15.9.11

A arte performática de Victor de La Rocque

"Not Found", obra do artista no salão Xumucuís
O 1º Salão Xumucuís de Arte Digital está encerrando no próximo domingo, 18. São as últimas oportunidades para ver de perto a arte feita em plataformas computacionais e que até podem ser acessadas pela internet, mas interagir com elas em uma galeria, esta experiência tem sido única assim como esta iniciativa o é, aqui na Região Norte.

Há muito o que se ver no salão, aberto desde o dia 18 de agosto, nos espaços expositivos do Museu Casa das Onze janelas. São vídeo-instalações, fotografias digital, web art e uma infinidade de outras engenharias digitais que só a tecnologia com a intervenção artística da criação humana podem gerar. Todas as obras foram selecionadas e premiadas por um júri qualificado, formado pelo Prof. Dr. em Semiótica e Curador de Arte, Orlando Maneschy, pela artista visual e fotógrafa Flavya Mutran e pela artista visual e designer Roberta Carvalho.

Entre as dezenas de artistas do país inteiro que participam do evento, destaca-se o jovem artista visual paraense Victor de La Rocque, que vem participando de salões e exposições aqui e em outros estados, além do exterior. Ele, que acaba de ser selecionado para o 30º Arte Pará com as performances “Gallus Sapiens” (Parte 3 - Performance) e “O Senhor É Meu Pastor e Nada Me Falará” (Performance), foi também um dos cinco artistas premiados pelo Xumucuís, com as obras 

“Not Found”, que aliás estarão também em uma exposição em São Paulo, no mês de outubro.
“Not Found”, de acordo com o artista, é uma intervenção solitária feita na internet através do Google Earth e um Ipad. Mas o que teve inicio como uma brincadeira de procurar nomes dados popularmente a lugares distantes acabou se tornando um trabalho que indaga os espaços de flutuação, do qual a tecnologia “ainda” não suporta, assim percebendo a experiência do “não-lugar”.

“Eu fico muito feliz com várias coisas acontecendo, muito trabalho aparecendo, e isso tudo me dá mais pique pra produzir ainda mais! É muito bom pra qualquer artista ver seu trabalho sendo reconhecido, discutido e questionado”, diz Victor.

Graduando em Artes visuais e tecnologia da imagem (UNAMA), ele percebe sua produção como um rastro da performance, seja através do vídeo, da fotografia, de uma instalação ou objeto. Por isso acredita que o Salão Xumucuís de Arte Digital se tornou um dos dispositivos importantes para quem utiliza esses meios como prática artística e pensar nesses meios, como técnica e poética.

“Minhas inquietações e pesquisas, fundamentalmente, emergem da performance como força motriz que se expande para minha produção em outros suportes como instalação, desenho, vídeo e fotografia. Através do corpo, de seus mecanismos autônomos e as ações pendentes de ordem, construo meu ateliê vivo, carregando-o e levando-o onde seja necessário”, explica.

“O Ovo e a Galinha”, no Arte Pará 2010
Por enquanto, para ver “Not Found”, de Victor La Rocque, só indo ao Salão Xumucuís e além do trabalho dele, interagir com uma série de outros, como os apresentados pelos outros quatro artistas premiados. 

Flamínio Jallageas (SP), com o vídeo instalação Platôs (2009), o Grupo Hyenas (RJ), com a video instalação “A Borboleta e o Tigre” (versão HD - 2004 – 2011) e Míriam Duarte (MG/SP), também com uma vídeo-instalação intitulada “Refletir” (2011), além de Ricardo O’Nascimento (RJ), com o vídeo-arte “Authority” (2008). Também estão na exposição artistas convidados como Lúcia Gomes, Armando Queiroz, Keyla Sobral, Melissa Barbery e Roberta Carvalho.

30º Arte Pará - As performances que serão apresentadas no Arte Pará deste ano dão sequência a trabalhos anteriores, como o “Gallus Sapiens” (Parte 1) realizado no ano de 2007 em alguns vernissages, como no Salão Unama de Pequenos Formatos. O “Gallus Sapiens” (Parte 2) foi o Grande Prêmio do Arte Pará de 2008 e depois disso, foi apresentado em festivais e encontros de performance em Brasília, Vitória, Bogotá-Colômbia e no MAM do Rio de Janeiro, entre 2009 a 2011.

Em 2010, Victor apresentou e ganhou Prêmio Aquisitivo, também no Arte Pará, com a obra que se fez polêmica “O Ovo e a Galinha”, do qual um ovo fecundado chocava durante o período de exposição dentro do MHEP.

“Gallus Sapiens” (Parte 1)
“Finalmente agora, o Gallus Sapiens (Parte 3) surge como proposta selecionada para o 30º Arte Pará. Além desse trabalho também irei mostrar outra obra chamada ‘O Senhor é meu Pastor e Nada me Faltará’, do qual também é uma série de performances realizada para vídeo e fotografia do qual já foi exibida na Suécia (curadoria de Marcus Vinicius) e será em outubro exibida na Cinemateca Brasileira em SP no evento da Rojo Nova Arte Contemporânea (BYOB SÃO PAULO)”, antecipa o artista.

Serviço
I Salão Xumucuís de Arte Digital. Aberto a visitação até 18 de setembro, no Museu Casa das Onze Janelas – Complexo Feliz Lusitânia – Cidade Velha. Entrada franca. Patrocínio Oi Futuro, por meio da Lei Semear, do Governo do Estado. Realização Blog Xumucuís. Para mais informações acesse: http://xumucuis.wordpress.com/ ou 91 8239.2476.

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