Este ano o pianista Robenare Marques não vai participar do Baiacool Jazz Festival que acontece neste final de semana de 23 a 25 de julho, em Salinas.
É que ele está na Argentina, mais especificamente, na cidade de La Plata, em Buenos Aires, onde, na semana que vem, dia 27, vai ministrar um Workshop na EMU - Educación Musical, uma escola no porte do Conservatório Souza Lima de São Paulo, responsável em promover o Festival de Jazz de La Plata.
É que ele está na Argentina, mais especificamente, na cidade de La Plata, em Buenos Aires, onde, na semana que vem, dia 27, vai ministrar um Workshop na EMU - Educación Musical, uma escola no porte do Conservatório Souza Lima de São Paulo, responsável em promover o Festival de Jazz de La Plata.
“Estava de férias aqui, quando fui conhecer a escola. Foi nessa oportunidade que conheci o Sr. Waldo Brandwajnman, o diretor da EMU e ele ficou interessado em uma classe (workshop) sobre música brasileira.
Aqui na Argentina, o músico e a música brasileira tem muita aceitação. Músico brasileiro aqui é como músico norte americano quando chega no Brasil. Os argentinos sentem prazer em tocar com a gente”, disse Robenare, ontem, por e-mail, ao Holofote Virtual.
Paralelamente, ele trabalha em seu segundo CD , no momento, em produção e na escolha do novo repertório. Foi apostando na carreira solo que Robenare lançou, em 2004, o primeiro CD da série “Sons e Tons”, trazendo arranjos para piano das músicas do violonista brasileiro Atilano Muradas.
Atualmente, morando em Belém do Pará, o pianista Robenare Marques atua na Amazônia Jazz Band e produz o Robenare Jazz Trio, fazendo também apresentações de Piano Solo e produção musical, elaboração de arranjos e composição de trilhas sonoras para filmes, companhias de danças e peças teatrais.
Compositor, arranjador e professor de música de La Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará - ETDUFPA, Robenare tem formação em piano erudito e popular. Iniciou seus estudos aos 7 anos de idade e, aos 9, ingressou no Serviço de Atividades Musicais – SAM, atual Escola de Música da Universidade Federal do Pará - EMUFPa, como aluno de piano de Lúcia Uchôa.
Já com 22 anos, ingressou na Escola de Música e Belas Artes do Paraná – EMBAP, onde cursou o Bacharelado em Composição e Regência. Para complementar sua formação, fez vários cursos nas áreas de harmonia, improvisação e arranjo com grandes nomes da música nacional e internacional, como: Jeff Gardner (USA), Ian Guest (HG), Bill Mays (USA), Luiz Moraes – Pardal (BR), Tim Rescala (BR), Toninho Horta (BR), Hermeto Pascoal (BR), entre outros.
Lá se vão 20 anos de carreira, acompanhando músicos e cantores brasileiros e estrangeiros, como: Alma Thomas (USA), JJ Jackson (USA), Mark Lambert (USA - com ele na foto abaixo), Nicca Stuart (USA), Hermeto Paschoal, Leila Pinheiro, Fátima Guedes, Walter Bandeira, Paulo Levi, Flávio Venturini, Banda Funk Como Le Gusta, Hélio Delmiro e Sandro Araújo (Dois de Ouro).
Também já dividiu o palco com músicos que desenvolvem seus trabalhos na música instrumental brasileira, como os guitarristas Toninho Horta, Bob Freitas, Nelson Faria e Careca Braga, os violonistas Salomão Habib e Nego Nelson, os baixistas Ney Conceição, Minni Paulo Medeiros, Glauco Soter, Boldrini e Adelbert Carneiro, os bateristas Kiko Freitas, Magrus Borges, Endrigo Betega, os saxofonistas Marcus Puff, Esdras Souza, Toninho Abenatar, Paulo Blanco, além do pianista Fernando Montanari, entre outros.
Um músico experiente, que já se apresentou em festivais, como o Free Jazz Project (PR), Festival Internacional de Música (PA), Joinville Jazz Festival (SC) e em todas as outras versões do Baiacool Jazz Festival (PA).
Como professor, Robenare coordenou o Curso Básico de Música e lecionou no Bacharelado em Música Sacra, ambos no Seminário Teológico Batista Equatorial - Faculdade Teológica Batista Equatorial, em Belém, além de ter registrado sua participação em vários congressos de música por todo o Brasil, ministrando oficinas, cursos, workshops e palestras.
Esta semana, o Holofote Virtual recebeu da cantora Cacau Novais, a notícia da estadia de Robenare Marques em La Plata. Acompanhando seu trabalho há algum tempo, principalmente nas noitadas de jazz e blues do Baiacool Jazz Club (foto - no momenot fechado para mudanças), o Holofote Virtual o procurou para a entrevista que segue abaixo.
Holofote Virtual: Bacana o convite da Escola de La Plata. Costumas realizar este tipo de atividade aqui em Belém?
