No cerrado brasileiro, um artista recria ambientes e lugares de sua tenra infância até a vida adulta na Amazônia paraense. Nesse retorno ao passado, corpo e memória são os guias para um encontro com suas origens. A casa antiga nas margens de um rio, as primeiras experiências de aprendizado em família, as construções de amor, afeto e identidade. As alegrias, despedidas e saudades.
Resultado do Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Licenciatura em Dança do IFG - campus Aparecida de Goiânia, a obra cênica de dança-teatro estava prevista para estrear em 2020, com apoio do Edital PROEX / IFG InspirArte 2020, mas com a necessidade de isolamento social imposta pela pandemia da COVID- 19, que instituiu ao mundo inteiro uma pausa e interrupção das atividades presenciais e de aglomeração, tudo foi adiado.
As atividades foram reiniciadas em meados de julho, através de um aporte aprovado no Edital InspirArte, um programa emergencial de fomento a ações de Arte e Cultura no período de isolamento promovido pela Pró-Reitoria de Extensão do IFG – Instituto Federal de Goiás. Neste novo contexto a proposta foi atualizar o trabalho prático e adaptá-lo para o formato audiovisual. Etapa feita de forma remota pelo artista criador Milton Aires, que contou com as colaborações fundamentais do artista Patrick Mendes, que assumiu a captação e direção de vídeo, e a orientação artística de Tainá Barreto, por meio de encontros virtuais.
O desafio então passou a ser a composição para essa outra linguagem, fenômeno que naturalmente alterou a dramaturgia e as paisagens que passaram a ambientar a cena-memória em Curral de Peixe, avesso da cena-memória. Produção que obedeceu a um ciclo próprio de experiência prática. “Num primeiro momento estudamos o roteiro partindo de uma observação dos espaços da casa e quintal, que se mostraram potentes a ocupação das cenas, seguido de ensaios pontuais e testes de câmera que auxiliaram na reconfiguração do roteiro para a versão audiovisual” comenta Milton.
Já na última fase vieram os processos de gravação e edição das imagens capturadas, norteados por elementos da criação de vídeo-dança e videoarte, bem como, da experimentação própria da linguagem audiovisual. “Um momento prazeroso do trabalho e de enorme maturidade também. Percebemos que o encontro da cena presencial com a linguagem do vídeo se deu ali. A adaptação do trabalho reflete nosso contexto, atualiza e traduz o processo de criação enquanto obra audiovisual, transmitindo um último e necessário aprendizado, as possibilidades de um trânsito entre as linguagens na arte contemporânea” comenta Patrick Mendes, um dos realizadores.
FICHA TÉCNICA
Produção: Jambo e Jambú
Coprodução: ACERCA
País, ano, duração: Brasil, 2021, 27'
Com: Milton Aires
Direção: Milton Aires e Patrick Mendes
Orientação artística: Tainá Barreto
Serviço
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