A programação de homenagem a Chico Carneiro vai iniciar às 18h, com a exibição do filme e a seguir, a partir das 19h, haverá um bate papo ao vivo, na live, que reúne os convidados Mateus Mora e Francisco Weyl, do Pará, e Júlio Silvão, de Cabo Verde, com apresentação de Wellingta Macedo. O filme surgiu de um encontro casual entre os realizadores Chico Carneiro e Luís Girard, que conhecia a personagem e tinha a vontade de transformar sua história em filme.
Chico Carneiro tinha o equipamento e estava no Pará, em suas idas para documentar a região. Entre a intenção e o gesto, transcorreram 3 meses. O filme foi feito em 2 dias. No primeiro teve o encontro com a Vitória e sua amiga Cinderela onde foi-lhes explicado o que se pretendia fazer, o modus operandi do trabalho (sem produção, sem pagamento para ninguém) e se elas teriam interesse em participar. No dia seguinte, porém, o combinado para filmar – apareceu somente a Vitória.
“A ideia era entrevistá-la dentro de uma casa da periferia do mercado, um lugar onde ela teria os encontros com seus clientes. Para nossa surpresa ela disse que não frequentava esse tipo de lugares. Como o mercado é uma zona muito barulhenta perguntei-lhe se ela conhecia algum lugar nos arredores que fosse mais calmo, onde pudéssemos fazer a entrevista. Ela sugeriu a parte final do mercado e começamos a caminhar para lá”, diz Chico Carneiro.
Foram necessárias apenas uma pergunta, para que ela começasse a falar e só parou quando a fome apertou e a equipe retornou ao mercado para comer. “Nesse retorno (onde ela não parava de falar) ela resolveu mostrar-nos a parte do mercado onde se vende os produtos típicos da região, as ervas, os artesanatos. E na edição inverti a ordem cronológica da conversa”, comenta o cineasta que tem uma longa jornada no cinema da Amazônia, brasileiro e moçambicano!
Aos 69 anos, o paraense nascido em Castanhal, é filho de exibidor cinematográfico, fotógrafo e cineasta autodidata. Iniciou profissionalmente no fazer cinema integrando a equipe de “Iracema-Uma Transa Amazônica” (Bodanzky-Senna/1974). Para poder fazer cinema na Amazônia, migrou para São Paulo onde trabalhou, nos filmes Pixote (Babenco, 1979) e ABC a greve (Leon Hirzsman, 1979), filme do qual também tornou-se co-produtor.
“Defendo um cinema de baixo custo, investindo no potencial rico e diferente dessa gente e natureza, que formam um contexto biossocial único no Brasil e no mundo. Uma cinematografia de resistência que deve se pautar em ações afirmativas que promovam a desconstrução do racismo, do machismo, do patriarcalismo, que promovam a equidade e igualdade das mulheres, dos indígenas, dos negros, dos ribeirinhos, e de todos os excluídos socialmente e oprimidos ao longo dos tempos”, conclui.
FICHA TÉCNICA
Título: Quem é Vanda?
Realização: Chico Carneiro e Luís Girard
Duração: 45 minutos
Gênero: Documentário
País e ano de produção: Brasil, 2019
Idiomas falados: Português.
Classificação: 12 anos.
Equipe:
Fotografia e câmera: Chico Carneiro, Taís Figueiredo, Tiago Carneiro
Som e Edição: Chico Carneiro
Edição de som: Filipe Goulart (Lisboa)
Idéia/Produção de campo: Luís Girard
Produção executiva: Chico Carneiro
Participantes:
Vitória Margalho
Cinderela
Vendedores e frequentadores do mercado do Ver o Peso
Serviço
6º FICCA – Festival Internacional de Cinema do Caeté – Projeto selecionado pelo edital Audiovisual – lei Aldir Blanc/PA. Programação até 5 de abril de 2021, pelo canal do YouTube do Ficca. Mais informações www.ficca.net.br e pelas redes sociais @ficcacinema.
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