Robenare Marques: Em Belém já cheguei a ministrar workshop, masterclass e até mesmo ministrar aulas em algumas escolas como AM&T, só não faço mais esse tipo de trabalho por não dispor de uma carga horária mais livre.
Holofote Virtual: Projetos em Belém. Estás neste momento envolvido com o que por aqui?
Robenare Marques: Em Belém, estou trabalhando na ETDUFPA, e curso Bacharelado em Música - Composição e Arranjo na UEPA, em parceria com a Fundação Carlos Gomes, e participo eventualmente de alguns projetos executados pela Fundação Carlos Gomes, além de ter uma parceria de anos com Minni Paulo Medeiros.
Na verdade, o Minni Paulo me redescobriu, quando eu retornei de uma temporada em Curitiba, em 2003. Tenho o projeto de gravação do meu CD e projetos de concertos e shows.
Holofote Virtual: Como está a produção do novo CD?
Robenare Marques: O CD está na fase embrionária. Já consegui aprovação pela Lei Semear e estou buscando patrocinadores, também desenvolvo uma pesquisa sobre o efeito da música no ser humano, mas essa é uma outra conversa, pois se trata de meu projeto de tese pra mestrado e doutorado.
Holofote Virtual: Vamos falar da tua maior praia. A música instrumental. Como tu percebes este espaço aqui em Belém?
Robenare Marques: Sempre costumo falar que a música instrumental no Pará ainda passa por uma fase de transição. É muito difícil se manter um lugar que toque somente música instrumental de boa qualidade. Acompanhei isso de perto trabalhando com o Minni Paulo, que é um verdadeiro guerreiro na música instrumental.
Precisaria ter mais apoio do governo no sentido de investir em educação, não somente formação de platéia, mas educação da platéia. Não se vê em Belém um curso de "Como se portar em um teatro diante de uma apresentação musical" e às vezes é muito mais gratificante fazer um concerto no interior do estado, onde o público é muito mais educado que na cidade.
Quando falo de música estou falando de todas as vertentes, erudito ao popular. Existe música para se aplaudir, para dançar, mas existe música apenas para contemplar e infelizmente, a maioria das pessoas ainda não conseguiram enxergar isso.
Holofote Virtual: Na tua opinião, como é esta percepção entre os músicos e as iniciativas e apoios daqui?
Robenare Marques: Precisa haver mais união, união dos músicos e união política por um bem estar dos músicos e artistas em geral. Por exemplo, estive ano passado no Festival de Jazz de Joinville e a prefeitura de Joinville é gerida por um partido que adota uma corrente ideológica totalmente diferente do partido responsável pelo Estado, mas ambos estão juntos pelo bem estar de artistas.
Ninguém perde o tempo querendo mostrar quem é melhor e quem não é, todos estão juntos pelo crescimento daquele lugar, seria bom que fosse assim em todo o Brasil, principalmente em nossa região, onde o interesse de uma ou mais família interfere no crescimento de todo um Estado e região.
Holofote Virtual: Projetos em Belém. Estás envolvido com algum projeto aqui?
Robenare Marques: Em Belém, estou trabalhando na ETDUFPA, e curso Bacharelado em Música - omposição e Arranjo na UEPA em parceria com a Fundação Carlos Gomes e participo eventualmente de alguns projetos executados pela Fundação Carlos Gomes, além de ter uma parceria de anos com Minni Paulo Medeiros, na verdade o Minni Paulo me redescobriu, quando eu retornei de uma temporada em Curitiba, isso foi em 2003.
Holofote Virtual: E o novo CD, concertos?
Robenare Marques: Tenho o projeto de gravação do meu CD e projetos de concertos e shows. O CD está na fase embrionária, já consegui aprovação pela lei Semear e estou buscando patrocinadores, também desenvolvo uma pesquisa sobre o efeito da música no ser humano, mas essa é uma outra conversa, pois se trata de meu projeto de tese pra mestrado e doutorado.
Holofote Virtual: Quais são tuas expectativas aí para com nossos hermanos argentinos. O que estás preparando aos seus alunos?
Robenare Marques: Espero com essa experiência representar bem meu Estado e meu País, o desafio maior é o idioma, "pero que, Yo estoy hablando um poquito de castellano", rsrsrs, mas espero que a partir dessa oficina mais oportunidades apareçam. Mostrarei alguns ritmos brasileiro (baião, samba, bossa nova) e falarei sobre o nosso carimbó, será a oportunidade de mostrar repertório do meu disco que está sendo planejado.
2 comentários:
Fico muito feliz com as conquistas do Robenare e me sinto honrada por tê-lo como parceiro de trabalho. Parabéns!!!
Además intensamente placenteras, siempre es un honor compartir el escenario con el grand professor Robenare Marques, a quien el Hombre de Arriba a ungido con talento y sensibilidad musical inusuales.
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