. O festival vai render homenagens hoje (1), amanhã (2) e no sábado (3) a três figuras propositivas do audiovisual independente. Justas homenagens para quem se dedica ao árduo ofício de fazer cinema e contribui na construção do FICCA. 

Para produzir cinema são necessárias muitas mãos. E quando falamos do contexto amazônico, demarcado por um descaso histórico, o fazer colaborativo se revela ainda mais potente. Nesta edição, o festival reverencia o trabalho e pensamento da multiartista Rosilene Cordeiro e do cineasta Chico Carneiro, ambos paraenses e, reafirmando a parceria com a cidade Porto – que já recebeu duas edições do FICCA– o cineasta lusitano Sério Fernandes também recebe a honraria. O festival está, portanto, celebrando esses encontros que se fortalecem ao longo dos anos e por isso mais ainda se faz necessário o registro e as reverências. 

Hoje, a homenagem vai para o diretor lusitano Sério Fernandes, Mestre da Escola Artística do Porto, nascido na cidade do Porto, em Portugal. O diretor se consagra como grande nome da escola portuguesa de cinema, sendo diretor de dezenas de filmes independentes. Na programação do festival, serão exibidos três filmes de Sério: “Segundo Porto” (2017), “Um vulto na praça da Batalha” (2019) e “Curtas” (2020), com apresentação de Francisco Weyl.

Na sexta-feira, 2, a homenageada será Rosilene Cordeiro, artista afro-amazônica pesquisadora da performance, também é reverenciada no FICCA. Parceira cativa do festival, entre os vários caminhos que experimenta, ela se aproxima cada vez mais do audiovisual. Atualmente, Rosilene trabalha no filme #Feitiço, no qual assina a direção. Na homenagem, o público poderá ver seu vídeo performance “rosileneporsimesma.com”.

“Este trabalho fala do meu dia a dia. Pesquiso performances cotidianas no contexto amazônico, memória individual e coletiva. Construo meu fazer me localizando nessas coletividades amplas, como a escola, a comunidade e a família. Nesta performance trago o meu fazer cinema com essa relação formativa que vivencio à medida que experimento”, conta a artista. 

Além disso haverá o pré-lançamento do longa metragem dela “Feitiço”, segundo a diretora, uma obra de roteiro simples, uma fábula fabulante sobre mulheres guerreiras e seus filhos ‘degradados’, filhos delas desde Eva até Maria de Nazaré. 

No dia 2 de abril, o Ficca rende homenagem a Chico Carneiro, cineasta nascido em Castanhal e cidadão do mundo. Morou muitos anos em Moçambique, com uma bagagem considerável no cinema. Sua estreia é na equipe de “Iracema - Uma transa amazônica”, clássico do cinema brasileiro de 1974. Dali em diante, ele firma caminho como documentarista, tendo até então dirigido 14 filmes do gênero. Na homenagem do FICCA, será exibida a obra “Quem é Vanda?”, filme de 2019, seguida de roda de conversa, com mediação de Wellingta Macedo, e os convidados  Júlio Silvão (Cabo Verde) e Mateus Moura (Pará).

“Esta homenagem, para mim, sinaliza que o cinema documental que venho fazendo tem demarcado seu território de importância no registro de um cinema-olhar-amazônico que se direciona para uma contemporaneidade ribeirinha”, declara Chico, que atualmente trabalha na produção e finalização de três documentários, frutos de viagem e pesquisa no município de Breves. 

Comemorando 8 anos de atuação, o 6º FICCA  está com sua programação on-line desde o dia 25 de março. A Mostra Oitava Maravilha, cujos 12 filmes, todos premiados anteriormente pelo festival, seguem disponíveis no canal de Youtube. Além disso, o projeto também realizou uma oficina digital para moradores da comunidade do Quilombo do América, em Bragança. Saiba mais sobre a programação nas redes sociais @ficcacinema e pelo site www.ficca.net.br.

PROGRAMAÇÃO

Quinta-feira - 1º de abril - 19h

Homenagem a Sério Fernandes – Mestre da Escola do Porto – Portugal

Sexta-feira - 2 de abril – 19h 

Homenagem a Rosilene Cordeiro – Exibição do Longa Feitiço

Sábado - 3 de abril – 18h 

Homenagem a Chico Carneiro – Exibição do filme “Quem é Vanda”

Domingo - 4 de abril – 18h

Roda de Conversa As Amazonas do Cinema

Segunda-feira, 5 de abril

18h – Lançamento do livro Kynema

19h – Encerramento do festival

Serviço

6º FICCA – Festival Internacional de Cinema do Caeté – Projeto selecionado pelo edital Audiovisual – lei Aldir Blanc/PA. Programação até  5 de abril de 2021, pelo canal do YouTube do Ficca. Mais informações www.ficca.net.br e pelas redes sociais @ficcacinema. 

(Holofote Virtual, com Luiza Soares)

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