12.9.11

"A Mulher das Sete Saias” está na Casa da Atriz

Nesta apresentação solo de Mariléa Aguiar, sete décadas de sua trajetória são repassadas ao público. A direção é de Aníbal Pacha, a concepção de texto, cenário e figurino, dele e de Mariléa Aguiar, que assina o figurino. Em cartaz nesta segunda, 12 (20h), na Casa da Atriz - R. Oliveira Belo, 95, c/ Generalíssimo – onde volta à cena, dia 18,  às 19h e 20h - R$ 10 e R$ 5 (meia).

Feito de memórias, a peça revela saudades de uma mulher que ama. Usando sete saias, de sete cores, uma para cada dez anos de sua vida, a atriz pontua um espetáculo biográfico, utilizando apenas uma cesta utilizada como mala - onde guarda material de costura, uma boneca e cartas de Tarô. “A mulher das sete saias” revela mais coisas, como os encantos e desencantos nas relações humanas, as idas e vindas por lugares queridos, a busca constante do conhecimento das coisas do mundo.

É tudo bem simples, mas completamente envolvente. Mariléa, a Blá, como todos carinhosamente a chamam no meio artístico, entra em cena quase às escuras, à luz de uma lamparina. Em cerca de 45 minutos, o que se vê é a atriz passar a vida dela à limpo, utilizando as sete saias, que ela vai tirando uma a uma de dentro da mala e esticando no chão, na mesma disposição em que vai colocando as cartas de tarô, colocadas para o público.

As cartas da Imperatriz, dos Enamorados e da Morte vão uma a uma saindo e trazendo à memória da atriz/personagem grandes revelações. A cada carta mostrada, em off ouve-se uma voz dando o seu significado. Em seguida, ela remonta a fase de sua vida, correspondente àquela carta. O espetáculo cresce e gostamos mais da história que ela está nos contando.

E ficamos sabendo que Mariléa nasceu em Belém, mas cresceu e se criou em Capanema, curtindo a viagem de trem que levara a família para lá nos idos de 1900 e tantos. Lá, brincou de bole bole, estudou e viu os pais brigarem. Engravidou. Não demorou muito, quis conquistar a sua independência. Voltou para Belém e se encontrou no teatro.

Neste momento, lembra de quando começou a atuar e diz: “No teatro não há ponta. Tudo é”. E repete isso umas três vezes marcando bem o que esta frase tem de significado em sua vida. Ao final, Mariléa nos convida à uma ciranda e todos nós levantamos, nos damos as mãos e cirandamos com ela. É o momento de celebrar o teatro em sua vida e na de todos nós.

A atriz também já atuou em espetáculos como “Catolé e Caraminguás” e “O Outro e a Mulher Morta”, para citar os mais recentes e assinou o figurino de tantos outros. Em maio deste ano, ela esteve com “A Mulher das Sete Saias” em São Paulo, participando da I Mostra Amazônida de Experimento Teatral realizada na sede Luz do Faroeste. Não deixe de ir!

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