O Projeto Moa - Centro de Produção Musical com Tecnologias Digitais abriu, em janeiro desse ano, inscrições para seleção de artistas autorais que nunca gravaram profissionalmente. A prioridade foi dada a artistas, bandas e grupos formados nas periferias da Região Metropolitana de Belém, que trouxessem suas realidades expressadas nas canções.
Estão presentes neste novo álbum, o rap, o carimbó e o samba, que são gêneros largamente produzidos e difundidos nas periferias da Grande Belém, mas além destas manifestações, a coletânea também traz música romântica, eletrônica, R&B e até mesmo o hardocore, com seu ritmo rápido e suas mensagens de indignação e protesto.
Um dos destaques é a canção “Verequete Filho de Yemanjá”, composta e interpretada pela Mestra Cenira do Verequete, artista paraense que partiu para junto de seu eterno companheiro, o mestre Verequete, em abril de 2021, por conta de complicações de saúde decorrentes da COVID-19. Esta faixa é o único registro da obra de Mestra Cenira gravado em estúdio, e conta ainda com a participação do Mestre Curica no banjo e do Mestre Cancan na percussão e no coro.
Do ponto de vista lírico, a coletânea buscou valorizar e dar representatividade a discursos e pontos de vista dos jovens negros, das mulheres e pessoas LGBTQI+, da classe trabalhadora e dos moradores das periferias urbanas. Carregadas de simbolismos e de vivências próprias desses grupos sociais em seu processo de luta e emancipação, as letras presentes no álbum “Pelas Fitas” versam sobre resistência, injustiça e desigualdades sociais, mas também trazem muito amor, desejo, magia e espiritualidade.
Toda a organização do processo de produção da coletânea ficou a cargo da professora, artista e produtora cultural Rebecca Braga. A curadoria dos artistas selecionados foi realizada inteiramente por jovens formados pelo Projeto Moa nas oficinas de produção de áudio e produção cultural ministradas em 2019. Além disso, dois ex-alunos do Moa que atualmente encontram-se atuando profissionalmente em suas respectivas áreas de especialização participaram ativamente da produção do álbum.
A fotógrafa Amarilis Marisa ficou responsável pelos cliques que registraram o processo de gravação e pelo gerenciamento das mídias sociais do Moa, enquanto o produtor de áudio Sebastião Trindade (do selo Black Mamb4 Records) assumiu as gravações de estúdio, a criação arranjos eletrônicos e a pós produção (mixagem e masterização) em muitas das faixas incluídas na coletânea.
“Projeto Moa: Pelas Fitas” foi criado com o objetivo de fomentar a cadeia produtiva da música, envolvendo jovens das periferias de Belém. O trabalho conta, ainda, com o talento artístico e técnico dos produtores musicais Dan Bordallo e Leo Chermont, do estúdio Casarão Floresta Sonora, e do professor e produtor musical Giancarlo Frabetti, do selo Braçal Discos, responsável geral pela produção de áudio desse trabalho.
Serviço
Anote na sua agenda e não perca: “Projeto Moa: Pelas Fitas - vol. II”, nesta sexta-feira, 23 de abril, em todas as plataformas digitais.
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